Em uma semana em que São Paulo recebeu nomes de peso dentro do cenário metálico mundial, mas um nome forte, desta vez do Metal Progressivo, aportou na terra da garoa para única apresentação em solo brasileiro, a banda estadunidense Symphony X. Promovendo seu oitavo álbum de estúdio, “Iconoclast”, lançado em 2011, o grupo liderado pelo notório vocalista Russell Allen volta ao país praticamente um ano após a apresentação no fatídico Metal Open Air, em São Luis, no Maranhão.

Por: José Antonio Alves
Fotos: Bruno Bergamini – http://www.flickr.com/photos/bbergamini/

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Um público razoável aguardava ansioso no lado de fora do Carioca Club por volta das 19h, e vibrou quando uma van chegou ao local com o vocalista do grupo, que saudou os presentes rapidamente antes de entrar na casa de show. Sem muitas delongas e com muita pontualidade (o que é de se valorizar e muito!) a banda subiu ao palco quando o relógio marcava 20h, e todos os integrantes são ovacionados ao adentrarem o palco, mas evidentemente que Russell Allen seria (e foi) o mais festejado pelo público.

Abrindo com a faixa título do último álbum, “Iconoclast”, observávamos o público cantando junto seu refrão de forma marcante, emendando a também faixa do último álbum “The End Of Innocence”, regada a muita emoção durante sua execução. Importante ressaltar a ótima estrutura de palco da banda, com uma iluminação excelente e com o logotipo do grupo em um telão projetado durante toda a apresentação.Como já é de praxe, Russell Allen saudou o público perguntando como todos estavam e citou que estava orgulhoso em voltar ao nosso país. Pouco depois mandaram “Sea Of Lies”, faixa muito bem recebida pelo público que está no ótimo álbum “The Divine Wings Of Tragedy”, de 1996. Praticamente sem pausa, já iniciaram a execução de “Evolution (The Grand Design)”, que também contou com participação ativa do público.

Depois de “Children Of A Faceless God” veio o primeiro e talvez único  discurso “mais longo” da noite, onde Russell Allen citou que a banda luta sempre para fazer o melhor e leva a música muito a sério, como resultado eles conseguem ótimos momentos com os públicos por onde passam. Também não ficou de fora o comentário a respeito da última passagem da banda por solo tupiniquim, mais precisamente aquela ocorrida na cidade de São Luis, no Maranhão, no fatídico festival Metal Open Air, onde Russell salientou que com tudo que ocorreu por lá, a banda precisaria voltar novamente ao Brasil.

E mesmo com os problemas de saúde do baterista Jason Rullo, a banda decidiu vir, e diga-se de passagem com um substituto que matou a pau e deu conta do recado como se tivesse muitos e muitos anos de Symphony X. Falamos de John Macaluso(que já tocou com Ark e Yngwie Malmsteen, entre outros), que assumiu as baquetas e proporcionou uma apresentação praticamente impecável em seu instrumento. Ficou então o desejo para que Jason Rullo se recupere logo para que possa dar a oportunidade aos brasileiros de o verem novamente por aqui.

A bela “When All Is Lost” foi a próxima e serviu para mostrar todo o talento de Russell que já participou tão brilhantemente de inúmeros projetos em outros grupos e com nomes importantes do Metal (entenda-se o excelente Allen/Lande, praticamente uma aula vocal que conta com o excelente Jorn Lande). “Smoke And Mirrors” preparou terreno para a última do set regular, a ótima “Of Sins And Shadows”, esta já comumente presente nos shows da banda.

Chegava a hora do bis, mas, e os outros integrantes, como foram até aqui? Excelentes! A música do Symphony X não é simples, são composições muitas vezes longas e complexas, repletas de arranjos que exigem muita habilidade dos músicos para execução ao vivo, e Michael Romeo(guitarra), Michael Lepond (baixo) e Michael Pinnella (teclado) fizeram com que tocar aquelas músicas soassem de modo fácil, tudo é muito bem ensaiado de forma que os presentes puderam ter uma aula de Metal Progressivo de muita qualidade.

Para fechar, “Eve of Seduction”, “The Serpent´s Kiss”, e “Set The World On Fire( The Lie Of Lies”, trinca do álbum “Paradise Lost” de 2007, esta última fechando com maestria a apresentação e com refrão cantado em uníssono pelos fãs. Ao som da marcha imperial, a banda se despediu do público e os saudou depois de pouco mais de uma hora e meia de apresentação.

Pode-se até questionar um set com somente 13 músicas, mas sempre há faixas que poderiam ser adicionadas, ou mesmo trocadas, isso só prova o fato da banda possuir muito material de qualidade para executar ao vivo, e quem sabe podem surgir em uma próxima oportunidade. Uma apresentação repleta de técnica e direta ao ponto, aguardemos mais bons momentos de Russell Allen e Cia em terras brasileiras no futuro.

Setlist:

Iconoclast
The End Of Innocence
Dehumanized
Sea Of Lies
Evolution (The Grand Design)
Children Of A Faceless God
When All Is Lost
Inferno (Unleash The Fire)
Smoke And Mirrors
Of Sins And Shadows

Encore

Eve Of Seduction
The Serpent´s Kiss
Set The World On Fire (The Lie of Lies)