Black Flag e Garotos Poderes, Tivemos uma Festa Punk em São Paulo
Texto e fotos: Marcello Fim/A Ilha do Metal
Na última sexta-feira (20) em São Paulo o Carioca Club foi palco de um encontro memorável entre duas lendárias bandas de punk rock, os Garotos Podres, um dos mais icônicos grupos do punk no Brasil, que teve a honra de abrir o show dos lendários americanos do Black Flag.
Pontualmente as 20h os Garotos Podres subiram ao palco, conhecida por sua irreverência e letras provocativas, que abordam questões sociais e políticas. “Garoto Podre”, “Oi, tudo bem?” e “Jhonny” animou logo de cara o público do Carioca, que ainda não estava lotado.
Um show curto, que encerrou com os clássicos “Anarquia Oi”, “Papai Noel Velho Batuta” com direito a touquinha do velho porco capitalista e pra finalizar mais podre do que nunca a poética “Vou fazer cocô”.
Sem muita demora, os americanos do Black Flag começaram a primeira parte do show, que duraria duas horas, tocando na íntegra o album “My War”, e já nos primeiros segundos de show ficou claro que o público, que já lotava a casa, estava diante de algo especial. A guitarra distorcida de Greg Ginn com a bateria de Bill Stevenson e o baixo de Kira Roessler acrescentaram uma camada extra de peso e intensidade a apresentação liderada pela atuação visceral do vocalista Mike Vallely, ele se entrega completamente à música e à plateia.
Do meio para o fim da primeira parte do show, as músicas do album que é conhecido por ser uma virada de página na história do punk, apresentando um som mais pesado e distorcido, deixaram o público um pouco mais tranquilo ou que estava guardando energia para a segunda parte do show com os clássicos.
Após o intervalo de quinze minutos, o Black Flag volta ao palco com “Nervous Breakdown” que logo no início foi interrompida por um stage diving mal dado por um fã, que foi do palco para o chão e apagou no meio da galera, precisando ser socorrido. Passado o susto, a música foi retomada e tudo rolou normalmente, até um outro fã subir no palco e ficar tentando aparecer mais que a banda, até ser sutilmente retirado por Mike Vallely pelos colarinhos, mas o show continuou e a cena hilária rendeu boas risadas.
Cada música era executada com uma ferocidade que mantinha o público fervilhando, em uma celebração do punk em sua forma mais pura e poderosa. Foram 15 clássicos entre elas, “Black Coffee”, “Gimme Gimme Gimme” e “TV Party” e para fechar a cover de Richard Berry “Louie Louie”.
Com um set que foi uma verdadeira aula de punk rock. o show do Black Flag é uma experiência que vai além da música, é um testemunho do poder e da paixão que o punk rock pode transmitir.
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