Arkona @ Clash Club – São Paulo/SP (30/11/2013)
Postado em 03/12/2013


Pouco mais de um ano e meio depois de sua primeira apresentação em solo brasileiro, eis que o Arkona retorna ao Brasil para apresentar seu Pagan/Folk Metal regado a temas relacionados com a cultura russa/eslava. Desta vez, a banda pôde aproveitar um pouco do “boom” de bandas do estilo que estão regularmente fazendo turnês no Brasil, e pelo que tudo indica também seguirá o mesmo caminho, tocando em território tupiniquim frequentemente.

Texto: José Antonio Alves
Fotos: Kennedy Silva  – Página Oficial  – Galeria de Fotos – Arkona 

Desta vez apresentando a “Pagan World Tour”, o grupo formado por Masha Arhipova (vocais) Sergei “Lazar” (guitarra), Ruslan “Kniaz” (baixo), Vlad “Artist” (bateria) e Vladimir “Volk”(instrumentos étnicos) ainda colhe os frutos de seu último lançamento de estúdio, “Slovo”, de 2011 e também mostra um pouco do show reunido em “Decade Of Glory”, álbum duplo ao vivo lançado em fevereiro deste ano que é comemorativo aos dez anos de banda.

Passavam os minutos e a fila, claro, juntamente com a ansiedade, só aumentavam nos arredores da Clash Club, na Barra Funda, que também recebeu a apresentação dos russos em sua última visita ao Brasil. Para abrir a festa, foi convocada a banda paulistana de  Pagan/Folk/Viking Metal Sigfadhir. Liderado pelos vocais potentes de André Frekiugr, o grupo já se apresentou em alguns eventos da cena como a sexta edição do Thorhammerfest, e também a abertura do show dos finlandeses do Turisas, em março deste ano.

Contando com apenas uma demo lançada, “Galdra Smidr”, de 2011, as composições do grupo são regadas a muitos riffs intensos, arranjos de tin whistles e cadenciamentos bem característicos de bandas como Falkenbach e Bathory. Depois da intro “Galdra”, “Dawn Of Death” deu início a apresentação para um público ainda tímido e que não lotava completamente a casa. Comentando que é um prazer para a banda abrir a apresentação de um grupo que os influenciou muito, se referindo ao Arkona, o vocalista André alterna vocais mais ferozes com partes mais limpas, também merecendo destaque a performance dos dois guitarristas da banda Victor Maldonado e Fenris Fenris.1_Sigfadhir_Kennedy_Fotografia

O grupo ainda mandou dois covers, “Vilievandring”, dos suecos do Otyg e “Nordland”, do Bathory, bem executados com boa presença de palco. Outras duas faixas que merecem menções honrosas na apresentação são “Words Of A Man” e “Lobos”, esta última cantada em português e que deverá fazer parte do álbum de músicas inéditas do grupo, apresentada para um público que a essa altura já ocupava bem os espaços do local. Uma boa apresentação de uma banda que está em ascensão na cena Folk.

Pouco tempo depois era hora das encenações de batalhas no meio do público do grupo Ordo Draconis Belli, sempre marcando presença nos eventos do estilo Folk e também sendo responsáveis por distrair e preparar o público para a grande atração da noite desta vez em duas apresentações. Já era possível vislumbrar uma casa bem mais cheia do que no início e mais cheia até que a apresentação anterior da banda em 2012, prova do aumento notório da popularidade do grupo por aqui.

Um a um eles foram ocupando seus intrumentos ao entrar no palco…Bateria, baixo, gaita de fole, guitarra e claro, os vocais super aclamados de Masha que deixaram o público em total êxtase quando ela surgiu ainda na introdução “Az”, emendada com “Arkhaim”, os mesmos temas que abrem o último trabalho de estúdio do grupo, “Slovo”. A energia passada pelo grupo era contagiante e não demorou para o público estar sob total domínio do “Arhipova” e cia a cada bangueada sincronizada dos russos.2_Arkona_Kennedy_Fotografia

