Dark Avenger: Entrevista exclusiva com o vocalista Mario Linhares
Postado em 25/11/2013


A banda Dark Avenger está de volta com o excelente álbum ‘Tales of Avalon – The Lament’ e seu vocalista Mario Linhares concedeu essa entrevista exclusiva ao Portal A Ilha do Metal onde falou sobre a cena no Distrito Federal, as gravações do novo álbum, entre outros assuntos.

dark avenger

A ILHA DO METAL-) Obrigado pela entrevista e seja bem vindo ao site A Ilha do Metal, primeiramente gostaria que você introduzisse ao nosso público o Dark Avenger, já que tiveram um hiato de quase 10 anos e como foi a volta da banda?

Dark Avenger – Mario Linhares) O Dark Avenger é uma banda formada em Brasília/DF em março de 1993 que já gravou 4 álbuns de estúdio e um ao vivo com orquestra sinfônica. Já percorremos o Brasil com a nossa música e temos uma legião enorme de fãs no Brasil e exterior. Neste mês lançamos a segunda parte dos Contos de Avalon, o TALES OF AVALON: THE LAMENT e estamos promovendo este trabalho ao mesmo tempo que voltamos aos palcos depois de um hiato de quatro anos afastados de shows.

A ILHA DO METAL-) Eu tenho muita tranquilidade para falar sobre o Dark Avenger, pois estava em Brasilia no Camping no show junto com o Heavens Guardian e Sonata Arctica em 2000/2002 (acho) em um show complicado com uma organização pífia no meu ponto de vista e todas bandas no palco muito nervosas, mas a garra de vocês e com a galera cantando a faixa Dark Avenger foi algo realmente difícil de esquecer. Você se lembra desse show? E como esta a cena de Goiás e o Distrito Federal?

Dark Avenger – Mario Linhares) Aquilo não pode NUNCA ser chamado de show. Aquilo foi um massacre contras as bandas locais em favorecimento de uma banda pífia da Finlândia. Fomos (des)tratados como lixo enquanto os produtores locais tentavam empurrar goela abaixo o show de uma banda inexpressiva. Foi a última vez que me submeti àquele tratamento. Dignidade é algo que, uma vez conquistada, não se pode abrir mão dela. A cena aqui no Centro-Oeste brasileiro não é muito diferente da cena nos demais rincões do nosso país. Muita banda cover e tributos com mais espaços para tocar e melhor remuneração que as bandas autorias, shows vazios, muita gente bebendo do lado de fora enquanto os produtores baixam o ingresso para UM REAL e mesmo assim ninguém entra.

O que “bomba” mesmo são os shows gringos com ingressos estratosféricos e um som lixo. Que fazer se somos um país de hienas que sempre estamos rindo de tudo enquanto comemos carniça?

A ILHA DO METAL-) Nessa época lembro de ver dois lançamentos do Dark Avenger não se tornarem realidade, o primeiro, um Box do Dark Avenger, que foi vendido em pré venda, eu inclusive comprei, porém , logo depois foi cancelado e a gravação do Show do BMU de 2005 que também nunca saiu em DVD. O que realmente houve nessa época?

Dark Avenger – Mario Linhares) O Box com os três primeiros trabalhos havia sido conversado e acordado com a gravadora que detinha, à época, os direitos do Tales of Avalon: The Terror. Ele havia concordado e demos prosseguimento ao projeto. Quando o box ficou pronto e começamos a receber os pedidos o cara proibiu a venda. Terminantemente!!! Então tivemos que correr para devolver a grana de quem havia pago… ainda hoje há uma ou duas pessoas que ainda não conseguimos achar. Foi algo horrível e vergonhoso. Quanto ao DVD, nós demoramos alguns meses para contactar a empresa que gravou as imagens e esta simplesmente apagou tudo. Cabe apenas uma ressalva de que não havia um contrato, nós não contratamos ninguém para filmar. Eles gravaram o show e nos contactaram dizendo que tinham o material. Nós dissemos que tínhamos interesse e que iríamos fazer o DVD. Só que levou algo em torno de três ou quatro meses para juntar a grana… quando fomos procura-los eles tinham apagado tudo. Cest la vie!!!

A ILHA DO METAL-) Você assim que começou o hiato do Dark Avenger foi para o Heavens Guardian que não lembro de terem gravado algo, você ainda continua na banda?

Dark Avenger – Mario Linhares) Não estou no Heaven’s Guardian desde 2009. A minha entrada foi um convite do Luiz Maurício para substituir o Zema (algo que sei hoje ser impossível). Realizamos alguns shows e vários ensaios até eu perceber que os custos de deslocamento e demais itens eram muito altos. Eu gostaria muito de ter continuado… mas era economicamente inviável.

