Texto  – Lucas Amorim Passos

Fotos  – Rafael Strabelli

O tão aguardado retorno do Ghost a São Paulo, após um hiato de seis anos, superou todas as expectativas e se tornou uma experiência verdadeiramente memorável para os fãs que lotaram o Espaço Unimed na última quarta-feira, 20 de setembro. Este show não apenas consolidou o status da banda como uma das mais influentes e intrigantes do rock contemporâneo, mas também provou que a espera valeu a pena.

O início da noite foi marcado por um pequeno contratempo logístico que impediu a banda Crypta de abrir o show. No entanto, a ansiedade do público foi recompensada quando as cortinas se abriram e a intro “Imperium” começou a tocar. O carismático Papa Emeritus IV imediatamente cativou a plateia com sua presença marcante, lançando beijos e interagindo com gestos teatrais.

O som ao vivo do Ghost surpreendeu a todos, revelando uma robustez e poder que transcenderam suas gravações de estúdio. Isso proporcionou aos fãs uma experiência autêntica e emocionante, permitindo que mergulhassem na energia crua e visceral da banda.

Um dos aspectos mais notáveis da noite foi a profunda conexão entre a banda e o público. Fãs de diferentes idades, muitos deles caracterizados com maquiagem e fantasias, uniram-se em uma atmosfera de comunhão, destacando como a música do Ghost atravessa gerações e gera um senso de pertencimento.

O lançamento do álbum “Impera” foi recebido com grande entusiasmo, e músicas como “Spillways,” “Watcher In The Sky” e “Call Me Little Sunshine” se destacaram no setlist. No entanto, os clássicos da banda, como “Cirice,” “Ritual,” “He Is” e “Year Zero,” geraram momentos intensos antes do bis.

 

A produção de palco do Ghost rivaliza com os maiores nomes do rock e do heavy metal, proporcionando uma experiência visual e teatral impressionante. A fusão de elementos do sagrado e do profano, com críticas sutis a instituições religiosas, criou um ambiente cativante que reflete a singularidade da banda.

Para aqueles que questionavam a durabilidade do Ghost no cenário musical, a noite provou o contrário. A devoção do público, independentemente da faixa etária, ficou evidente, e os clássicos como “Mary On a Cross” provocaram uma emoção palpável.

 

O bis encerrou a noite de forma poderosa, com músicas como “Kiss The Go-Goat,” “Dance Macabre” e “Square Hammer.” A única decepção foi a ausência de “Twenties” no setlist, apesar dos pedidos fervorosos.

Em resumo, o Ghost entregou uma performance espetacular que desafiou os críticos e solidificou seu lugar de destaque no cenário do rock. Este show em São Paulo será lembrado por muito tempo como uma noite inesquecível que provou o potencial da banda para se tornar tão icônica quanto as lendas do rock.