Se há algo que o Arkona e muitas outras bandas que misturam Folk e Metal Extremo fazem muito bem é justamente esta transição entre um estilo e outro nas composições. De uma melodia de flauta/tin whistle, ou mesmo gaita de fole, vamos para blast beats de batera e riffs velozes, como na aclamada “Goi, Rode, Goi”, do álbum de mesmo nome lançado em 2009.4_Arkona_Kennedy_Fotografia

Todos os integrantes agitam de forma impressionante, com destaque para Vladmir (gaita de fole e demais intrumentos étnicos) e Sergei “Lazar”(guitarra), e até mesmo o baixista Ruslan, que talvez seja o mais tímido no palco também marca presença. Mas o que falar de Masha? A moça parace estar recebendo entidades em seu corpo para conseguir agitar tanto, pulando, bangueando, dançando (sim!) e se movendo por todos os lados do palco como se não houvesse amanhã .Ela agradeceu o público, ou “Meus Amigos”, como ela sempre se refere, e assim mandaram as próximas, “Zakliatie”  e “Pamiat”.
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“Slav’sja, Rus'” é um dos hinos presentes no álbum “Ot Serdtsa K Nebu” de 2007 que com certeza não poderia ficar de fora da apresentação, sendo muito bem recebida pelos presentes. Após “Katitsja Kolo”, a banda sai do palco e quem volta é apenas Vladmir “Volk” e sua gaita de fole fazendo um breve solo que empolgou os presentes.6_Arkona_Kennedy_Fotografia

Ao mesmo tempo que a banda interagia bastante com o público para agitar a apresentação, os discursos de Masha não eram longos, de modo que ela apenas proferia algumas palavras de agradecimento entre uma ou outra música. Mas em “Po Syroi Zemle”, era hora de colocar São Paulo para pular e se o idioma russo não é lá muito favorável para cantar “junto”, pelo menos em animação o público foi nota dez!5_Arkona_Kennedy_Fotografia

O ápice da noite chegara, com a execução de “Stenka na Stenku”. A faixa presente em “Slovo” é um verdadeiro hino de batalha, onde no próprio vídeoclipe da música guerreiros se degladiam mais no sentido de fazer festa do que propriamente lutar. E este foi o espírito, Masha comentou que era hora de um “Wall Of Death” e o numeroso público se dividiu no meio da casa culminando depois de alguns acordes em um mosh/roda folk ou como queiram chamar que foi de energia incrível.8_Arkona_Kennedy_Fotografia

O público ainda anseava por muitas outras músicas, mas já estávamos perto do final. “Solntsevorot” e a sempre festejada “Yarilo” fecharam o set regular e colocou a Clash Club para dançar. Apenas uma ressalva deve ser feita, da metade do show em diante, alguns trechos em que Masha cantava usando guturais eram praticamente inaudíveis, porém em “Yarilo” houve uma melhora considerável, o que nos leva a crer que alguns problemas técnicos tenham atrapalhado, tendo em vista que nas partes limpas a vocalista fez uma performance bem consistente.

Ainda rolaria “Kupala i Kostroma”, do álbum “Ot Serdtsa K Nebu” como bis, para fechar a apresentação que com certeza poderia continuar por mais tempo e por exemplo contar com faixas como “Marena”, “Maslenitsa” ou até “”Pokrovi Nebesnogo Startsa”, mas essas ficam para uma próxima.7_Arkona_Kennedy_Fotografia

Com pouco mais de uma hora e vinte de set, o Arkona se despedia de São Paulo na promessa de voltar em breve para mais uma vez proporcionar mais que um show, uma verdadeira festa! A julgar pela quantidade de músicas, um show bem curto que com certeza poderia ser maior, mas levando em consideração toda a performance dos músicos no palco, a certeza é que quem foi saiu satisfeito pelo que foi mostrado com todo vigor por uma banda que só deve crescer mais em território brasileiro nos próximos anos.

Setlist:

1. Az’
2. Arkaim
3. Ot Serdtsa k Nebu
4. Goi, Rode, Goi!
5. Zakliatie
6. Pamiat
7. Slav’sja, Rus’!
8. Arkona
9. Katitsja Kolo
10. Bagpipe Solo
11. Skvoz’ Tuman Vekov
12. Po Syroi Zemle
13. Stenka na Stenku
14. Solntsevorot
15. Yarilo

Encore

16. Kupala i Kostroma

 

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