Um dos cantores de heavy metal mais aclamados por fãs brasileiros, Bruce Dickinson se tornou desde os anos 80 uma instituição da música mundial. São mais de quatro décadas de serviços prestados, uma discografia repleta de clássicos com o Iron Maiden, turnês pelos quatro cantos do planeta e uma ótima carreira solo.

Texto e Fotos por Rodrigo Torcheti

E é sobre seus vôos solos a resenha de hoje.

Divulgando seu mais recente trabalho “The Mandrake Project” – o primeiro desde 2005, e novamente em terras brasileiras com sua carreira solo desde 1999, Bruce foi alvo de grande expectativa por todos fãs e tem uma tour brasileira com 7 datas, uma demonstração do grande apreço do público pelo artista britânico.

A primeira data foi em Curitiba, numa agradável noite de quarta feira, dia 24/04/2024, na casa de shows Live Curitiba.

Para banda de abertura na turnê brasileira, a responsabilidade ficou a cargo dos cariocas do Clash Bulldog’s, que com uma sonoridade hard/heavy e com elementos de Stone rock fez um show competente, com sons autorais e ótimos covers de Metallica, Alice in Chains etc.

Após o término as luzes se apagaram e o clima de ansiedade tomou o ar, aí veio a música instrumental de 37 segundos Toltec 7 Arrival, do álbum Accident of Birth (1997), logo em seguida entram no palco Tanya O’Callaghan (baixo), Dave Moreno (bateria), Maestro Mistheria (teclados) e a dupla de guitarristas Philip Näslund e Chris Declercq, e a estrela da noite, Bruce Dickinson com a espetacular “Accident of Birth”, colocando fogo na casa, sem ter tempo de respirar já começa a próxima “Abduction”, Single de Tyranny of Souls que tem um clipe inspirado nos filmes de ficção científica e possui um ótimo riff, além de muito peso, seguida de “Laughing in the Hiding Bush”, do experimental “Balls to Picasso” (1994), uma breve pausa e começa “Afterglow of Ragnarok”, primeira música de trabalho do mais recente álbum e com a letra já decorada por muitos fãs (inclusive esse que vos fala), após ela uma bastante querida e desejada por muitos, “The Chemical Wedding”, antes da também nova música “Many Doors to Hell”, mais uma breve pausa e talvez a mais esperada por todos, a mais conhecida e o maior clássico da carreira solo do Bruce, “Tears of the Dragon” foi cantada em uníssono com o público, algo que emocionou até os músicos, com um refrão marcante e uma bela melodia, que dispensou até a participação do frontman na última estrofe, visto que foi cantada somente pelo público antes do refrão final, realmente algo bem marcante para todos que estavam lá.

Uma pequena pausa para respirar e vem “Ressurection Men”, umas das novas canções no show e que funcionou muito bem ao vivo, assim como “Rain on the Graves”, outra nova, e mais conhecida pelo público, vista que era o segundo Single lançado pelo cantor, no telão, imagens do ótimo clipe lançado junto com a música.

Após isso a banda inicia uma Jam com Bruce “descobrindo” um Teremim (instrumento tocado sem qualquer contato físico, usando apenas osciladores de frequência e amplitude) no cover de “Frankstein” do Edgar Winter Group, provando toda a sua versatilidade e experimentalismo em seus trabalhos solos.

Após isso, a trinca “Gods of War”, “The Alchemist” (com uma bela e significativa letra) e “Darkside of Aquarius”, terminando assim o set. Só que nós sabemos que não termina por aí. Após uma breve pausa, agradecimentos e saída do palco, a banda retorna com Bruce apresentando sua nova cerveja em parceria com a cervejaria curitibana Bodebrown, sim, para quem não sabe ainda, o cantor também é mestre cervejeiro, e assim começa o bis com a bela balada acústica “Navigate The seas of the sun”, que em outras datas da turnê foi substituída por Jerusalem, após isso, dois grandes clássicos de um dos álbuns mais queridos de sua carreira solo, “Book of Thel” e “The Tower” encerrando a memorável noite para os quase 5 mil presentes que durante o show substituíram o tradicional “olê, olê, olê, olê… Maiden, Maiden” por um “olê, olê, olê, olê… Bruce, Bruce” e com certeza foram embora satisfeitos com uma bela performance tanto da banda, quanto do Bruce, que está com o vocal mais afiado que nunca e com a jovialidade de seus áureos anos 80, que cantor!

N. da R.: a caminho para o show numa cafeteria onde eu estava almoçando encontrei com o próprio Bruce Dickinson, sua esposa e a baixista da banda Tanya, e realizei meu sonho ao tirar uma foto com meu maior ídolo na música, que foi muito simpático, paciente e cordial, um momento para marcar toda a vida.
Ainda não assimilei que isso foi real e não um sonho do Rodrigo adolescente lá do início dos anos 2000. 😅

Setlist
Bruce Dickinson
Live Curitiba – Curitiba Paraná
24/04/2024

Toltec 7 Arrival
Accident of Birth
Abduction
Laughing in the Hiding Bush
Afterglow of Ragnarok
The Chemical Wedding
Many Doors to Hell
Tears of the Dragon
Ressurection Men
Rain on the Graves
Frankenstein (Edgar Winter Group Cover)
Gods of War
The Alchemist
Darkside of Aquarius
Navigate the Seas of the Sun
Book of Thel
The Tower