No último sábado (10/04), fui incumbido de uma tarefa atípica comparada às quais desenvolvo aqui na Ilha: entrevistar uma banda de São Paulo, que viera a Curitiba participar de um evento no Hangar Bar. Confesso que o nervosismo foi instantâneo, pois iria sozinho e não tenho uma dinâmica muito aceitável com pessoas desconhecidas. Mas não existe nada que um headbanger apaixonado pelo que faz não consiga realizar, não é?!
Enfim, se tratava da banda ChimeraH, de Guarulhos. A banda foi formada em 2007 pelos irmãos Bruno e Felipe Santos. A formação atual tem Bruno e Rogério Oliveira nas guitarras, Felipe no baixo, Marcelo Toselli na bateria e Diogo Nunes no vocal. Os integrantes da banda somam aí pelo menos 15 anos de experiência trabalhando com música. A idéia inicial da banda foi fazer um som despreocupado com a questão de estereótipos e vertentes. Cada integrantes trouxe sua inspiração e desenvolveu-se um som que engloba desde o Hard Rock até o Metal extremo, Bruno explica: “cada de nós tem uma influência de um segmento diferente, cada um coloca ali sua particularidade e é onde saem as músicas, com a cara da ChimeraH”, Rogério complementa: “se a gente se apegar a rótulos vai chegar no que estão um monte de bandas hoje, tudo a mesma coisa”.
Conversamos bastante sobre a questão do Metal no Brasil. Bruno deixa claro que o Metal vive um dos seus piores momentos em solo nacional, principalmente pela grande quantidade de bandas covers, que atrapalham muito o trabalho de bandas de som próprio. Existe a questão de o público em geral prestigiar mais as bandas de fora, da década de 1970, 1980 e esquecer-se dos trabalhos autorais de bandas que estão surgindo agora. Rogério diz: “você rala pra caramba e vai procurar uma casa pra tocar (…) é difícil eles aceitarem uma banda de São Paulo pra tocar numa casa legal, eles querem cover específico”. Bruno comenta que a educação, principalmente cultural e musical, é fundamental ao Brasil. Faz um comparativo com a Alemanha, onde os jovens já têm uma bagagem musical muito grande desde o berço: lá existe um apoio muito grande à música – o Metal no caso – e no Brasil ainda existe um preconceito muito grande sobre o gênero – talvez um dos estilos musicais mais complexos e elaborados ao lado do Jazz, música erudita, Bossa Nova, dentre outros – taxando-o muitas vezes de “barulho”.
Rogério comenta que a banda está desenvolvendo um trabalho de assessoria de imprensa bem sólido pra divulgar o trabalho da banda, partindo daqui de dentro. Foi lançado o EP Into the Night agora no começo do ano e a idéia é lançar mais um EP até o meio do ano, pra alavancar o projeto da banda e se lançar ao mercado internacional que, como o próprio Rogério disse, é uma fatia bem considerável.
O show, terceiro na sequência do evento, foi realmente muito bom, apesar da casa estar relativamente vazia. Quem teve a oportunidade de assistir, com certeza gostou do que presenciou. A banda tocou músicas do EP Into the Night e alguns covers – Dream Theater, Yngwie Malmsteen, dentre outros. Uma formação bem sólida, dois guitarristas esbanjando técnica e feeling, enfim, uma sinergia impressionante entre os membros. Considerando os três anos de estrada da banda, é realmente bastante interessante visualizar um trabalho bastante sólido e consistente realizado pelo ChimeraH. Trabalho este que já foi recompensado com a oportunidade que os caras tiveram o ano passado de estar abrindo o show da banda alemã Primal Fear. Reconhecimento mais que merecido.
Segundo Marcelo Toselli, no segundo semestre, o ChimeraH começa uma turnê pela América do Sul, para divulgar o trabalho. Ficamos na torcida para que a banda se firme tanto no país quanto pra fora.
É isso aí, galera! Quem quiser ouvir a entrevista completa com Bruno Santos e Rogério Oliveira do ChimeraH, ela será transmitida próxima quinta, 22 de abril, as 22h00min no nosso programa de rádio A Ilha do Metal na Musical Web rádio, com reprise na sexta, as 14h00min.
Myspace da banda: ChimeraH Sounds
Categoria/Category: Sem categoria
Notícia mais recente: « Bandas Nacionais: Frozen Pain
Notícia mais antiga: Sepultura e Hangar na Virada Cultural Paulista »