Epica: Entrevista exclusiva com a diva Simone Simons
Postado em 02/06/2014


A Ilha do Metal realizou uma entrevista exclusiva com a diva Simone Simons, em que ela fala sobre o álbum The Quantum Enigma, sua participação no projeto Timo Tolkki’s Avalon, seu filho Vincent e muito mais! Confira o bate papo cheio de simpatia com a vocalista, e também a mensagem que ela deixa a seus fãs no fim da matéria.

Simone Simons

“Nós mudamos várias coisas para que pudéssemos nos reinventar, soar mais moderno, e vir com o melhor álbum possível”

A Ilha do Metal: Olá, sou a Grazi da Ilha do Metal. Como vai?

Simone: Vou bem, obrigada, e você?

A Ilha do Metal: Bem também. Primeiramente, parabéns pelo álbum The Quantum Enigma. É fantástico.

Simone: Obrigada.

A Ilha do Metal: Algumas perguntas sobre ele: O álbum foi definido como o “início de uma nova Era, onde o Epica soa pesado, moderno e sem compromissos”, e realmente soa. O que você pode dizer em relação às mudanças de estilo nele? É mesmo uma nova Era para o Epica?

Simone: Bem, com o show de aniversário Retrospect nós estávamos olhando para os dez anos passados de sucesso no Epica e todas as experiências que tivemos ao longo dos anos. Depois disso nós queríamos olhar para o futuro, escrever e gravar um novo disco, ir para um estúdio diferente, trabalhar com outro produtor, ter outro tipo de mixagem para o álbum, então sim, nós mudamos várias coisas para que pudéssemos nos reinventar, soar mais moderno, e vir com o melhor álbum possível. Cada álbum é um novo começo, mas particularmente este, que também vem com a chegada do novo baixista Rob van der Loo, definitivamente é um novo bom começo.

A Ilha do Metal: Como tem sido a recepção dos fãs até agora?

Simone: Muito boa. Nós estamos muito felizes com a ótima resposta dos fãs, porque nós sempre ficamos um pouco ansiosos se as pessoas vão gostar, digo, você se esforça tanto em criar um novo álbum que você ama mas também espera que os fãs amem tanto quanto você, e como é o caso, estamos muito felizes quanto a isso.

A Ilha do Metal: Eu pessoalmente amo a faixa 2, The Second Stone, em que podemos ouvir sua voz de uma maneira muito clara e profunda, sem técnicas líricas na maior parte do tempo, e isso dá um efeito muito intenso à música.

Simone: Obrigada.

A Ilha do Metal: E qual a sua música preferida no álbum?

Simone: No momento, uma das minhas favoritas é a Natural Corruption, é uma música animada, a melodia me faz feliz, é cativante, eu gosto muito.

A Ilha do Metal: É mesmo. Na era de downloads que estamos vivendo, qual é a estratégia do Epica para ter lucro suficiente com a banda? Digo, algumas bandas são completamente contra o compartilhamento de músicas, enquanto outras usam isso ao planejar melhores lugares para fazer turnês e etc. Qual é o comportamento do Epica em relação a isso?

Simone: Para ter vendas de discos físicos nós fazemos bons pacotes. Nós temos diversas adições, neste ano há um belo anuário com muitas fotos, e é 100% um produto para os fãs. Não é como um Bootleg ou cópia ilegal, é um item de colecionador. Nós sempre nos esforçamos muito em fazer bons pacotes para que as pessoas não apenas baixem o álbum. Nós também obtemos lucro com os shows e vendendo Merchandising, apenas vender CD’s não é algo com que se possa enriquecer.

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“Ser mãe é transformador, existem novas emoções na sua alma que podem ser ouvidas quando você canta”

A Ilha do Metal: Certo. Mudando de assunto, parabéns pelo seu filho.

Simone: Obrigada!

A Ilha do Metal: Eu li no seu blog que você experimentou o hipnobirthing. Poderia dizer mais sobre isso?

