A cidade de São José dos Campos, no interior de São Paulo, recebeu no último dia 29 de março o Encontro dos Dinossauros do Vale, que reuniu as bandas Tormentor Beastial, Head Krusher, Desgraceira e a lenda do Thrash Metal brasileiro MX. O evento ocorreu no Hocus Pocus Studio & Café, e para quem não sabe, este encontro está em sua quarta edição e é fruto do movimento de headbangers das antigas ajudando a promover o Metal e claro, a também trazer coisas clássicas para o público.
Texto: José Antonio Alves
Fotos: Rogerio Seiji
A casa Hocus Pocus é um lugar não muito grande, mas que com dois espaços, um aberto e outro fechado, recebeu muitos headbangers que aproveitaram o feriadão da Sexta-Feira Santa ouvindo um alto e bom som. A primeira banda a subir ao palco foi o Tormentor Bestial, quando já passava da meia noite. O grupo oriundo da cidade de Taubaté pratica um Heavy Metal com influências do Thrash Metal, apresentando um som bem calcado em bandas como Black Label Society e Motörhead.
Vale destacar as faixas “Almost Human”, “Reborn Of The Ashes” (uma faixa mais rápida com uma boa melodia empregada), “God Save, Satan Deprave” e as boas “Conquest Wine And Women” (essa com mais elementos do Thrash Metal) e “Gods Of War”, músicas que empolgaram o público mais jovem presente, que agitou com toda energia que lhes é peculiar.
Logo em seguida foi a vez de outra banda de Taubaté dar as caras, o Head Krusher. Ai o buraco era mais embaixo. Formado no final de 2005, a banda manda um Death Metal mesclado ao Black e Thrash Metal, que resultou em uma intensa e brutal performance, com um feeling que impressionou.
Faixas como “Devil Mind”, “Greed” (estas duas presentes no EP “Deskontroll”,de 2009), “Chaos Reigns” e “Red Manifestation” (do Full-Lenght “Hellvenge”, de 2012) são verdadeiras aulas de brutalidade que demonstram competência de sobra. Eis uma banda com potencial que pode fazer bonito no futuro.
Para desgraçar ainda mais a Sexta Feira Santa, era hora do Crossover/Thrash da banda Desgraceira agitar ainda mais a noite. Liderada por Luiz Arthur, também vocalista da banda This Grace Found, o grupo faz um som intenso com algumas letras que chegam a ser cômicas, como “Noteuku”, “Meu Saco Coça” e “Colorido de Merda”.
Com toda essa parte das letras mais um instrumental bem arrebatador, a banda fez uma ótima apresentação, a se ressaltar apenas que a essa altura o público já não agitava tanto quanto antes. Vale a pena conferir um pouco dessa brutalidade no MySpace, em http://www.myspace.com.br/desgraceirahc
Parece que o público guardava as energias para o que viria a seguir, a lenda MX finalmente subiria ao palco para mostrar faixas clássicas de álbuns como “Simoniacal” e “Mental Slavery”. A banda, que fez com louvor a abertura do show do Arch Enemy ano passado e também um show este ano ao lado do Destruction em Catanduva, se prepara para lançar um álbum especial com regravações de clássicos escolhidas pelos fãs.
Contando com Alexandre Cunha (vocal e bateria), Morto (guitarra/baixo e vocal), Alexandre Gonsalves “Dumbo” (baixo/guitarra) e Décio Jr. (guitarra), o MX fez uma apresentação que abalou as estruturas do Hocus Pocus. Mesmo com problemas de microfonia durante alguns momentos da apresentação, o som era absurdamente destruidor, e a sequencia “Mental Slavery”, “Fighting For The Bastards” e “Behind His Glasses” deixou os presentes em êxtase, com muita agitação e energia.
A banda ainda mandou a “baladinha “The Guf”, do clássico “Mental Slavery”, “Criminous Command” do álbum “Again” de 1997 e um ótimo cover para a música “Metal Church”, do Metal Church, banda que logo mais tocará na primeira parte do Live ´N´ Louder em São Paulo.
“Dark Dream”, do álbum “Simoniacal” também esteve presente, juntamente com a agressiva “I’ll Bring You With Me”. Logo em seguida foi hora de “Jason” dar uma passadinha no show do MX e provar que está mais vivo do que nunca através de cada uma das notas da música da banda. Uma das melhores da noite e que preparava o público para a sequencia final de músicas que seria a mais matadora.
“Dirty Bitch” é uma das faixas que já valem o ingresso, e de tão enérgica ganhou até repetição no show. O público continuou insano e até de mais, em alguns momentos alguns presentes subiam ao palco e faziam o famoso “Crowd Surfing” no meio da galera, fato esse que em alguns momentos até prejudicou o “laboratório” de pedais, cabos e afins que o MX tinha no palco.
Para fechar, um medley de covers com dois mestres do Thrash Metal mundial: uma dobradinha com “A Lesson In Violence”, do Exodus, e “Angel Of Death”, do Slayer, que nem preciso dizer como o público respondeu. Alguns até se arriscavam a subir no palco e cantar alguns dos versos das músicas, tamanha a empolgação. “Satanic Noise” encerrou a apresentação e literalmente deixou os barulhos satânicos nos ouvidos dos presentes em São José dos Campos.
Quem presenciou esta apresentação deve ter saído de lá com uma certeza: o MX tem muita lenha para queimar. E isso só aumenta a expectativa para o que virá no futuro, começando com o álbum de regravações de clássicos. Um dia para se guardar e que poderá ser relatado daqui dez, vinte anos, como o dia que vimos uma lenda do Thrash Metal brasileiro ao vivo. Sim, MX is Alive.
Setlist – MX
Mental Slavery
Fighting For The Bastards
Behind His Glasses
Torment
The Guf
No Violence
Criminous Command
Metal Chruch (Metal Chuch cover)
I´ll Be Alive
Dark Dream
I´ll bring you with me
Jason
Dirty Bitch (2x)
Medley – A Lesson In Violence (Exodus ) + Angel Of Death (Slayer)
Satanic Noise
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Tags: Desgraceira • dinossauros do vale • Head Krusher • MX • Tormentor Bestial • vale do paraiba
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