Em 1972 o Jehtro Tull lançava um álbum conceitual de apenas uma música, porém como era LP a música era dividida em dois lados, a obra que era baseada na estória de Gerald Bostock que seria um menino de 8 anos, um pequeno poeta, que seria envolvido num drama com o canal BBC, após ter perdido um prêmio com uma composição por ter usados palavrões na obra.

 A banda na época fez como encarte um jornal chamado “St Steeve Cronicle” que chamou a atenção a época chegando muitas pessoas a pensar que obra se tratava de uma fato verídico.Todo esse clima levou o álbum do Jethro Tull a alcançar o primeiro posto da Bilboard. Com os anos passando a banda sempre era perguntada como terminaria a estória desse álbum e se teria ou não uma segunda parte.Varias ofertas de gravadoras surgiram e ian Anderson sempre recusou porém em 2012 ele aceitou o desafio de fazer uma segunda obra sobre o tema

 Thick as a Brick 2 lançado em 2012 fala da adolescencia e vida adulta de Gerald Bostock e deixa em branco o final deixando vários possíveis finais para a história que clara nâo termina claramente. Outro detalhe sensacional, comparado com a obra de 40 anos atrás é que a capa do disco dessa vez não é um jornal impresso e sim um portal de notícias chamado www.stcleve.com. Outro detalhe é que o álbum nâo é da discografia do Jethro Tull e sim de sua carreira solo, por isso Ian Anderson’s Jehtro Tull

 Desde o anuncio do Show meses atrás já sabia que o show seria sold out como foi, e não me assustava o fato ser um teatro, pois já havia visto a apresentação do músico no Teatro do SESI em Porto Alegre e o Teatro Bradesco possui uma excelente estrutura e localização e assim como todos teatros a avisos sonoros quando o espetáculo esta perto do seu inicio.

 No horário previsto as luzes se apagam e o espetáculo começa sem que muitos percebesse, os músicos da banda entram com uma capa marrom e como se fosse roadies estavam simulando como se estivessem limpando o palco e coisa parecida, onde alguns momentos cômicos apareceram como alguns tropicões ou dois músicos que no canto direito do palco encenavam um encontro de uma camisinha usada, fato que poucos viram pois esperávamos a entrada triunfal de Ian Anderson, quando após uma intro no Telão, eis que Ian Anderson entra ao palco com seu violão e começava ali propriamente dita a execução do clássico álbum de 1972 Thick as a Brick na íntegra com suas duas partes e quase 45 minutos de duração, e nos primeiros minutos os músicos foram tirando suas capas e se posicionando ao palco.

 O que podemos dizer e tentar mostrar da apresentação, acompanhado pelos músicos Florian Opahle (guitarra), Scott Hammond (bateria), David Goodier (baixo), John O’Hara (teclados) e Ryan O’Donnell (vocal), fizeram uma performance primorosa, onde mesclando solos, duetos e claro que Ian Anderson fez a tradicional pose que imortalizou sua imagem solando com sua flauta, cujo já no primeiro solo foi aplaudido empolgadamente por todos.

 O que vale destacar é que toda a apresentação foi a maneira teatral com que ambos os álbuns foram apresentadas  com coreagrafia de todos os músicos compondo uma peça, ou melhor dizendo, o álbum que estavam tocando, numa interpretação primorosa, com destaque para o vocal Ryan O’Donnell tão criticado na época da gravação do álbum, mas ao vivo, ele impressiona, chegando mesmo a confundir o tom de voz dele com a de Ian Anderson, parecendo até que se tratava apenas de um vocalista.

 Entre a primeira e segunda parte do Thick as a brick, aparece a violonista como se estivesse tocando via Skype e surge no telão pela primeira vez o mergulhador que apareceria constantemente nos vídeos durante toda a apresentação. Outro destaque é o guitarrista alemão Florian Opahle que já acompanha Ian Anderson há alguns anos e sabe como se posicionar num palco sem contar seu talento como grande guitarrista.

 Ao final da segunda parte de Thick as a Brick que claro terminou com a magistral frase ” And your wise men don’t know how it feels To be Thick as a Brick”, onde tivemos 10 minutos de intervalo para um breve descanço, onde outro vídeo serviu de introdução para a segunda parte onde o novo Cd Thick as a Brick vol. 2 também seria tocado na integra, música a música a estoria foi sendo executada e assim como a primeira parte brilhantemente tocada, perfeita e ao vivo, com a acústica do Teatro Bradesco, todas as versôes da segunda parte ganharam muito mais peso, e o responsável por isso certamente foi o baterista Scott Hammond, pois em suas batidas deram uma outra roupagem muito mais rock do que o original Rock Progressivo.

 Durante cada faixa era exibido vídeos e nosso mergulhador ia passando por fase a fase passeando por campos ingleses, em vária situações onde na penúltima música do set finalmente esse figurante encontra o mar para fazer seu mergulho. O destaque teatral mencionado antes continuou, o vocal variando perfeitamente entre Ian Anderson e Ryan O’Donnell com solos perfeitos do tecladista John O’Hara e do guitarrista Florian Opahle, sem contar a “cozinha perfeita” e já citada pelo baixista David Goodier que toca com Ian Anderson desde 2002 e assim foi por toda a apresentação. Todos esses elementos fez a segunda parte não perder em nada a qualidade com o primeiro Ato, mas claro que identificamos a diferença pois a primeira parte já é considerada um Clássico com 40 anos de existência e admiração mundial.

 Para o Bis, com toda a banda de volta, inclusive Ian Anderson ao aparecer um trem no telão já sabíamos qual seria a música, seria um dos maiores sucessos do Jehtro Tull,  Locomotive Breath simplesmente matadora, com o riff na guitarra como se fosse a engrenagem do trem, marcando passo durante a música, simplesmente fantástica encerrando uma apresentação quase que indescritível.

 Quando li que seria tocado apenas os dois álbuns e de uma banda como o Jehtro Tull, pensei poxa e os clássicos, Cross Eyed Mary, Aqualung, Living in the Past, para citar algumas. Pensei claramente fará falta, porém ao terminar a apresentação e ver o sorriso estampado no rosto de cada um que deixava o Teatro Bradesco certamente a escolha dos Set com ambas as partes foi perfeita.

 Só posso dizer…….MARAVILHOSO

Agradecimentos a Michele Menegatti e ao Teatro Bradesco pela atenção e credenciamento.

 

 

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Set List:

Thick as a brick

 

1. Thick as a Brick, Part 1 (Jethro Tull song)

2. Thick as a Brick, Part 2 (Jethro Tull song)

 

Thick as a Brick 2: Whatever Happened to Gerald Bostock?

 

3. From a Pebble Thrown

4. Pebbles Instrumental

5. Might-Have-Beens

6. Upper Sixth Loan Shark

7. Banker Bets, Banker Wins

8. Swing It Far

9. Adrift and Dumbfounded

10. Old School Song

11. Wootton Bassett Town

12. Power and Spirit

13. Give Till It Hurts

14. Cosy Corner

15. Shunt and Shuffle

16. A Change of Horses

17. Confessional

18. Kismet in Suburbia

19. What-ifs, Maybes and Might-Have-Beens

 

Encore:

 

20. Locomotive Breath (Jethro Tull song)

 

To be Thick as a Brick