Hypocrisy @Carioca Club – São Paulo/SP (21/04/2014)
Postado em 25/04/2014


Após quatro anos de uma memorável apresentação em São Paulo, os suecos do Hypocrisy retornaram para mais um turnê impecável, onde misturaram grandes clássicos e novos sucessos de forma equilibrada para grande apreciação dos fãs.

Resenha: Vinícius Starteri
Fotos: Marcos Cesar (Bullino.Inc)
Agradecimentos: Costábile Salzano Jr.

Para ver o álbum de fotos do show, clique aqui.

Para uma noite de feriado, já era de se esperar uma boa massa de fãs da música extrema neste show, e foi o que realmente aconteceu. Pois não seria apenas a apresentação dos “pais” do death metal sueco, mas sim uma festa de celebração de culturas (tanto brasileira como sueca).

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Às 18 horas a casa foi aberta com uma fila realmente expressiva, pois muitos estavam ansiosos para uma das grandes apresentações da noite, a banda de death metal paulistana Torture Squad.

A banda subiu ao palco pontualmente às 18h30 e deu o pontapé inicial para a turnê de seu novo álbum “Esquadrão da Tortura” (2013) com um setlist meticuloso e bem estruturado para a ocasião. O novo álbum é o primeiro registro com André Evaristo nos vocais, que agora, além de guitarrista é também o frontman da banda.

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Com a casa com um número bem grande de espectadores, o Torture Squad não deixou ninguém poupando energia para o próximo show e fez muitos entortarem começando o show com uma bateria de três músicas incríveis do novo álbum “No Escape From Hell”, “Pull The Trigger” e “Pátria Livre”.
Após a execução das novas canções, o público ovacionava por Torture Squad com grande ênfase. Foi então que André Evaristo anunciou o grande clássico da banda, Pandemonium do seu álbum homônimo.

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A banda se manteu imponente a todo instante e mostrou o porque são  um dos grandes símbolos do metal nacional. E após a execução da música “The Beast Within” do álbum Hellbound (2008), o baterista Amilcar Christófaro realizou um solo de bateria imponente, e assim, levando o público a loucura. Essa foi a deixa para começar a nova música “Nothing to Declare”, que deixou muitos espantados pela sua base forte do instrumental.

Com mais duas músicas fenomenais, a banda anuncia sua última música “Horror And Torture” que digamos que foi a chave de ouro para fechar essa excelente apresentação.

Após anos de ver a cena brasileira relativamente fraca em abertura de shows, com público vazio e lotação após o término de suas apresentações, a banda Torture Squad quebrou este paradigma mostrando que isso está começando a mudar até nos shows mais extremos, com uma ótima recepção do público e grande aclamação do mesmo após o término.

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Enfim a hora mais aguardada pelos fãs, a banda Hypocrisy subia pontualmente às 21h no palco para mais uma apresentação que marcaria na memória de muitos brasileiros naquele feriado ameno. Quando Peter Tägtgren surgiu, o público grito ensandecisamente por Hypocrisy e sem delongas se iniciava a faixa homônima do mais recente álbum e da atual turnê, “End Of Disclosure” (2013).

Com aquele som background que mistura a genialidade melódica sueca com o peso impactante do instrumental, fez os headbangers brasileiros sentirem na alma o que é a banda Hypocrisy. Foi como uma grande sinfonia anunciando o fim do mundo, e sem perder tempo, os fãs mais alucinados subiram até em cima do ombro de seus amigos para querer se aproximar ainda mais da banda.

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Foi então que sem pausas, uma sequência devastadora foi executada. As músicas “The Tale Of Thy Spineless”, “Fracture Millenium”e o clássico “Killing Art” levou o público ao delírio, onde diversas pessoas balançaram suas cabeças de forma sincronizada junto a banda, dando um ar de orquestra ao Carioca Club.

Após um grande “punch” sonoro, Peter disse ao público que já fazia tempo que não voltavam, e prometeu que não demoraria mais tanto tempo assim para retornar. Foi então que o mesmo anunciou mais uma nova música, que particularmente é a melhor do mais recente álbum, a música denominada “The Eye”. Logo em seguida a banda emendou a excelentíssima “Valley Of The Damned” do penúltimo álbum “A Taste of Extreme Divinity” (2009) e Fire In The Sky do álbum “Into The Abyss” (2003).

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Outro discurso e grande interatividade com os fãs, Peter Tägtgren soltou uma leve piada para “quebrar o gelo” e fazer o público se sentir mais a vontade com a banda, pois o povo aclamava repetidamente por Hypocrisy e Peter respondeu:
“- Vocês gritaram para a gente, mas agora a gente também vai gritar um pouco para vocês”

E iniciou um grande medley para espanto da platéia, com  a sequência absurda de “Pleasure Of Molestation/Osculum Obscenum/Penetralia”, nesse sequência de músicas que viria junto ao medley era altamente perceptível a ótima equalização do som, onde esbanjou equilíbrio dos agudos aos graves. O som ecoou por todo Carioca Club de forma imponente, fazendo até fãs mais novos ficarem impressionados com tal apresentação.

Esta parte do show se estendeu por mais cinco músicas fora o medley, e individualmente cada uma mais formidável que a outra, até a execução de “Warpath” do álbum Virus (2005) onde fez que o público se mantivesse mais aficionado pelos suecos, pois Peter pegou a bandeira do Brasil e disse que adorava este país. Após essa demonstração de afeto pelos fãs, a banda encerrou sua parte principal com “The Final Chapter” do álbum homônimo The Final Chapter (1997).

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A banda se despedia do palco com um ar de graça, pois teríamos um bis incrível a ser executado, mas a única coisa que se ouvia dos fanáticos que estavam na frente do palco era os gritos de mais músicas. E após uma pausa de pouquíssimos minutos, todos retornariam ao palco para execução do bis, e obviamente, das músicas mais esperadas pelo show.

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Quando iniciou-se o hino “Roswell 47” do álbum Abducted (1996), foi a gota d’água para que os fãs ficassem totalmente enlouquecidos, a mistura da base pesada com a introdução melódica foi ecoada dentro da alma, digamos que este foi o ponto mais forte do show. E para fechar esta apresentação memorável, quee diga-se de passagem, que tem tudo para ser um dos melhores shows de 2013, as músicas “Adjusting the Sun” do álbum “The Final Chapter” (1997) e “Eraser” do álbum “The Arrival” (2007) foram executadas de forma simplória para alegrar a noite dos fãs que já estavam satisfeitos com o belo espetáculo ali visto.

Poucas apresentações foram tão tocantes ao público como vimos neste show, onde fãs extremos da música aplaudiram ininterruptamente no fim do show e inclusive alguns relataram que se sentiram tão satisfeitos como a última apresentação em 2010.

SETLIST TORTURE SQUAD:

– No Escape From Hell
– Pull The Trigger
– Pátria Livre
– Pandemonium
– Living For The Kill
– Come To Torture
– The Beast Within
– Nothing to Declare
– Fear To The World
BIS:
– Chaos Corporation
– Horror And Torture

SETLIST HYPOCRISY:

– End of Disclosure
– The Tale Of Thy Spineless
– Fractured Millenium
– Killing Art
– The Eye
– Valley Of The Damned
– Fire In The Sky
– Pleasure Of Molestation/Osculum Obscenum/Penetralia (medley)
– Buried
– Elastic Inverted Visions
– 44 Double Zero
– Warpath
– The Final Chapter
BIS:
– Roswell 47
– Adjusting The Sun
– Eraser

 

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