Ritchie & Blacktie @ Auditório Ibirapuera – São Paulo/SP (13/04/2019)
Postado em 17/04/2019


Sabe aqueles shows que quando você assiste, você fica de queixo caído esperando rever outro show da Tour, ou que lançem o próximo CD então essa é nossa história com Ritchie & Blacktie.

Claro que quando fomos conhecer esse novo projeto, dois anos atrás, tínhamos na cabeça o hitmaker que era Ritchie nos anos 80 com seus inúmeros sucessos e no lançamento quando lançaram o CD “Old Friends – The Songs of Paul Simon”, derrubou todo e qualquer paradigma ou preconceito e até citamos em nosso site como um dos melhores shows e discos daquele ano.

Excursionaram pelo Brasil e agora voltam com o que seria o lançamento do novo CD “ Wild Word – The songs of Cat Stevens“, porém infelizmente, como todo artista independente não ficou pronto a tempo deste lançamento.

O formato da Banda é um diferencial em termos de musicalidade e sonoridade que se torna monstruoso, Ritchie & Blacktie são além do vocalista que chegar a ser óbvio quem seja, tem Fabio Tagliaferri (viola), Mario Manga (violoncelo) e Swami Jr. (baixo) e sempre como convidado o excelente Tuco Marcondes e como deve ter percebido, apenas instrumentos acústicos.

Ah então as versões são Acústicas? Você deve estar se perguntando

Claro “pequenho gafanhoto” porém nesse formato e como se propõe a tocar o resultado é uma vibração como seu time ser campeão com um gol nos acréscimos tamanha emoção que proporciona, e lembrando que isso é ser músico de verdade ( E não ficar falando de político, lembrando que Nenhum presta!!! E deixa isso pra lá)

O show foi praticamente lotado, sendo a capacidade de 800 pessoas, e muita gente que estve no lançamento do projeto certamente , como nós, estavam lá de novo a espera de conhecer o novo trabalho baseado na obra de Cat Stevens.

Yusuf Islam , o nome adotado pelo músico Cat Stevens é um cantor de Folk que fez grande sucesso nos anos 70, e morando inclusive aqui no Brasil no final dos anos 70 e possui inumeros clássicos e sua linha de trabalho são como Simon & Garfunkel, Bob Dylan, James Taylor, Joan Baez, Johny Cash ou Bruce Springsteen.

Vale lembrar que um dos melhores shows que assistimos na vida, foi o dele no Credicar Hall quando fizemos para o site amigo Rock on Stage quando Yusuf Aslam/ Cat Setevens passou pelo Brasil em novembro de 2013 na Tour Peace Train ( Leia essa Resenha aqui).

E como é bom assistirmos shows em ambientes como o Auditório Ibirapuera – Oscar Niemeyer, um ambiente diferenciado, rico e que valoriza e muito a música e cultura do nosso país.

No horário previsto, o video introdutório começa e logo temos a banda no Palco com o vocalista entrando por último com “Morning Has Broken” do Teaser and the Firecat (1971), e explendida, e já pensávamos, será outro absurdo, como se fosse um estalo do Thanos apagando metade dos shows sensacionais que já assistimos na nossa cabeça usando uma linguagem mais jovial.

“Where do The Children Play” foi a seguinte, magistral, e com uma sonoridade diferente da que encontramos no LP Tea for the Tillerman (1970). Outro clássico, que soa até um pleonasmo ( aquilo subir pra cima…, descer pra baixo, podia encaixar uma piada mas prefirimos usar o etc…) foi ” Oh very Young”, do álbum de 1974 Buddha and the Chocolate Box e claro por Ritchie ser inglês e um interprete fabuloso, e ser fã de Cat Stevens deixou tudo muito mais natural sem soar nada minimamente forçado, sendo esse uma das grandes carasteristicas deste Projeto.

Ritchie agradeceu a todos explicando novamente e projeto e deixando claro em um depoimento sincero o quanto eles como um projeto ou banda, cresceram com os shows, e explicou o atraso na produção deste novo CD que seria aquele o dia do lançamento, e já anunciou um terceiro com a obra de James Taylor para provavelmente o final de 2020, e quem sabe com um box, vinil etc… ( Se sair em Vinil só dizemos Vixiiiii!!!)

