Almir Sater @ Teatro Bradesco – São Paulo/SP (25/08/2017)
Postado em 31/08/2017


Almir Sater em um Site dedicado ao Heavy Metal?

Sim, e por que não?

Sem contar que o próprio músico, quando nosso fotografo cobriu um show do cantor em 2012 pelo site Rock on Stage,  e o próprio em sua página do Facebook, falou sobre o Rock e sempre usou uma foto de nosso fotógrafo em várias publicações, além do que Almir Sater, junto com Renato Teixeira e Sergio Reis, são unanimidades em qual pessoa que aprecia música, daquelas que não se prendem a um estilo musical devido a todo seu talento musical.

O compositor, cantor e instrumentista sul-matogrossense Almir Sater lotou duas datas no belíssimo Teatro Bradesco, sendo que o credenciamento a imprensa foi na data extra no dia xx de agosto. O músico tem mais de 30 anos de carreira inúmeros discos solos além das parcerias dos últimos anos com os músicos citados no Projeto Tocando em frente, , Almir Sater tem um estilo único, excelente músico e instrumentista, embora seu som seja com a característica principal de ser acústico tanto na viola como no violão,  violão, passa longe de rotulá-lo como um cantor sertanejo, e como no print acima do músico ele mesmo se questiona sobre isso, e se fizermos a analogia ao  Folk ( não confundir com o Folk Metal ), que nada mais é que sua música regional, que todo e qualquer canto desse mundo possui, Almir possui muita influências de seu estado, da região pantaneira e consequentemente com a música paraguaia ou andina.

Ao subir no palco, ele começa como característica com uma instrumental e como sempre comenta algo como para esquentar os dedos, como ele sempre diz, e em seguida já um dos grandes sucessos,  “Um violeiro toca”, e “Terra de Sonhos”. A faixa que veio depois, “Maneira Simples”, ai entendemos um pouco a levada que o músico menciona de sua influência do Rock dos anos 60, com uma bela batida acústica e um excelente dedilhado, e com a primeira intervenção do músico, anuncia que a próxima seria mais uma de sua parceria com Renato Teixeira e a música “ O rastro da lua cheia” encanta todos. Se você tem algum radicalismo em relação a outros estilos, no show do Almir Sater, fica nítido o quanto ele valoriza sua região natal, o pantanal mato-grossense, e mostra o quanto nosso país é rico em estilos, e claro fiquei pensando já que ele fala tanto de parcerias, de músicas com amigos, alguma parceria, dele com alguma banda nacional, particularmente pensei no Armadah, pois exalta em suas letras nossa história nacional e porque não exaltar dois estilos tão parecidos pela paixão de seus fãs.

Um destaque das apresentações de Almir Sater, é sem dúvida seu carisma e da maneira com o que ele conta de uma maneira muito engraçada, com uma simplicidade não vista hoje em dia, e anuncia a próxima com seus dois grandes parceiros e que abre o disco Arcos e “D de Destino” e esse som típico do pantanal, realmente classifica-lo como o que temos hoje em outros estilos mais tocados na Rádio seria quase um sacrilégio, letras diferentes falando da vida nas estradas e de sentimentos, nada se parece com como classificam ele, lembrando que ele toca em viloa, e as palhetadas dele e do outro violeiro Renato Cruz, que se assemelha muito com o guitarrista do Trayce Alex, fazem uns acordes bem gostoso de ouvir e o show vai passando absurdamente rápido.

Como a banda é praticamente fixa, com Almir Sater ao centro o jogo de luz de seu show, é muito bonito, e a seguinte “Dezembro vai, janeiro vem”, onde parte da letra cita, “…..Mais uma pra estrada, mais um fim de show, Aos som das guitarras e um bom rock’n roll…” e mesmo em outros estilos soa interessante ver que a plateia fica mesmo querendo os sucessos, que em um set-list bem variado acaba sendo poucas músicas, mesmo tendo um material bem interessante, o que mostra que não acontece apenas no rock “ a preguiça por novos sons”.

Ele menciona que quando ia assinar o contrato com uma TV, que seria para a novela  Pantanal, e ele menciona que o diretor, pede a ele gravar, e diz que por sorte os músicos, Sá & Guarabira, estavam no estúdio onde teve que gravar as pressas, e a dupla assim  emprestaram um violão de 12 cortas, e gravou em um sábado de manhã onde tinha bebido a noite inteira, e até brincou, “ tudo errado para gravar uma música, e ao entregar dizendo que ficou mais ou menos, o diretor o acalma, fica tranquilo, que depois de duas semanas, ninguém mais lembra dessa música, e hoje quase três décadas depois ainda continua sendo o maior sucesso de Almir Sater, que claro como dissemos foi ovacionada pela plateia presente.

Difícil depois de uma música tão importante e imponente vir outra que se destaque e um belíssimo dedilhado, tivemos “Mês de Maio” belíssima, essa de 1994, para termos uma das mais belas músicas de Almir Sater com a música conhecidíssima  “Trem do Pantanal” e ali refletimos em tudo o que fizeram com as rodovias nesse país, que poderiam ter muito mais opção de viagem e turismo hoje vemos estradas praticamente paradas, e como essa viagem que cita uma das maiores linhas que tínhamos no Brasil e que partia de Bauru no interior de São Paulo e ia até Santa Cruz de Lá Sierra na Bolivia atravessando todo o pantanal, e a letra da música falando de paisagem e de todas suas emoções faz sermos um pouco saudosistas querendo que esse meio de locomoção voltasse a atender em nosso país. (Desculpem um pouco esse lado político!!)

O carisma dele é muito impressionante, faz piada muito fácil e parece realmente ser espontâneo, e após mais uma instrumental, bem típica do que conhecemos como moda de viola, e o grand finale da primeira parte da apresentação veio com outro sucesso,” Kikio”, que exalta a cultura indígena, simplesmente sensacional.

O Bis veio rápido e o carinho com o que foi aplaudido fez, com que ele finalmente tirasse seu chapéu, o que foi pedido durante toda a apresentação, para dar o seu adeus a noite , pois amanhã teria outra apresentação Sold Out no mesmo Teatro Bradesco.

Livre de radicalismo o show é animal, mas se você se prende e não pensa “fora da casinha” deixa de ouvir brilhantes músicos que conseguem colocar excelente elementos de rock em suas músicas e o mais interessante de tudo é procurá-los enquanto admira um grande show de música.

Nosso mais profundo agradecimento a  produção do Teatro Bradesco e a produção do Almir Sater que enquanto músicos de outros estilos respeitam o trabalho da imprensa na cobertura dos shows para todos os fãs, e como a roda do meio musical deve funcionar e o sentindo dela,  alguns músicos e produtores do meio da “Cena Metal” continuam pensando que a única função dos sites de música é mandatoriamente como se mandassem atender suas necessidades, como com soberba, como se fosse serem superiores ou extra terrestres, enquanto a cena pensar nisso não iremos dar um passo à frente.

Instrumental
Trem do Pantanal
Terra de Sonhos
Maneira Simples
O rastro da Lua Cheia
Serra de Maracaju
Peixe Frito
D de Destino
Dezembro vai Janeiro vem
Chalana
Mês de Maio
Trem do Pantanal
Instrumental

 

 

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