Há exatamente um ano e meio atrás, o Soulfly tocava em São Paulo e o que já era perceptível desde as suas duas apresentações em terras brasileiras (1998 e 2012 respectivamente) cuminou em uma excelente turnê pelo Brasil, fazendo muitos headbangers ficarem com os pescoços moídos.

Em 2012, pela turnê do Enslaved, o Via Marques foi praticamente abaixo aos sons clássicos do Sepultura e pelo grande fato que o Soulfly não se apresentava há 14 anos no país. Porém a cena que vimos em 2013, parecia que a saciedade de 2012 não havia acabado e fez com que o Carioca Club fosse as ruínas.

O show foi realizado para a divulgação do novo álbum que será lançado em Outubro denominado “Savages”  junto a turnê que estava sendo realizada na América do Norte/Europa, a “Maximum Cavalera Tour”.

Resenha: Vinícius Starteri/Fotos: Marcos Cesar (Bullino)

Chegando ao local, estava previsto a entrada do público às 18 horas, porém com um atraso de uma hora a casa foi aberta. Pontualmente às 19h30 subia ao palco a banda paulistana de hardcore/metalcore “The Silence”. Muitos headbangers não conheciam o som, porém a cada refrão e virada, o público ia se animando.

Mostrando boas letras e uma grande competência instrumental, a banda retirou aplausos e gritos de pessoas que pouco conheciam o som.

Apesar do show ter sido relativamente curto, foi algo com muita qualidade e já mostrava o que estaria por vir naquela noite.

Às 20h35 subia ao palco a banda Soulfly e quando Max Cavalera apareceu o público já gritava estarrecedoramente: SOUL-FLY, SOUL-FLY, SOUL-FLY!

Max e companhia já respondeu ao público a altura com a estridente “Plata o Plomo” do último álbum lançado, fazendo logo de cara o Carioca Club inteiro cantar a música em português e espanhol (com Tony Campos). Logo em seguida mais uma porrada para o público, “Prophecy” do álbum de mesmo nome (2004), já fazendo o Carioca abrir uma enorme roda no centro da casa.

A porrada comeu solta até a “I and I”, quando Max e Marc Rizzo faziam gestos pra roda continuar. Porém ao fim dessa já era perceptível que sentiríamos um gostinho de Sepultura, o que nunca falta em nenhum show Cavalera. Quando foi anunciada a Refuse/Resist nenhum fã ficou parado e foi praticamente uma sintonia só, todo mundo pulando ao mesmo tempo.

Com uma pequena pausa, Kanky Lora (bateria) voltou agitando com mais um hit do Sepultura, a famosa “Territory”.

Intercalando com as músicas Blood Fire War Hate do álbum Conquer (2008) e Frontlines do pesadíssimo Dark Ages (2005), foi tocada as músicas Wasting Away do Nailbomb e uma b-side do Roots Bloody Roots que o próprio Max falou que era pra quem curtia um som Underground, a Straighthate.

Com mais uma pequena pausa, Max Cavalera volta e cumprimenta o público na frente do palco e conversa com o público que estava louco e pedia por mais. Max então resolveu apresentar a banda e o baterista que está participando do Soulfly, Kanky Lora. Logo em seguida, a banda deixou que o virtuosíssimo Marc Rizzo inicia-se o segundo round para o pit, com Rise Of The Fallen.

Como informei anteriormente, a turnê não é apenas a Maximum Cavalera Tour, mas sim um junção para apresentar o novo álbum “Savages”. Max então começou as famosas jams de seus shows, para cantar a nova música “Bloodshed” foi chamado o vocalista da banda Incite, parte da família e da crew da banda, Richie Cavalera. O povo se empolgou e viu que o que virá em Outubro será mais uma pancada sonora.

Emendando essa sequência, um pouco mais de Sepultura com Attitude e Roots Bloody Roots fazendo assim muitos headbangers retorcerem os pescoços e quebrarem alguns ossos dentro do mosh pit.

O público estava um pouco cansado, porém quando foi anunciado que Igor Cavalera faria uma das jams no primeiro bis, parecia que foi uma recarga energética. Todo mundo ficou mais empolgado e começou a gritar eufóricamente e repetidamente por Igor.

O que foi uma surpresa para todos que estavam ali, Igor entrou com tudo e começou com nada menos como uma surpresa, Sanctuary do álbum Inflikted (2008) do Cavalera Conspiracy. Porém como qualquer fã de Sepultura, o povo queria ver clássicos com os irmãos reunidos.
Então veio a famosa frase antes de um dos maiores clássicos do thrash metal: “Under a pale grey sky, we shall ARISE!”.

O que já estava bom, ficou ainda melhor com o medley de Dead Embryonic Cells, fazendo assim a platéia gritar como um coro pelo nome de Igor no fim da jam.

Outra pequena pausa para o segundo bis, Max então soltou umas palavras e disse que seu primeiro grande show e que fez querer formar uma banda foi o “Queen”, então Kanky Lora começou agitar um “We Will Rock You” com o público. Max então decidiu fazer mais uma dedicatório antes da música de encerramento, pediu para Marc Rizzo dar uma palhinha de Iron Maiden que respondeu com o refrão de “The Trooper”.

Para encerrar aquela noite empolgante e satisfatória para todos os fãs e principalmente a Toninho (líder do fã clube do Sepultura) que teve algumas dedicatórias do próprio Max durante o show,  a música “Jumpdafuckup/Eye for an Eye” foi cantada junto ao público, fazendo que o lugar se tornasse não só um grande espetáculo, mas uma grande festa.

Setlist THE SILENCE:

Inception
We Still Stand
Green Devil
The Fall
Message
Embrace The Storm

Setlist SOUFLY:

Plata o Plomo
Prophecy
Back to the Primitive
Defeat U
Seek ‘N’ Strike
I and I
Refuse/Resist (Sepultura cover)
Territory (Sepultura cover)
Blood Fire War Hate
Wasting Away (Nailbomb cover)
Frontlines
Straighthate (Sepultura cover)
Rise of the Fallen
Bloodshed
Attitude (Sepultura cover)
Roots Bloody Roots (Sepultura cover)

Bis 1:
Sanctuary (Cavalera Conspiracy cover)
Arise / Dead Embryonic Cells (Sepultura cover)

Bis 2:
We Will Rock You (Queen cover)/ The Trooper (Iron Maiden cover)
Jumpdafuckup / Eye for an Eye

Agradecimentos: Fernando R. Junior  (Rock on Stage).