Aquele som de um violão e baixo combinados com um violoncelo e Violino deixa a atmosfera nobre, e digamos “curiosa”, pois essa adaptação aos arranjos naturais soa uma das grandes qualidades do Blacktie.

A parte mais sentimental do show onde Cat Stevens, cantou sobre familia, filhos, relação com os país e separação foi mágica, começando com “Moonshadow” e a inegualável “Father & Son” que para quem vive longe do Pai como o caso do nosso fotógrafo é algo como escutar “Pai heroi” do Fabio Junior, e não tem jeito, se você admira o seu pai, você certamente irá cair algumas lágrimas e nesse dia não foi diferente e assim como 2013 com Cat Stevens lágrimas cairam sim, afinal “Os metaleiros também amam”.

Estava sentindo falta de uma pessoa extremamente carismática da banda, que seria Mario Manga, que finalmente nos dá o ar de sua graça e carisma praticamente nos dando um show de stand up comedy, paralelo as músicas descrevendo sua trajetória desde a Inglaterra e sua vinda com o vocalista ao Brasil, simplesmente sensacional.

“Sad Lisa” foi outro grande momento na apresentação, sendo extremamente mágica, e o que dizer de “Lady D’Arbanville ” essa ainda do álbum de 1970, Mona Bone Jakon, quando o Brasil tinha um futebol raiz e era Tri-Mundial nesse tal de futebol.

Ritchie lembra que aqui no Brasil Cat Steven não é tão conhecido como Paul Simon e até o repertório escolhido ficou pequeno então se a platéia agitasse mais, teríamos algumas faixas do repertório do primeiro disco dedicado a Paul Simon, que óbvio foi bem atendido.

“Peace Train”, outra inquestionável de Cat Stevens, do LP Teaser and the Firecat (1971) , e que deu nome a Tour que passou pelo Brasil em 2013, ganha peso e força na interpretação desta formação Anglo-brasileira com a que achamos ter sido a versão que ficou mais Rock digamos assim.

Aos amantes de Hard Rock, que estejam lendo essas porcas linhas, tenho uma notícia muito triste a vocês, “Wild Word” não é e nunca foi composta pelo Mr. Big e sim por claro, Cat Stevens, no Tea for the Tillerman (1970) e ficou assim como a excelente banda americana, ficou uma versão mais Pop e não digamos crua no conceito como a versão original, porém em todas representa a alegria que todas versões nos trasmitem com sua letra que indepente do que a vida nos agredi nesse mundo, sempre devemos ter aquela alegria de uma criança.

Chegava a hora do Bis que claro começou com três versões do primeiro disco que homenagearam Paul Simon que simplesmente foi a pau de cal em cima do caixão, começando com “The Boxer”, com todos batendo palma no refrão, simplesmente especial.

A segunda, outra decepção aos mais radicais será em saber que assim como a canção regravada pelo Mr. Big a canção “The Sound of Silence” também não é originalmente escrita pelo Disturbed e sim por Simon & Garfunkel, e aqui são versões distintas onde a versão do Disturbed se destaca pelo Tom Sombrio a de Ritchie & Blacktie ganha por destacar o riff e harmonia no Violencelo e Violino e uma brilhante interpretação de Ritchie.

“Bridge Over Troubled Water”, foi a mais brilhante de todas, onde na versão original é basicamente no piano, a versão que tivemos aqui apenas com cordas, deixa a mesma digamos que melhora o que parecia impossível.

O final voltamos ao homenageado no show e disco sendo a última música a faixa “Never” do LP Back to Earth dde 1978 sendo essa a mais atual que tocaram no dia e até pareceu uma versão masi curta que a original.

Um show tão surpreendente como o primeiro que vimos hmeageando lendas e trazendo versões atuais até para possiveis espectadores que não conheciam o trabalho e certamente tiveram uma noite mais que especial, em certamente um dos melhores Shows do Ano.

Quando se tem muitos hits e um projeto como esse, algumas ficam de fora mas principalmente senti falta de ” The First Cut Is the Deepest “, porém assim como teremos versões de James Taylor, porque não ir além com algumas versões de Pink Floyd, Rolling Stones, Cream, The Beatles, Led, ou tantas outras lendas que nessa vida de Revival que temos seriam obras grandiosas, fica a dica…

 

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