DPC. Esta é a sigla para “Depressão pós cruzeiro”, que aparece no post de todo mundo que desembarca do maior festival de Heavy Metal em alto mar do mundo. Por que? Porque todo mundo só quer saber de voltar, de estar lá de novo, de viver novamente a semana mais incrível do ano, todos os anos. E a oitava edição do festival 70000 tons of Metal não foi diferente, apenas um mês se passou e já queremos voltar para o “barquinho”, apelido carinhoso para o gigante “Independence of the Seas”, majestoso navio de cruzeiro da Royal Caribbean, que nos levou até a paradisíaca ilha de Grand Turk, em Turcos e Caicos. E levou também o Sepultura, Cannibal Corpse, In Extremo, Rhapsody, Sonata Arctica, Insomnium, Sabaton, Alestorm, Exodus, Belphegor……. e muito mais, ao todo 61 bandas de diversas partes do globo.

O festival em si começou no dia 01 de fevereiro, mas a festa sempre começa bem antes. Já como um festival consolidado (desde 2011), vários eventos são organizados antes do cruzeiro em si, em Miami e Fort Lauderdale, de onde zarpa o navio. O mais popular deles é a Beach Party, festa que deixa a praia Miami Beach vestida de preto. Como metaleiros comportados que somos, até o direito de beber na praia (proibido nos EUA) ganhamos com o passar dos anos. Depois de uma tarde reencontrando a galera dos anos passados e conhecendo gente nova do mundo todo, a festa segue, geralmente no pátio do hotel “oficial” do evento, com direito a karaokê.

Mas é no dia seguinte que a empolgação bate forte. Cada um vai do jeito que pode para o Porto de Fort Lauderdale, e excursões são organizadas para quem sai de Miami Beach. Geralmente sem estresse e com fila pequena, a dica é chegar cedo no porto, deixar suas malas com o pessoal da Royal Caribbean, e embarcar. Um almoço diversificado, para todos os gostos, e um bolo comemorativo do 70000 tons of metal estarão esperando por você. Sua mala vai chegar no seu quarto lá pelas 15-16h, então a dica é entrar com uma mochila pequena contendo o que você vai precisar durante a tarde. Mas relaxa, você vai  estar ocupado babando de tanta admiração, e bebendo pra brindar a vida boa, que vai até esquecer que precisa de alguma coisa.

Até o início da tarde, não tem shows ou quaisquer atividades, então é a hora perfeita para passear pelo navio, conhecer os bares e os decks externos e internos. Até porque depois vai faltar tempo, pode acreditar. O muster drill é mandatório, aquela hora que os funcionários mostram os procedimentos de segurança em caso de emergência. Parece chato, mas a galera vai dar um jeito de se divertir. E quando o festival realmente começa…

DIA 1

Lá pelas 16:30 o navio zarpa, e logo em seguida começam os shows. São 4 palcos, 3 funcionando desde o começo, e o pool deck (palco open air) sendo preparado para a manhã seguinte. Este ano, a responsabilidade de abrir o festival ficou com o PRIMAL FEAR, no studio B, uma pista de patinação que vira cenário para muitos moshpits, headbanging, danças folk e até trenzinhos ao longo dos 4 dias de festival. E para quem gosta de pedrada na oreia, o EXHUMED abriu os trabalhos tocando no Pyramid Lounge, um palco “secundário”, onde bandas consagradas e às vezes nem tanto, fazem um set de 45 minutos. O palco é baixo, mas a festa é boa mesmo assim. Ótima oportunidade de conhecer bandas que farão parte de suas playlists para o resto da vida.
No teatro principal, o Alhambra, a galera assistiu primeiro ao LEAVE’S EYES com a nova vocalista Elina Siirala, e lá você pode escolher entre ficar na pista ou sentar-se muito confortavelmente no teatro. Revezando entre os três palcos, apenas na primeira noite foram 21 shows! Destaque para o INSOMNIUM, que deixou o studio B lotado de gente, todo mundo saiu de lá bem feliz. Parece uma das favoritas entre os “survivors”, nome dado a todos nós que participamos do festival.

E ainda tem o karaokê, que toda a noite recebe as melhores (ou nem tanto) vozes anônimas do cruzeiro cantando clássicos e grandes hits da música madrugada afora. Quem não quer ver show, cantar ou dormir, tem bastante entrenimento nos decks 4 e 5 do navio, como o Cassino, muitos bares, pizzaria, cafeteria e muito mais. E bem, o evento tinha apenas começado!

DIA 2

O segundo dia é o mais intenso do cruzeiro, pois além de 4 palcos  montados e operantes, é o dia do Meet & Greet (M&G), onde TODAS as 61 bandas do festival dedicam um tempinho para assinar CDs, camisetas, bandeiras, e tirar fotos com os fãs. As chances de encontrar seu ídolo zanzando pelo navio é enorme, então perder o M&G não costuma ser um problema, muitos preferem ver os shows e tentar a sorte de tomar uma gelada com o ídolo à noite no Cassino.

Até porque foram 39 shows, então o tempo é muito apertado! A primeira banda a se apresentar no “Pool Deck” foi o MASTERPLAN, para os que conseguiram acordar (ou se manter acordado) às 10:00 da matina. Apesar de alguns problemas no som, a banda do Sr. Roland Grapow recheou o set com clássicos do álbum ‘Masterplan’, para o público se deliciar da pista, dos decks externos do navio, ou mesmo de dentro dos ofurôs. Este é um dos grandes baratos do festival, tem dois ofurôs do lado do palco, e um no final da pista. Claro que tem moshpit e até crowdsurfing molhado. Também no “Pool deck” se apresentaram o sempre divertido ALESTORM, com o pato de borracha gigante divertindo a galera ainda mais. Também o SWALLOW THE SUN, que voltou ao cruzeiro para tocar 3 shows, dedicados aos ‘Songs from the North I, II e III’, e neste show open air eles vieram com uma orquestra.

O SABATON, um dos grandes nomes do festival, também se apresentou no “Pool deck no segundo dia” divertindo o pessoal. No mesmo horário tocou o SINISTER, banda holandesa com o brasileiro Ricardo Falcon nas guitarras. E no palco menor o BENIGHTED, que sempre coloca um show legal pra galera.

O teatro principal trouxe uma sequência matadora no segundo dia, com METAL CHURCH, EXODUS, SONATA ARCTICA, SEPULTURA E MESHUGGAH, um atrás do outro. Alguns problemas de som não atrapalharam a performance das bandas, que de modo geral agradaram bastante. O SONATA ARCTICA surpreendeu ao tocar toda a Caleb Saga completa, o que deixou os grandes fãs da banda muito felizes, já que esta turnê até então teria sido um privilégio apenas dos finlandeses. E o SEPULTURA detonou e fez todo mundo pular e ir pras rodas, um dos maiores nomes do Heavy Metal mundial finalmente se apresentou no 70000 tons of Metal, tinha muita gente esperando por este dia.

 

As bandas do dia se apresentaram das 10:00 até às 05:30 da manhã seguinte, com 100% do tempo preenchido. Os que conseguiram ficar acordado (muita gente claro!) assistiram a um show bem empolgante do ABORTED.

E como se não bastasse 61 M&G e 39 shows, no segundo dia também começam as vendas do merchandising do festival e das bandas, que funciona com a retirada de senhas. Um sistema bem chatinho, mas vale a pena levar pelo menos uma camiseta do evento pra casa, mesmo ela custando salgadas 35 doletas.

Confira abaixo a galeria de fotos da Beach party , primeiro e segundo dias do 70000 tons of Metal. E  continue ligado que vem mais resenha e fotos por aí!