Desde que os eventos de Rock/Metal passaram a frequentar as grandes capitais do país, o universo da música nunca mais esqueceu do território continental que possui a maior área da América do Sul. Até o surgimento da primeira e histórica edição do Rock In Rio em 1985, nossa amada terra não costumava aparecer nos radares da indústria do entretenimento, em especial a música pesada. Festivais e shows isolados aconteceram antes disso, obviamente. Porém, o fato que marcou e serviu como abertura de portas para outros festivais foi o famigerado Rock In Rio.

Embora, esse evento nunca tenha sido voltado estritamente para o Rock e muito menos para o Metal, a atração foi pioneira ao abrir espaço para o tipo de som a qual amamos desde o princípio de nossas vidas. Desse modo, outros nomes conhecidos e consagrados começaram a bater na porta do Brasil, como o Hollywood Rock e o Monsters Of Rock. De fato, foi a partir da segunda edição do Rock In Rio em 1991 que a coisa começou a tomar proporções mais sérias. O festival se popularizou e a ideia de ser um acontecimento constante ganhou força ano após ano.

HOJE O ROCK IN RIO É UM FESTIVAL OPEN AIR CONSTANTE, ALÉM DE TER EXPANDIDO A SUA MARCA PARA OUTROS PAÍSES, ASSIM COMO OS FESTIVAIS ESTRANGEIROS O FAZEM.

Nesses últimos anos vimos novos nomes como os casos do Maximus Festival, Knotfest, além dos próprios Rock In Rio e Monsters Of Rock. Contudo, outro fato super importante foi a chegada do festival alemão intitulado Summer Breeze, que aconteceu em abril desse ano, e já anunciou as datas para o ano que vem. Ou seja, é mais um evento de sucesso que estreou em nossas terras e veio realmente para ficar.

MAS, E COMO SURGIU O SETEMBRO NEGRO FESTIVAL?

Antes de mergulharmos nos lagos escuros e sombrios da música extrema, vamos a alguns fatos:

Todos os festivais citados são no formato open air, ou seja, em áreas grandes e descampadas, muito parecido com o Wacken Open Air, na Alemanha. Já o Setembro Negro é um evento indoor, sendo realizado em uma casa de shows, hoje fixado no Carioca Club, em São Paulo, capital. Existem festivais indoor menores, porém com datas únicas, diferentemente do que o Setembro Negro propõe.

Dois conhecidos exemplos são o Extreme Hate Festival, que trouxe em sua 6ª edição o Unleashed pela primeira vez no Brasil, enquanto o Open Road Festival, que trouxe o Satanpela primeira vez também em sua 3ª edição. Nota-se a importância de tais eventos para a estreia de bandas das quais o headbanger familiariza muito bem e por fim, sonha em ver de perto mandando seus clássicos.

SURGIMENTO DA ESCURIDÃO EM SETEMBRO

Com muitas bandas de linhagem voltadas para o Death, Thrash e Black Metal surgindo no certame nacional, com muitas destas se consolidando em território underground, era preciso um evento que pudesse representar essa turma toda e ao mesmo tempo colocar em evidência para conhecimento e aprecio de um público maior. Primeiramente, sob a bandeira da produtora, selo e gravadora Tumba Productions, tendo o comando de Edu Lane, baterista do Nervochaos, o festival teve sua primeira edição realizada em setembro de 2002 e contou com os americanos do Hate Eternal como principal atração. Além disso, a ideia era mesclar bandas nacionais com bandas internacionais de renome e certo prestígio.

Em síntese, para entender melhor sobre essa estratégia, é só observar as figuras presentes durante todas as edições. Sobretudo, você pode confirir a lista dos grandes nomes do cenário internacional que estiveram presentes nas edições do Setembro Negro:

Exodus, Morbid Angel, Cirith Ungol, Autopsy, Demolition Hammer, At War, Gorgoroth, Hate Eternal, Dark Funeral, Dissection, Incantation, Coven, Razor, At The Gates, Wolfbrigade, Belphegor, Sadus, Vomitory, Hate, Deströyer 666, Ragnarok, Enthroned, Rotten Sound, Full Of Hell, Incantation, Keep Of Kalessin, Severe Torture, Schirenc Plays Pungent Stench, Morbid Saint, Night Demon, Taake, Funerus, Dead Congregation, Purgatory, Aeternus e muitas bandas mais.

FORMATO

Inegavelmente, o formato é semelhante aos festivais indoor americanos que mesclam bandas dos mais variados países e províncias, unindo o Metal como um todo. Ademais, o Setembro Negro conseguiu a façanha de se consolidar e ampliar seu leque de bandas, estilos e datas disponíveis. Tanto que nessa edição terá uma data adicional que será melhor detalhada em seguida. O adepto da música pesada merecia algo assim e agora ele está seguro por conta de um evento fixo, acontecendo anualmente. E, certamente, isso abre portas para mais eventos acontecerem e os que já existem, ganharem mais força e visibilidade.