Ser mãe é uma tarefa que exige amor e dedicação, alem de ser uma posição de responsabilidade admirável. E quando essa tarefa é compartilhada com o amor ao metal? Conversamos com algumas mamães headbangers que fazem parte de bandas no metal nacional e elas compartilharam um pouco da experiência de ser mãe e mulher na cena brasileira!
Uma pequena homenagem da A Ilha do Metal para todas as mamães do metal. \m/
Respeito passado entre gerações:
The Knickers ( Em português, “As Calcinhas”) é uma banda brasileira de rock feminino formada no ano de 2007 em Fortaleza, Ceará, com o som voltado para o Rock n Roll, Hard rock e Heavy Metal. A vocalista Alinne Madelon, além da paixão pelos palcos, é proprietária da loja Metal Fatality e vive de uma forma diferenciada a experiência de ser mãe:
Alinne, que está no quinto mês de gestação comenta: “Pra mim, não vejo desafio ser mãe e fazer parte de uma banda, estou conseguindo conciliar tudo muito bem, tenho uma família que me apoia tanto como mãe e como vocalista e bailarina. Estou gravida, estamos trabalhando no nosso CD enquanto a fase da gestação passa… também já fizemos alguns shows mesmo durante a gestação e até agora deu tudo certo!”
Aline segue com a agenda de shows da The Knickers mesmo durante sua gestação e garante: sua filha ira acompanha-la nos shows, mas crescendo com liberdade para escolher o estilo musical que mais lhe agradar : “Pretendo levar a Lita minha baby pra os shows sim! Assim que possível quero que ela esteja presente em todos. Na minha casa escutamos do blues em diante, minha filha será livre pra escolher o que ela achar melhor para os ouvidos dela. Claro que dentro de casa terá as melhores indicações os melhores materiais possíveis, mas liberdade musical ela terá, afinal será uma pessoa como qualquer outra, terá seus gostos pessoais assim como eu e o papai Ítalo”.
MÃE AO EXTREMO:
Simone Midnightmare é vocalista da banda Midnightmare desde sua fundação, há quatorze anos. Ela segue como uma das principais referências das mulheres no metal extremo Nacional, e em suas aparições é frequente as demonstrações de carinho e companheirismo com a filha Kimberly e seu esposo Quercia Midnightmare que também é membro da banda como baterista. “A Kimberly me acompanha em vários shows, não só os da minha banda. Desde o ventre escuta metal por Osmose! Fiz vários shows grávida, por incentivo do meu marido Quercia e de alguns amigos, nunca parei de tocar, me sinto feliz tocando e isso me fazia muito bem!” comenta Simone.
A responsabilidade de ser mãe, trouxe mudanças para a família Midnightmare, mas nunca impediu que a banda continuasse suas atividades:
“Com o nascimento da minha Tranqueirinha (apelido de Kimberly) tive que rever alguns conceitos parar com algumas extravagancias: beber, fumar, noitadas na rua… eu a amamentei até os 2 anos e meio de idade, pois ela nasceu com alergia a lactose e só podia tomar leite materno. Sendo assim, tive que leva-la as shows que o Midnightmare fazia, antes das apresentações eu a amamentava e quando terminava de tocar ia embora. E eu sabia muito bem e também acho que esse tipo de evento não é um lugar legal pra se levar bebês.”
Simone comenta ainda que as letras das musicas podem servir de lição na educação dos filhos: “Cara… é muito legal as vezes uso algumas letras de musicas pra dar exemplos do que pode acontecer em nossas vidas, assistimos a alguns shows em DVD em casa… tento incentiva-la a ser independente, acho que é o melhor que posso fazer por ela, pra que se torne um ser humano feliz, dou todo o apoio quando ela precisa”.
Tal Mãe, Tal filho:
Não é preciso muito para ver que o pequeno Israel seguiu os passos da mãe na estrada do heavy metal e sente orgulho por ter uma mãe headbanger: “Ele curte demais, adora que vou busca lo na escola quando posso, levou um CD da Martíria (banda na qual Juliana é vocalista) pra escola escondido de mim, só pra mostrar que a mãe era vocalista de banda de ‘rock’, sinto que ele tem de mim o mesmo orgulho que tenho dele.”
Mas mesmo nos dias de hoje, Juliana revela que sofre preconceito de outros pais por ser uma mãe que curte Heavy Metal: “Um desconforto que enfrento são os olhares tortos das outras mães nas reuniões da escola. Não vou em todas, minha mãe me ajuda nisso, mas quando vou sempre vejo que há um certo preconceito por parte das outras mães, por eu me vestir diferente, ter tatuagens e obviamente ouvir “musica do capeta” como elas provavelmente entendem que seja. Já os filhos acham legal o fato de o Israel, meu filho, ter uma mãe diferente e que tem banda de “rock”.
Vencendo desafios:
Marilia Massaro, é vocalista da banda Horny for Blood, e também comentou um pouco sobre como e estar em uma banda e ao mesmo tempo tomar conta da pequena Manuela de 6 meses:
Qual o maior desafio de ser mãe e fazer parte de uma banda de heavy metal?
Marilia: “Olha é conciliar o tempo de banda com a família,eu no começo achei que não ia conseguir mas hoje eu até levo minha bebê para os ensaios! Fiz vários shows grávida e ainda por cima gravei um EP da banda Horny for blood, com 7 meses de gravidez. Quando ela crescer eu vou deixá-la escutar oque bem entender porém a influencia no metal é enorme já que eu e o pai dela temos banda”.
As mamães headbangers são muitas, e estão espalhadas por todo o Brasil, e merecem todo nosso respeito e admiração! Parabéns a todas as mães headbangers, que mesmo ao enfrentar desafios e preconceitos, cuidam de seus filhos com muito amor e METAL!
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