A ILHA DO METAL-) Agora sim sobre o novo disco, Tales of Avalon – The Lament, o CD continua com o talento que vi naquele show do Sonata em 2002, com uma qualidade impressionante, mas lembro de ter lido em uma entrevista a outro veículo muitos anos atrás, que o mesmo estava pronto no final de 2003, vocês o regravaram ou manteve a mesma pegada de dez anos atrás?

Dark Avenger – Mario Linhares) O disco foi produzido e gravado do ZERO em 2011. Com exceção de Utther Evil que é uma composição do Leonel de 1997 e que desde o início do projeto em 1996 estava cotada para constar nos discos, todas as demais músicas são inéditas.

A ILHA DO METAL-) Como foi trabalhar com os produtores R. Schumann e Tito Falaschi e Michael Wagener na Mixagem. O que acha que acrescentaram ao trabalho do Dark avenger?

Dark Avenger – Mario Linhares) Foi a mesma coisa de descobrir novos mundos, novas dimensões… de profissionalismo, de criatividade, de paixão, de cortesia, de comprometimento, de tecnologia, de elevação. Confesso que nunca havia visto tamanha generosidade e genialidade em toda a minha vida. Até hoje me belisco para ver se não estou sonhando.

A ILHA DO METAL-) Ouvindo o álbum a fusão melodia/agressividade soa muito interessante, já que no Brasil conhecido mundialmente pelo seu metal mais pesado como Sepultura ou Krisiun, porém o Angra também tem muita fama lá fora, e um álbum desta qualidade assim como o do Hibria ou Woslom são nomes que podem destacar lá fora. Então pergunto existe planos de vocês para uma turnê na Europa ou Estados Unidos?

Dark Avenger – Mario Linhares) Eu confesso que nossa intenção nunca foi de gravar um disco e colocarmos na gaveta… queremos pô-lo debaixo do braço e sair pelo mundo mostrando a qualidade das músicas e dos músicos de Brasília e do Brasil. Estamos em conversas adiantadas visando turnês tanto nacionais quanto internacionais. Coisas boas virão logo.

A ILHA DO METAL-) O ábum é a continuação do Tales of Avalon – The Terror de 2001, então gostaria que explicasse o conceito de ambas as obras como separou as composições e se acha que se encaixaria uma terceira parte ou um álbum/DVD ao vivo com as faixas dos dois álbuns.

Dark Avenger – Mario Linhares) Em 1995/1996 eu li diversas obras do universo Arturiano. Nessas leituras o que me fascinou mais foi a forma atemporal com que os sentimentos de cada personagem, independente do livro e do personagem foco, se sobressaiam. Eu me identifiquei muito ao perceber que a o amor incondicional, o ódio incomensurável, a inveja desmedida, o perdão reconciliador, a dor da perda, o tênue fio de esperança são sentimentos tão comuns a estes personagens quanto a mim ou a você que agora me lê. Resolvi escrever sobre isso e convenci os caras da banda a compor melodias que retratassem tais sentimentos em suas temáticas e inclinação musical. São esses sentimentos que tentamos passar em cada um dos Contos de Avalon. O primeiro chama-se O Terror pois é nele que toda a trama é construída… o segundo chama-se O Lamento pois nele já não há máscaras, só consequências de maus atos e más escolhas.

tales of avalon

A ILHA DO METAL-) O que mais destacaria no álbum no ponto de vista de um músico e se teve algo que te desagradou, já que você é bem conhecido por alguns problemas com gravadoras anteriores. E como esta a relação com a atual gravadora?

Dark Avenger – Mario Linhares) Nossa relação com a atual gravadora é a mais lúcida e colaborativa possível. Algo que aprendi nesses anos é tentar ser o mais artista possível e deixar o mundo dos negócios para quem entende. Estou plenamente satisfeito com o resultado obtido.

A ILHA DO METAL-) Mario, obrigado pela entrevista e sinta-se a vontade para enviar uma mensagem aos seus fãs e leitores do Site A Ilha do Metal.

Dark Avenger – Mario Linhares) Quero aqui externar o meu carinho aos nossos fãs que nos acompanham ano após ano e nunca desacreditaram na gente. A agonia de cumprir a palavra dada e gravar o The Lament sempre foi o que me moveu todos esses anos. Da nossa parte, acreditem, estamos imbuídos da real necessidade de dar continuidade a esse trabalho e levar esse som o mais longe que pudermos.

Um forte abraço e muito obrigado pela oportunidade.

 

Categoria/Category: Entrevistas
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