Por Sigryd Bagon

O Tuska Festival, um dos maiores festivais de metal dos países nórdicos, realizou sua edição de 2024 no último fim de semana (28.-30.06.) e A Ilha do Metal esteve lá para fazer a cobertura do evento. O evento acontece na área de Suvilahti, em Helsinque, na Finlândia. Como todo festival grande e com vários palcos, a cobertura muitas vezes se torna um desafio e não é possível assistir a todos os shows, enquanto a lotação dificulta fazer fotos de qualidade (já que nem todos os repórteres tem acesso a área de fotos), porém nesta resenha você vai ler sobre algumas bandas e também sobre a estrutura desse mega evento.

Em uma sexta-feira que prometia muito calor (e que entregou o que prometeu!), se deu a abertura do Tuska Festival com a banda Lord of The Lost no Main Stage (palco principal). Os alemães tocaram músicas como “Loreley”, “Drag Me to Hell”, “Blood & Glitter” e a faixa com certeza mais esperada pelos finlandeses, “Cha Cha Cha”. A última citada é um cover do artista local Kärijää, conhecido por sua participação e popularidade no Eurovision Festival 2023, competição musical entre países que acontece todos os anos na Europa. A canção originalmente pop, que ganhou uma versão pesada com o Lord of The Lost, foi sucesso absoluto e fez o público vibrar, especialmente o finlandês que viu seu idioma chegar tão longe e ser regravado por uma banda internacional. Chris Hams, vocalista da banda, ainda prometeu que sempre que vierem tocar na Finlândia o encerramento será com “Cha Cha Cha”.

Em seguida, foi a vez de assistir a banda finlandesa I Am The Night, no Radio City Stage (palco secundário coberto por uma tenda). Markus Vanhala (Insomnium, Omnium Gatherum, Cemetery Skyline…), Juuso Raatikainen (Swallow the Sun…), Juho Räihä (Swallow the Sun, Before the Dawn…), Okko Solanterä (Horizon Ignited) e Janne Markkanen trouxeram com maestria o peso que a audiência do Tuska busca.

Próxima parada: Main Stage! Os escoceses do Alestorm fizeram todo mundo dançar ao som de folk de qualidade e abrilhantaram a diversão com a decoração de patos de borracha amarelos no palco. O show estava cheio e a banda tocou faixas como “Drink”, “Alestorm”, “F****d With An Anchor” e “Mexico”.

Foto: Isabel Silva

Ao mesmo tempo, no palco KVLT Stage by Inferno (palco menor dentro de um prédio e dedicado a bandas menores em ascensão), tocava o Terromania, banda finlandesa de Jyväskylä.

Foto: Sigryd Bagon

Hora de conhecer o Open Air II Stage (palco secundário a céu aberto) com o Bloodred Hourglass. Uma multidão se juntou a banda para cantar músicas como “Of Course I Still Love You”, “Drag Me The Rain”, “The Sun Still In Me” e “How’s The Heart?”.

De volta ao Main Stage, todos estavam ansiosos pelo show de uma das lendas do heavy metal mundial, Kerry King. Além de “Idle Hands”, Where I Reign” e “Residue”, King tocou clássicos do Slayer como “Raining Blood” e “Chemical Warfare”.

Foto: Isabel Silva

As próximas atrações eram Elvenking e Suburban Tribe, ao mesmo tempo porém em palcos distintos. Enquanto muitos buscavam a vibe de uma banda experiente de power/folk metal como o Elvenking, outros buscavam a nostalgia de uma banda alternativa experiente local como o Suburban Tribe. Esta última que fez um show poucas semanas antes do Tuska, no renomado bar On The Rocks (Helsinque) e que deu sold out, além de lotar o Radio City Stage.

Ainda sobre a apresentação do Suburban Tribe (essa que vos fala gosta muito da banda e apesar da escolha difícil optou por eles), faixas como “While The World Awaits”, “Into The Blue” estavam no setlist. Jouni Markkanen, vocalista da banda até 2000 e parte da produção do evento, subiu ao palco para participação especial em “Sunflower” e “First Spring Day”.

Ainda longe de acabar, o Tuska trouxe ao Main Stage a banda norueguesa Dimmu Borgir. No setlist estavam “Dimmu Borgir”, “Progenies of the Great Apocalypse” e “Stormblåst”.

Foto: Sigryd Bagon

Antes que finalizasse o show dos noruegueses, a banda local Assemble The Chariots entrava no palco do KVLT Stage by Inferno. Na porta do prédio em que o show estava acontecendo se estendia uma fila grande, o que impossibilitou muita gente de assistir o show. Este é um problema não muito incomum e que acontece com certa frequência nas edições do Tuska. As bandas em ascensão muitas vezes não tem público ainda para lotar os palcos maiores, mas tem público maior que o KVLT Stage suporta. Portanto se quiser assistir uma dessas bandas, chegue cedo!

Os suíços do Zeal & Ardor, que tocam metal experimental fundindo e friccionando entre outras coisas progressive e black metal, entraram no palco Radio City Stage ao mesmo tempo que a banda alemã de metalcore Ghøstkid. Dois estilos completamente diferentes, onde era possível ver diferença de gerações.

As últimas atrações da noite entram em cena. No KVLT Stage é a vez da banda Suotana, de Rovaniemi (terra do Papai Noel!), se apresentar. Novamente fila e infelizmente nem todos puderam assistir conferir a apresentação.

Ao mesmo tempo, no Main Stage, a headliner da noite se apresentava. Não era dificil ouvir por ali que Pendulum era uma banda desconhecida. Fazendo uma pesquisa rápida na internet se descobria o motivo: é uma banda de drum and bass. Mesmo com citações de rock eletrônico, não deixaram muito evidente na apresentação deles. Porém, a estrutura de palco era cheia de efeitos e convincente. Muita gente deixou o festival antes do término, apesar disso. Uma área que ficou muitas vezes cheia, foi se tornando aos poucos vazia.

Foto: Sigryd Bagon

O primeiro dia chegou ao fim com um saldo muito positivo. Mais uma vez o festival ofereceu uma estrutura completa: banheiros químicos suficientes para 20 mil pessoas (a média que passa por dia pelo evento), área de alimentação com novidades (Ruokamaailma: um terraço coberto com mesas e cadeiras, mais lugares para sentar espalhados pela área e camarote), palcos maiores, galpão para expositores muito bem organizado, água potável gratuita por todo o evento, desconto nas bebidas ao devolver sua latinha vazia, sauna (sim! o Tuska acontece no país com mais saunas do mundo e eles não poderiam deixar de oferecer essa experiência a sua audiência), estrutura do transporte público bem planejada e muito mais.

Confira a resenha do segundo dia com bandas como Bring Me The Horizon, Tarot, Amorphis, Sonata Arctica, The Abbey e mais aqui.

Confira a resenha do terceiro e último dia com bandas como Parkway Drive, Warmen, Brothers of Metal, Stratovarius e mais aqui.