Helloween @Espaço das Américas – São Paulo/SP (29/10/2017)
Postado em 03/11/2017


Qualquer um que goste de Helloween já ouviu falar inúmeras vezes sobre uma reunião da formação clássica da banda ou já sonhou com isso, mas isso sempre pareceu muito distante afinal uma das peças principais, o vocalista Michael Kiske, até 2010 nem nos palcos pisava. As várias turnês da banda pelo Brasil sempre traziam esse sonho de volta ainda mais quando a turnê era em conjunto com o GammaRay e sempre rolava aquela participação do Kai Hansen nos finais do show que sempre deixavam um gosto de quero mais, MUITO mais. Um passo ainda maior foi dado com o Unisonic que colocou Kiske e Kai Hansen juntos fazendo shows e tocando suas músicas novas além dos grandes clássicos do Helloween. Em 2017 a última peça do quebra cabeça se juntou e Andi Deris, Michael Weikath, Sascha Gerstner, Markus Grosskopf e Dani Löble anunciaram que se uniriam a Michael Kiske e Kai Hansen para a Pumpkins United World Tour que proporciona aos fãs o que eles sempre sonharam, ver os membros da formação original esquecerem as brigas e se juntarem para tocar os maiores clássicos da historia da banda e até do metal.

Texto: Bruno Bergamini
Fotos: Marcos Almeida (Bullino.Inc)

Álbum de Fotos: Click Aqui

Antes de começar os fãs receberam avisos que uma equipe estaria filmando show para um futuro DVD, esse será o segundo DVD da banda gravado no Brasil e como estava no outro show, posso dizer que esse vai ser muito melhor e vou contar o por quê.

Logo para começar “Halloween”, isso mesmo, a primeira música com mais de 13 minutos para falar: estamos aqui, estamos juntos e vamos tocar um monte de música que vocês sempre quiseram ouvir no mesmo show. Desde o início dava para notar o bom entrosamento entre os membros atuais e os convidados da turnê, parecia até que o Kai Hansen nunca havia saído da banda, se sentia o dono do show e foi de longe a pessoal mais legal de ver ao vivo.

O show seguiu com “Dr. Stein“, Andi Deris e Kiske cantaram juntos e comparado com o que vi do Kiske ao vivo eu notei uma melhora na sua performance ao vivo. Em questão de voz eu sempre preferi ouvir o Kiske mas quando você vai assistir uma banda ao vivo você precisa de alguém como o Andi Deris, ele é muito carismático e sabe muito bem como entreter o público e ver os dois juntos foi a perfeição, um complementou o outro e proporcionou o melhor para os fãs, e nesse ponto do show alguns quase quarentões já marejavam os olhos.

Na terceira música em diante os vocalistas foram se alternando para cantar sozinhos e as músicas foram antecedidas por breves animações das abóboras Seth e Doc que durante o show foram personificando integrantes da banda e adicionando itens ao caldeirão que no final forma tudo aquilo que o Helloween é, representando toda a história. Acho que no DVD essas animações quebrariam um pouco o ritmo mas vamos esperar o lançamento para poder falar. Assim tivemos “I’m Alive“, “If I Could Fly“, “Are You Metal?”, “Rise and Fall“, “Waiting for the Thunder” e “Perfect Gentleman“.

Chegamos a parte mais “chata” da noite, Kai Hansen estava no meio do palco, anunciou uma volta as origens, ao primeiro álbum e no meio do medley de músicas do “Walls of Jericho” o som começa a falhar e o show tem que ser interrompido. A banda voltou ao palco e som falhou de novo levando a mais uma paralisação e atrasando a apresentação em uns 40 minutos. Falando de problemas, muitas pessoas no show estavam reclamando do calor dentro da casa. Com tudo de volta aos trilhos Kai Hansen nos presenteou com a sequencia com o medley de “Starlight/Ride the Sky/ Judas  /Heavy Metal (Is the Law). …….Fantástico foi pouco…..!