Simone: Uma amiga minha estava grávida do segundo filho e queria tentar o hipnobirthing e me indicou, mas isso soou muito “hippie” pra mim, não sabia se eu iria gostar, mas foi ótimo. Você se prepara para o parto ouvindo música, fazendo exercícios, podendo assim relaxar seu corpo, há técnicas de respiração diferentes para o momento do parto, então você fica livre do medo porque você confia no seu corpo. Dar a luz é algo lindo, mas sempre ouvimos aquelas histórias cheias de horror como “doeu muito”, “deu errado”, “eu estava com tanto medo!”. Eu estava com medo também, mas fazer esse tipo de preparação me libertou disso, então tive um lindo parto na água, sem medo, sem dor, não precisei de nenhum anestésico ou medicação, foi maravilhoso. Recomendo a todas as mulheres que desejam ter um filho com parto natural, é absolutamente incrível.

A Ilha do Metal: Você sentiu algum impacto na sua música após ter um filho, tanto na performance quanto ao cantar? E como é conciliar ser mãe e estar no Epica?

Simone: Cantar foi algo que mudou em mim, eu acho. Ser mãe é transformador, existem novas emoções na sua alma que podem ser ouvidas quando você canta. Acho que foi algo bom para o Epica, que também está com um som novo. As gravações deste CD foram bem difíceis para mim porque foi dois meses depois de eu ter tido um filho, estava cansada, amamentando, não dormia, e cantar toma tanta energia do corpo! Eu tinha bem pouca energia, porém gravei este disco mais rápido do que qualquer outro. Apesar de termos mais músicas, levou menos tempo. Mas também foi graças ao novo produtor, formamos um bom time e fizemos um ótimo trabalho juntos.

A Ilha do Metal: Você disse no seu blog que Vincent foi um bebê muito calmo como consequência do hipnobirthing. Ele ainda é?

Simone: Não! (risos) Ele é muito selvagem, é um bebê feliz, mas é um menino, muito forte, barulhento e louco (risos).

A Ilha do Metal: Você acha que a forma em que o parto foi realizado pode afetar seu comportamento permanentemente?

Simone: Algumas pessoas dizem que essa forma de dar a luz realmente traz bebês calmos, porém a personalidade do bebê já está nele antes do nascimento. É claro que alguns bebês podem ficar traumatizados pelo parto se as coisas não forem tão bem, então disso ele está livre, porém ele tem os genes do meu marido e eu (risos), e até agora, é definitivamente um filho nosso. Vai ser um furacão quando começar a andar, bem forte, nada parecido com um bebê “zen” que fica sentado no sofá meditando (risos), ele não tem paciência para isso.

A Ilha do Metal: Ok, você diz que essa experiência funcionou para você, não houve dor e foi bonito. Você gostaria que todas as mulheres conhecessem esse procedimento, porém infelizmente é um assunto bem desconhecido, ao menos na América Latina.

Simone: É, eu sei, muitos fãs comentaram que normalmente você dá a luz no hospital, sempre com medicações e interferências, os médicos sempre estão lá, e não é um ambiente agradável e calmo. Aqui na Alemanha e na Holanda nós temos parteiras que ajudam a dar a luz, não há necessariamente um médico envolvido, o parto natural é muito popular aqui. O hipnobirthing vem da América, mas na Alemanha e Holanda você pode ir à esses cursos junto com seu parceiro e se preparar em conjunto para o nascimento. Tem se tornado mais popular, e eu fico feliz em poder atingir muitas pessoas e divulgar para o mundo. Algumas mulheres me escreveram a respeito falando que estavam grávidas e iriam tentar, e se elas puderem ter o lindo parto que eu tive, então valeu a pena ter falado sobre isso.

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 “Se as pessoas querem se tornar músicos, eu digo a elas ‘vão em frente’, ponham suas músicas online, usem as redes sociais, porque são a chave para se tornar conhecido”

A Ilha do Metal: Sim, com certeza. Agora algumas perguntas sobre sua participação no Timo Tolkki’s Avalon. Como foi trabalhar com Timo Tolkki e os outros cantores?

