São Paulo recebeu no ultimo dia 09 de março o show dos suecos do Crashdïet, que promovem seu mais recente trabalho, “The Savage Playground”, lançado em 2013. O show estava previsto para acontecer no Inferno Club em São Paulo, porém devido aos problemas enfrentados pela casa relacionados com a documentação, o show foi transferido para o Clash Club, na Barra Funda, que abrigou recentemente apresentações de bandas como Korpiklaani, Arkona e Raven, entre outras.

Texto: José Alves
Fotos: Marcos Cesar

Depois de um forte dia de calor (que com certeza para os suecos não é lá muito comum), veio a chuva, e foi forte, deixando muitos fãs em apuros na fila que se formava antes do show. Nada que deixasse os presentes menos ansiosos para a apresentação da banda que inclusive já tocou no festival SWU, no ano de 2010, no interior de São Paulo.

Para os menos familiarizados com o grupo, o Crashdïet foi formado em 2000, incorporando fortes influências de bandas como Mötley Crüe, Skid Row e Hanoi Rocks, entre outras, sendo um dos bons representantes atuais do Glam/Sleaze. Claro que todo o visual da banda é muito marcante, e observávamos um pouco disso caracterizado nos fãs que aguardavam o início da apresentação, aliás, um público bom que preencheu bem os espaços do local. Por volta das 20h20 a banda se dirigiu ao backstage, e passando por um dos camarotes foi ovacionada pelo público (principalmente o bonito público feminino).

Por volta das 21h20 surge nos telão o logo da banda e em seguida Simon Cruz (vocal/guitarra), Martin Sweet (guitarra/vocais de apoio), Peter London (baixo/vocais de apoio) e Eric Young (bateria) sobem ao palco e iniciam a sequencia “Change The World”, “Circus” e “Anarchy”, todas do último registro da banda. Antes de mandar a ótima e grudenta “Breakin’ The Chainzz”, Simon Cruz comentou sobre o quão bom é estar de volta ao Brasil, já emendando depois “In The Raw”, do álbum “The Unattractive Revolution”, de 2007.

A performance instrumental de todos os músicos estava excelente, e Simon Cruz mostrava boa presença de palco, ele que por sinal, é o terceiro vocalista da história da banda, possuindo como antecessores H. Oliver Twisted, e Dave Leppard, que se suicidou em 2006 e que gravou um dos melhores discos do grupo até hoje, “Rest In Sleaze”, de 2005.

Do novo disco, “Lickin’ Dog” preparou terreno para “Queen Obscene/69 Shots”, muito bem recebida e com refrão cantado em peso pelo público que presenciava uma das melhores faixas da noite. “Garden Of Babylon” fechou a parte regular do set, essa também do disco mais recente dos suecos. Vale destacar a atuação do guitarrista Martin Sweet, que demonstra muita técnica e “pegada” ao vivo, com certeza pode ser incluído no hall de bons nomes do estilo na atualidade.

Para iniciar o primeiro encore, uma das melhores faixas de “Rest In Sleaze”, e talvez uma das mais conhecidas do público “Riot In Everyone”, com certeza um dos grandes momentos do show, onde Simon Cruz pediu para o público ajudá-lo nos vocais e foi prontamente atendido, uma execução excelente! “Chemical” é pedida por parte do público, e a banda atende, essa presente no álbum “Generation Wild”, de 2010.

Simon Cruz conseguia uma boa interação com os presentes, chegando depois até a se jogar no meio da galera. Queria ver o público mais louco e colocando o lugar abaixo nas próximas duas músicas, exceto na que tocaria antes dessas duas, a mais cadenciada “Excited”. Agitação não faltou nas músicas seguintes, “Down With The Dust” e “Liquid Jesus”, com o vocalista incorporando uma gaita nesta última.

Depois de mais uma saída de cena, o baterista da banda proferiu algumas palavras agradecendo ao público presente, ganhando uma grande saudação quando disse que “Amava o Brasil e que o público sabia disso”, tudo em português, também perguntando para os presentes logo depois quem já havia visto a banda e quem presenciava pela primeira vez. Chegava a hora da dobradinha final, com uso das últimas doses de energia do público para ”Cocaine Cowboys” e “Generation Wild”, que fechou a apresentação e coroou um ótimo show em solo paulistano (que daria ainda para incluir mais duas do já citado “Rest in Sleaze”, “Tikket” e “Back On Trakk” por exemplo).

Um concerto de uma hora e meia que mostrou que ao vivo a banda consegue dar conta do recado sem muitas falhas, com ótima presença de palco, reafirmando o grupo como um dos bons expoentes do Hard Rock sueco atualmente, sendo talvez uma das bandas que melhor incorpora elementos de um estilo que produziu muitas coisas interessantes em sua história.

GALERIA DE FOTOS DO SHOW

Setlist

Change The World
Circus
Anarchy
Breakin’ The Chainz
In The Raw
Rebel
Lickin’ Dog
Queen Obscene/69 Shots
Got a Reason
It´s a Miracle
Garden Of Babylon

Encore 1:

Riot In Everyone
Chemical
Excited
Down With The Dust
Liquid Jesus

Encore 2:

Cocaine Cowboys
Generation Wild

Agradecimentos: Fernando R. Junior (Rock On Stage)