IRMÃOS CAVALERA EM UMA NOITE METÁLICA E HISTÓRICA
Max e Iggor surpreendem com boa forma e apresentação no Rio de Janeiro
Depois que eu assisti aquela apresentação dos irmãos Cavalera, a impressão que eu tinha para esse show era de desconfiança. Naquela ocasião, eu não tinha curtido o show que rolou deles tocando o disco “Roots” na íntegra, e sendo agora dois discos que eu considero melhores que esse e que tecnicamente exigiria bem mais, fui com um pé atrás, apesar de estar motivado para tal apresentação.
Os caras simplesmente fizeram uma apresentação histórica tocando com “sangue nos olhos” e apagando toda impressão que eu tive do show anterior, inclusive, essa história de que Max e Igor estão velhos e cansados. Foi feeling demais, um público ensandecido que reunia jovens que jamais viram o Sepultura com a formação clássica como aqueles velhos fãs como eu que já presenciaram apresentações deles antes. Tocaram Beneath the Remains e Arise na íntegra, dois trabalhos marcantes na discografia do Sepultura, principalmente o último por ter sido o disco que revelou de vez a banda para o mundo. Como esquecer daquela apresentação histórica de 1991 no Rock in Rio 2?
A medida que cada música era executada, a energia ia subindo e a impressão que me dava era de que o Circo tinha se tornado um caldeirão, porque ele estava abarrotado e o “moshpit” era insano. Assim quem entraram no palco a festa começou, porque além de show era esse o clima da parada também, onde Max interagia demais com o público. Aliás, a presença de palco que esse cara tem é única e mostra por que o Sepultura chegou onde chegou inclusive, e Igor não deixou por menos. Caladão e cara fechada como sempre, mostrou que ainda toca muito bem e porque suas batidas se tornaram tão marcantes para o Metal mundial. A formação está ótima, Mark Rizzo, o guitarrista, toca muito e sua presença de palco é incrível. O baixista também toca muito bem, inclusive, com os dedos, e não é lá muito comum em um estilo mais rápido como o Thrash. Além dos clássicos, foi gratificante ouvir músicas que geralmente nem eles tocavam na época da banda, mas tem um sabor especial pois são discos excelentes de “cabo a rabo” e não tem o que reclamar. Ouvir “Slaves of Pain” e “Stronger than Hate”, “Primitive Future” e “Infected Voice”. Além desses discos, os caras se animaram tanto que tocaram também “Troops of Doom”, “Refuse / Resist” e “Roots”, agradando em cheio o público presente que já se dava como satisfeito. Além disso rolou um cover para “Ace of Spades” do Motorhead. Beneath the Remains e Arise, músicas que abrem os discos homenageados, acabaram ganhando um medley no final do show, o que eu achei um tanto estranho, e confesso que preferia que rolasse mais uma música de qualquer outro disco.
Será que vai rolar uma futura turnê tocando outros discos como “Morbid Vision”, “Schizophrenia” e “Chaos AD”?
A abertura ficou por conta das excelentes Bandas Endrah, que fizeram uma apresentação impecável. Destaque para o baterista Henrique Pucci. Como o cara toca! Tocaram em clima de festa, afinal, era aniversário do carismático guitarrista Covero. O som dos caras é bem técnico, ora extremo ora mais moderno, com uma pegada as vezes bem Pantera. Se o público ainda não era grande, por outro lado estavam lá prestando atenção e curtindo o som deles. Eu curti e goste do que vi. Quanto ao Enterro, a banda acabou estranhamente encerrando o evento. Pelo que eu soube foi a questão do horário, porque teve um atraso e o Cavalera tinha que tocar. O que seria ruim acabou sendo positivo demais para eles já que além da excelente apresentação e de terem tocando para um bom público, e isso, ainda com o problema de terem que tocar somente com uma guitarra porque o outro guitarrista teve que ir embora por assuntos pessoais. Encerram o evento com chave de ouro e com excelente impressão do público presente. Donida, que também tocava guitarra no Matanza, segurou bem a onda, e Kaffer, baixista e agora vocalista, se mostrou um bom frontman e elevou o vocal da banda a outro patamar.
Sem polêmicas, a minha impressão é que se o Sepultura hoje tem o nome e anda fazendo um bom trabalho, o Cavalera tem a essência da banda e discussões à parte, é inegável renegar os que os irmãos fizeram e representam para o Metal Brasileiro e mundial.
- Beneath the Remains
- Inner Self
- Stronger Than Hate
- Mass Hypnosis
- Slaves of Pain
- Primitive Future
- Arise
- Dead Embryonic Cells
- Desperate Cry
- Altered State
- Orgasmatron
- Ace of Spades
- Troops of Doom
- Refuse/Resist
- Roots Bloody Roots
- Beneath the Remains / Arise
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Tags: Cavalera Conspiracy • Max & Iggor • sepultura • Soufly
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