Simone: Foi legal, eu gravei duas músicas mas ainda não ouvi o resultado final, estou bem curiosa. Eu também não sei quando o CD será lançado, então eu espero descobrir logo, talvez você saiba (risos).

A Ilha do Metal: Você gostou do seu papel no projeto Avalon? Se sentiu identificada de alguma forma?

Simone: Bom, eu basicamente não sei a história do projeto, apenas recebi as músicas, isto é, as letras e notas e gravei, então não sei realmente sobre o que se trata. Basicamente eu cantei o que que tinha que cantar, apenas mudando um pouco para o meu estilo, não sei muito mais do que isso.

A Ilha do Metal: Tudo bem. Agora algumas curiosidades: você sabe que é uma das cantoras mais admiradas no mundo do metal, então o que você faz para melhorar continuamente suas habilidades de canto? Há alguma dieta específica ou tipos de exercícios que você faz?

Simone: Pode-se dizer que é mais como um estilo de vida, malhar, dormir bem, não farrear muito, não usar drogas, nada de álcool ou cigarro. Também é necessário trabalhar o canto, fazer exercícios vocais, e bem, eu durmo muito, ao menos eu tento – Simone, neste momento, boceja – me desculpe! No momento não é o caso, porque tenho um bebê (risos), mas normalmente nas turnês eu durmo bastante, não bagunço muito, como muitos smoothies, frutas, vegetais, eu também gosto de doces, chocolates, e continuo gostando, aliás, não consigo viver sem isso (risos). Bom, é assim que eu faço.

A Ilha do Metal: Certo. Qual foi sua inspiração no começo de sua carreira? Quais foram suas principais influências? E agora, já que você desenvolveu seu próprio estilo, como é sentir que você é uma inspiração para novos cantores?

Simone: Bem, é uma coisa boa de se ouvir que as pessoas te vêem como inspiração, porque eu tive inspiração quando era mais nova. Eu não me vejo como uma pessoa famosa, tenho uma vida normal atrás das cenas, mas uma coisa que eu sei é que se você consegue atingir muitas pessoas, também deve espalhar positividade e ser um bom modelo, então é isso o que eu tento fazer. Eu espalho pensamentos positivos, se as pessoas querem se tornar músicos, eu digo a elas “vão em frente”, ponham suas músicas online, usem as redes sociais, porque são a chave para se tornar conhecido. É uma coisa estranha ser famosa, eu tento não pensar muito sobre isso porque como eu disse eu tenho uma vida normal também, faço coisas normais, e curto privacidade. Na Alemanha eu não muito sou reconhecida pelas pessoas na rua, então isso é bom, prefiro manter assim, não ia querer me tornar super famosa, não sou a pessoa certa para isso.

A Ilha do Metal: Então você não iria querer morar no Brasil, porque aqui as pessoas realmente te amam (risos).

Simone: É, eu sou bastante reconhecida no Brasil, eu gosto de estar no palco e me divertir, mas fora do palco eu prefiro ser invisível às vezes. Minha aparência é bastante “não brasileira” (risos) e isso ajuda as pessoas a me reconhecerem.

A Ilha do Metal: E o que você gosta de ouvir? Que tipo de música te agrada mais?

Simone: Eu amo metal, é claro, mas jazz também, algumas música pop ou rock, e apesar de estar com o Epica e me divertir, eu gosto de silêncio também (risos). Eu não tenho ouvido rádio, assisto alguns vídeos no youtube, mas no geral, eu gosto de silêncio, então não ouço muita música além do Epica e músicas infantis, no momento (risos).

A Ilha do Metal: Bem, obrigada pelas respostas. Agora, você poderia deixar uma mensagem para os fãs brasileiros que curtem A Ilha do Metal?

Clique no link abaixo para ouvir a resposta da Simone:

 

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