Apesar da chuva chata que insistia em atrapalhar os planos de sábado a noite, um Tropical Butantã lotado fez questão de participar da celebração aos clássicos “Beneath The Remains” (1989) e “Arise” (1991), sabiamente promovida pelos irmãos Cavalera na turnê “Return Beneath Arise 89/91 Era”.
O Publico possuía uma parcela de novos fãs mas a grande maioria era formada por um pessoal mais velho que sofreu na época com aquela separação inesperada do que era a maior e mais expoente banda do metal brasileiro.
Além do Cavalera, mais 3 bandas iriam apresentar seus trabalhos tornando o show um festival para alegria dos presentes.
Quando parecia que ainda estavam arrumando os instrumentos a banda Ultra Violent começa seu show mostrando muito peso. A banda foi escolhida numa votação on-line para abrir o show e veio direto do Paraná para apresentar seu trabalho para o publico que começava a chegar no local. Com letras em português e musicas com muito groove que variam entre o Death e Thrash. Destaque para as musica UM PASSO PARA ATRAS e I.N.E.R.T.E.
SET LIST
“Intro”
“Ansiedade”
“Um Passo Para Trás”
“I.N.E.R.T.E.”
“Centoenoventa”
“Lama de Sangue”
“Quem é Você”
Na sequencia o também trio DEAF KIDS dividiu a opinião do publico. Apresentando um set de musicas que mistura Stoner, Death,Industrial, partes psicodélicas com andamentos eletrônicos se torna impossível classificar o estilo da musica. Tudo isso misturado a uma atmosfera cheia de fumaça com luzes vermelhas piscando de maneira hipnótica a cada musica tocada. A verdade é que para quem gosta deste tipo de proposta e experiência deve ter ficado interessado. Para quem não apreciou o estilo, as nove musicas, que pareciam uma , foram uma tortura até chegar ao seu fim.
SET LIST
“Limbo”
“As Mesmas Ferramentas, Os Mesmos Rituais”
“In My Flesh”
“Templo do Caos”
“You’re Mine”
“Propagação”
“Pés Atados”
“Lâmina Cortante”
“Espiral da Loucura”
A terceira banda já é antiga no cenário nacional, formados desde 2002 o Endrah entrou detonando com Worms of Envy. A banda apresenta um metalcore muito técnico e pesado. Dava gosto de ver Covero detonando riffs e solos com tanta perfeição. O batera Henrique Pucci ( ex Project 46) assim como o baixista Adriano Vilela ( ex Trator BR) também mostraram dominar seus instrumentos. O vocalista americano Ryan Relentless agitou durante os aproximadamente 30 minutos de apresentação da banda. Ao final a banda foi muito aplaudida pelo Tropical Butantã que já estava lotado.
Setlist Endrah:
“Worms of Envy”
“Turns Blue”
“Priced Out of Paradise”
“A Lot of Blood”
“Your Life Deleted”
“61 Rounds”
O calor no local era infernal, pois após uma falta de energia, em função da chuva, o ar condicionado do local não estava funcionando.Mas tudo isso ficou pequeno quando inicia a introdução do álbum Beneath The Remains e os CAVALERA entram no palco. Emoção e nostalgia tomaram conta do local.
Quando os primeiros acordes do clássico de 1989 ecoou pelo local a plateia foi a loucura. Todos ali aguardavam por este momento a anos e cantaram a letra toda da musica o mais alto possivel. Na sequencia “Inner Self” e “Stronger Than Hate” tocadas nesta ordem como no álbum e ao seu final o baixista Michael Joseph Leon executou o solo final da musica com perfeição.
Max conversa um pouco com o publico e pede que gritem o nome da próxima musica sendo prontamente atendido pelo publico que gritou “Mass Hypnosis”. “Slaves of Pain” e “Primitive Future” finalizam a primeira homenagem da noite de forma incrível.
A introdução do álbum Arise foi estendida e ficou tocando por alguns minutos aumentando ainda mais a ansiedade de todos. Na sequencia a banda executou com perfeição Arise, seguida de “Dead Embryonic Cells” e “Desperate Cry”. A alegria do publico em ver aquelas musicas sendo executadas ao vivo e com o vocal de Max era notável. Mesmo o fato de seu vocal falhar em algumas partes não estragaram o momento.
Iggor continua tocando suas partes fiel ao álbum, logicamente demonstrando muito mais cansaço mas sem deixar isso transparecer em sua musica.
O excepcional guitarrista Marc Rizzo, parceiro de longa data de Max no Soulfly e Cavalera Conspiracy, tocou os solos e riffs com perfeição demonstrando toda a sua técnica. Penso que este tipo de atitude demonstra respeito pela historia da banda, pela musica e pelo fãs que não estavam ali para ouvir improvisos.
“Altered State” não deixou o clima baixar e a resposta do publico foi incrível, podemos considerar como esta sendo a primeira musica do Sepultura com influencias diretas de percussão que iriam nortear a banda nos próximos álbuns. Para “Infected Voice” Max pede para plateia abrir uma roda que toma quase toda pista do Tropical Butantã assustando os mais desavisados.
Para a clássica “Orgasmatron” do Motörhead, Max larga a guitarra e mostra porque é um dos maiores Frontman do metal. Fez todo mundo cantar junto nesta eterna homenagem ao grande Lemmy Kilmister. Que não ficou só nessa, executaram também “Ace of Spades” em sua versão mais thrash possível.
A banda deixa o palco para um breve intervalo ao coro de Sepultura ecoando pela casa. Na volta, meio que no improviso, começaram a tocar Raining Blood do Slayer e emendaram com “Troops of Doom”. São pequenos detalhes como esse que tornam um show desse tão grandioso.
Sem intervalo emendaram também com “Refuse/Resist” que abriu o Classico Chaos AD. Mais uma musica cantada inteira pelo publico. No meio da musica, antes do solo, Max comenda a galera pedindo um “Corredor da Morte”. Outro momento memorável.
Para o final, “Roots Bloody Roots” e novamente Beneath the Remains / Arise / Dead Embryonic Cells” tocando suas partes principais fechando em grande estilo este show histórico que fez a alegria de novos e velhos fãs da fase áurea da banda.
SET LIST
Intro/Beneath the Remains
Inner Self
Stronger Than Hate
Mass Hypnosis
Slaves of Pain
Primitive Future
intro/Arise
Dead Embryonic Cells
Desperate Cry
Altered State
Infected Voice
Orgasmatron (Motörhead cover)
Ace of Spades (Motörhead cover)
Troops of Doom
Refuse/Resist
Roots Bloody Roots
Beneath the Remains/Arise (medley)
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Tags: Arise • Cavalera • Cavalera Conspiracy • Iggor Cavalera • Max Cavalera • sepultura
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