Mesmo com inúmeras atrações internacionais desembarcando no Brasil no mês de Abril, a Sobcontrole preparou mais uma bem sucedida produção agora trazendo da Suécia uma das principais bandas que vem arrastando fãs ao redor do mundo do metal atual: o Opeth.
Texto: Mayara Puertas
Fotos: Bruno Bergamini
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Por volta das 20:00 hs o público já clamava incansavelmente pela presença dos suecos.Confesso que de minha parte a ansiedade para que o show começasse também era grande, afinal, o grupo havia anunciado que aquela seria uma apresentação especial, e levando em conta as transformações sonoras presentes em seu recente e elogiado álbum “Heritage” (que figurou com mérito em grande parte das listas dos melhores lançamentos de 2011) ansiava por ver ao vivo o som da banda que em ocasião do lançamento do álbum WATERSHED (2008) chegou a fazer parte da minha playlist diária.
E então após muito clamor e alguns minutos de espera (que para o público seria algo perto da eternidade), finalmente o Opeth subiu ao palco, ovacionados por uma platéia que com certeza fez toda a diferença ao decorrer da noite. Humildemente, a atmosfera envolvente do Opeth fez rapidamente com que mergulhássemos no peso e sutileza propostos pela banda, reforçada ainda mais pelo coro de vozes que embalavam cada verso da faixa “The Devil’s Orchard””.
Levando em conta os problemas frequentes relacionados à voz do frontman Mikael Åkerfeldt estive um pouco apreensiva sobre o que seria mostrado naquela noite, já que por conta disso, o vocalista abandonara quase que completamente a técnica gutural, juntamente com o fim das apresentações de sua banda de death metal Bloodbath.Mas em se tratando de vocais tradicionais, apesar de aparentar alguns quilos mais magro, mostrou por que é um dos vocalistas mais respeitados do Heavy Metal atual, não havendo uma mínima variação de seus vocais em estúdio e o apresentado ao vivo, com um timbre quase que hipnótico , conduziu o público brasileiro a uma empolgante e incomum viajem musical.
É visível que o Brasil é um dos paises favoritos nas rotas das turnês de bandas estrangeiras, mas são poucas bandas que realmente fazem um trabalho merecedor de tanta dedicação dos fãs brasileiros. E a platéia que estava presente na noite de 01 de -abril, mostrou-se fiel acompanhando todas as faixas (sim, todas as 12 musicas apresentadas naquela noite) em um coro de vozes e palmas que emocionariam qualquer musico que estivesse no palco.O Opeth soube retribuir muito bem o carinho dos fãs interagindo sempre, muito bem humorados e atenciosos,distribuindo palhetas e cumprimentos à platéia.
O set list baseou-se praticamente nos último lançamentos “Heritage” (2011) e “Watershed”(2008), trazendo mesmo assim a formula mágica que o Opeth vem usando ao longo desde sua fundação em 1990, com influencias que partem do rock progressivo e passam por vertentes como o Doom e Death Metal, aliados ao entrosamento e técnica do grupo composto por Mikael Åkerfeldt (vocal) ,Martin Mendez ( Baixo) ,Fredrik Åkesson (guitarra) ,Martin Axenrot (Bateria) ,Joakim Svalberg(teclado). Um elogio em especial ao baixista Martin Mendez, que com certeza faz com que seu instrumento chame a atenção no conjunto.
Mas o que seria uma influencia de death Metal se o vocalista não utiliza mais seus guturais?Foi então que ao som de “Heir Apparent” Mikael que vestia uma surrada camiseta de um dos deuses do metal extremo, Sarcófago, trouxe os vocais guturais que ao menos eu não esperava que fossem utilizados devidos aos motivos que citei anteriormente!Se nos vocais limpos Mikael se mantém incontestável, os guturais compreensivelmente já não são mais os mesmos, o que não é motivo de decepção, pois se queremos ouvir o Opeth por mais longos anos, a saúde vocal de Mikael deve ser a prioridade.
Se neste show algum fã estivesse em busca de algo da brutalidade do Bloodbath, certamente não o encontraria (afinal é um show do Opeth!!!), e se ainda o individuo em questão não fosse ao certo um “fã” da banda, mesmo assim seria um show para se relaxar e apreciar (só tome cuidado para não dormir!!!), pois as faixas transportariam facilmente qualquer um para a dimensão musical singular apresentada pelo Opeth.
Por volta das 22h10min o Opeth se despediu do publico brasileiro que com certeza queria que esta noite durasse muito mais do que as quase duas horas de apresentação da banda. Mas mesmo com o tempo apertado, o Opeth retornou para sua ultima canção em terras Brasileiras, fechando brilhantemente a noite ao som de “Deliverance”.
Set List do Opeth:
Setlist
The Devil´s Orchard
I Feel the Dark
Face of Melinda
Slither
Windowpane
Burden
The Lines in my hand
Folklore
Heir Apparent
The Grand Conjuration
The Drapery Falls
Encore
Deliverance
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Tags: Opeth • Shows
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