Andi e Kiske voltaram ao palco para o momento mais “fofinho” da noite, as baladinhas, antes do anúncio eles deram uma reclamada bem humorada com o o incidente da música anterior e elogiar os fãs pela bela performance cantando “Ride the Sky” mesmo sem estarem ouvindo a banda. Cantaram juntos “Forever and One (Neverland)” e “A Tale That Wasn’t Right“, que faltou aquela tradicional caveira inflável da Tour do Keeper que podiam muito bem ter trazido a essa tour, bem como um violão para as baladas, talvez soaria mais bonito e intimista. O show seguiu com “I can” música que vem de um dos melhores álbuns gravados com o Andi nos vocais o Better Than Raw.

Copiando o outro DVD esse também terá um solo de bateria só que um solo especial, pois foi tipo um duelo em o baterista atual Dani Löble com o falecido Ingo Schwichtenberg que se suicidou em 1995, uma bela homenagem. Show terminando? Felizmente não, ainda tinha muito do “Keeper of the Seven Keys Partes I e II” para ouvir, por isso seguimos com outro medley, “Livin’ Ain’t No Crime / A Little Time” e tirando os tantos  gritos de” KISKE, KISKE” do público.

A trinca “Why?”, “Sole Survivor” e “Power” deu sequencia ao show e encerrou as músicas da era Deris da noite. Também me fez questionar um pouco a escolha de algumas delas para a apresentação, colocaram umas relativamente novas e deixaram algumas mais expressivas de fora. Durante o show foi legal ver com Sascha Gerstner não se encolheu por estar tocando ao lado do Kai Hansen e ele chegou a ter mais destaque no show do que Michael Weikath que por melhor que esteja o show ele não muda aquela cara fechada tradicional de sempre.

How Many Tears” trouxe mais  lágrimas aos olhos de muitos marmanjos e foi um ótimo “encerramento” para esse show maravilhoso, mas muita música boa estava faltando por isso o bis era necessário e assim, alguns minutos após saírem do palco, a banda voltou para a melhor parte da noite.

Uma coisa que sempre gostei no Helloween foram os solos duplos e isso ao vivo é ainda mais legal de ouvir assim como os trechos em que o baixo de Markus Grosskopf fica em destaque roubando o brilho das guitarras e tudo isso pode ser visto na primeira música do bis: “Eagle fly Free“. Aproveito a resenha para agradecer o Andi Deris deixar o Kiske cantar essa sozinho, aposto que foi especial para muitos ali. Falando em Markus Grosskopf achei que ele ficou meio tímido de ir até a frente do palco e fez isso poucas vezes.

O momento mais especial veio logo em seguida, “Keeper of the Seven Keys” inteirinha, sem cortes, sem medleys, quase 14 minutos de puro Helloween, solos duplos, vocais fantásticos tudo perfeito, ao vivo, com a multidão cantando, foi simplesmente a melhor parte do show para mim. No final da música ao som do dedilhado inicial Andi e Kiske cantaram o começo de novo juntos e até isso foi de mais “Make the people hold each other hands…” e ao som do mesmo dedilhado um a um os integrantes foram se despedindo e deixando o palco.

E tinha mais, a banda voltou para “Future World” que dispensa comentários e “I Want Out” com direito até a confetes voando, o final perfeito para mais de 2h30 de show. Uma noite para guardar na memória para sempre. Agora é esperar o DVD para ficar lembrando deste SHOW HISTÓRICO do HELLOWEEN.

E o impossível aconteceu!!!

Setlist

1. Halloween
2. Dr. Stein
3. I’m Alive
4. If I Could Fly
5. Are You Metal?
6. Rise and Fall
7. Waiting for the Thunder
8. Perfect Gentleman
9. Starlight / Ride the Sky / Judas / Heavy Metal (Is the Law)
10. Forever and One (Neverland)
11. A Tale That Wasn’t Right
12. I Can
13. Drum Solo + Tributo ao Ingo
14. Livin’ Ain’t No Crime / A Little Time
15. Why?
16. Sole Survivor
17. Power
18. How Many Tears

Bis:
19. Eagle Fly Free
20. Keeper of the Seven Keys

Bis 2:
21. Future World
22. I Want Out

 

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