Texto – Lucas Amorim

Fotos – Flávio Santiago

O Coldplay deu sequência neste último sábado (10 de Março), a sua série de 11 shows no Brasil, que vai até o dia 28 de maio. O grupo fará seis apresentações em São Paulo, duas em Curitiba e três no Rio, e todas as datas em São Paulo e Curitiba estão com ingressos esgotados. Sendo que até a noite de quinta-feira (9) de março), ainda havia alguns ingressos para o Rio de Janeiro, no site da Eventim, clique aqui para saber mais.

A banda liderada por Chris Martin, finamente aportou no Brasil, após remarcar a série de shows no país, por conta de uma infecção pulmonar do vocalista, e essa espera gerou mais expectativas e ainda mais concorrências nas apresentações que estavam totalmente esgotadas nos primeiros dias de vendas. E após a estreia do primeiro show da trupe de Chris, que foi um enorme sucesso, a espera dos fãs pelo segundo show da Banda em São Paulo, o qual fomos conferir,  ficou bem mais difícil com as chuvas que caíram na Cidade de São Paulo, naquela data.

Houveram muitos relatos de pontos de alagamento por toda a Capital, além de reclamações por parte dos fãs, de condições péssimas de infra estrutura ao redor do estádio, onde rolaram vários vídeos dos mesmos em poças de água, ou em cima das cadeiras das arquibancadas do estádio do Morumbi, mas quem mora na Capital, sabe muito bem das condições da Cidade nos meses de Fevereiro e Março, e dentro Estádio do Morumbi local da apresentação, vi com meus próprios olhos, o esforço da produção para minimizar os impactos da chuva, como seguranças impedindo aglomeração de pessoas, e até mesmo orientações sobre lugares escorregadios.

Porém felizmente isso não tirou o ânimo da animada galera fanática pela Banda, que chegou cedo no Estádio e acompanhou os belos shows de abertura feitos por Elana Dara e CHVRCHES, está última inclusive estreando no Brasil em grande estilo antes de apresentações solo nos próximos dias, na Audio Club também na Capital Paulista, shows que mesmo com chuva foram bem recepcionados e muito aplaudidos.

A estrela principal da noite, o Coldplay subiu ao palco por volta das 20:45 e logo nos primeiros acordes de “Higher Power” era perceptível que o estávamos diante de uma noite que ia fazer história, e sim, as famosas pulseiras que brilham de forma coordenada fazem uma diferença absurda na atmosfera da apresentação e criam um clima que é mágico e inigualável, garantindo ao público uma experiência que é realmente inesquecível.

Porém, não é só a pulseira que é o segredo do sucesso do espetáculo do Coldplay, pois todo o show tem uma estrutura impecável, seja com a luz, com o som, o telão, ou as animações que a banda monta em cada canção, e é essa a fórmula que faz toda a plateia sentir diversos picos de adrenalina e, passa aquela sensação de estar vivendo algo realmente singular, e a chuva que era realmente uma preocupação, lá no início do espetáculo, agora era esquecida e parecia mais uma convidada e apenas virou uma coadjuvante da noite.

O show inteiro é muito bom e iterativo, porém os momentos de mais destaques da noite estão com a performance emotiva e intimista de “The Scientist”, e com aquele mar de amarelo que toma conta do estádio durante a execução de “Yellow”, tudo isso somada a competente e descontraído presença de palco de Chris Martin que é um show a parte , o cara usa linguagem de sinais, fala português com a plateia e até se veste de alienígena para cantar “Something Just Like This” e na hora de “A Sky Full of Stars”, ele faz faz literalmente todo o Morumbi pular deixando toda a gigante plateia em um estado de frenesi.

No fim dessa noite linda, o Coldplay ainda tinha algumas surpresas, como a participação especial de Seu Jorge, cantando “Amiga da Mulher”, além de uma sequência matadora que já se tornou marca registrada da atual turnê. “Humankind” que abre caminho para “Fix You”, e fechando de vez a apresentação com “Biutyful”, que tem um aparato sensacional com o excelente uso de todos os recursos disponíveis de uma vez só, ou seja, luzes da pulseira, fogos e papéis voando para a plateia, que nessa hora, nem lembrava mais o que era a chuva que caiu durante quase toda apresentação.

Meus amigos, o Coldplay mais uma vez veio ao Brasil para fazer história em São Paulo e justificou e sacramentou de uma vez por todas, se é que ainda havia alguma dúvida, a necessidade de marcar tantas apresentações em solo brasileiro, particularmente não tinha muitas expectativas sobre essa apresentação, achei que seria um show com clássicos que todos estamos acostumados a ouvir nas rádios, porém me surpreendi e vi umas das produções mais legais que assisti na vida, se eu volto a vê-los, sim, com toda certeza, e falo por todos ali, que os percalços da noite valeram a pena, agradecimentos a produção pelo credenciamento concedido.