Público em peso, lotando o Carioca Club mais uma vez. Um público que, com toda certeza, tem o Iced Earth como uma de suas bandas favoritas, senão a favorita! É algo como uma religião, que se sobrepõe à qualquer outra banda de maior status!

Texto: Eduardo Escobar
Fotos: Bruno Bergamini (FOTOS)

Logo cedo era evidente, pela quantidade de pessoas de preto perambulando em torno ao Carioca Club, que a noite que se aproximava não se trataria de uma noite normal, e que ali, naquela casa de shows tão usada para o segmento headbanger, iriamos presenciar uma performance musical do mais alto escalão, para ser lembrada por muito tempo.

Com um pouco de atraso – mais ou menos às 20h40 -, Jon Schaffer, Troy Seele, Luke Appleton, Jon Dette e Stu Block, um a um, foram surgindo no palco, para delírio do público que já estava muito animado antes mesmo do show começar.

Após a intro, a banda apresentou as duas primeiras faixas do mais recente álbum, “Plagues of Babylon”, a faixa homônima que abre o álbum citado, e “Democide”, ambas muito bem recebidas pela platéia.

O vocalista Stu Block em todo término de música tentava demonstrar o quanto era importante a banda estar lá e o quanto o público era “really fucking amazing”.

Na sequência, a clássica “V”, que combinou com a máscara do V de Vingança postada bem à frente à bateria, e a nova “If I Could See You”, que se trata de uma baladinha em homenagem ao avô de Schaffer, marcaram um momento em que o público pôde recarregar as energias para os clássicos que estavam por vir.

O baixista Luke Appleton também parecia muito empolgado, e apesar da pouca movimentação de palco suas caras e bocas confirmavam isso. O guitarrista Troy Seele seguiu o script, fazendo seus solos com exímia perfeição, tal qual as gravações de estúdio da banda, mas não agitava tanto.

Depois, uma sequência fantástica de clássicos com ‘The Hunter”, “Burning Times”, “Red Baron/Blue Max” (quando os vocais de Stu foram realmente testados, pois por mais que ele já tenha lançado dois álbuns com a banda, sempre haverá comparações tanto com Tim Ripper Owens quanto Matt Barlow, dois caras de peso na sombra de Stu), “Blessed Are You” e “Vegeance Is Mine”.

O baterista Jon Dette parecia o mais empolgado entre os integrantes: bangueava a cada marcação da bateria como se fosse a primeira vez em que ele tocasse aquelas músicas ao público.

Já na metade final do show, mais uma das novas, afinal, a turnê atual tem o objetivo principal de divulgar o novo álbum: a música “Cthulhu”, mais lenta e com clima pesado durante muitas passagens. A primeira parte do show se foi com a mega clássica “My Own Savior”, cantada por todos, na hora do refrão principalmente, e “A Question of Heaven”, uma das mais dramáticas e emocionantes da discografia da banda, terminando com a banda saindo rapidamente, sem dizer absolutamente nada ao público.

O guitarrista Jom Schaffer por muitas vezes parecia não estar no show. Mesmo com sua performance técnica perfeita, por ser o líder da banda faltou bastante presença desta vez, sendo que ele não se dirigiu ao público em nenhum momento durante todo a apresentação.

A banda retornou tão rápido quanto saiu, para delírio dos fãs, enquanto a introdução da música “Dystopia” soava nas caixas de som do Carioca Club.

O momento mais incrível do show aconteceu em toda a execução de “Watching Over Me”, e principalmente em seu término: quem é fã tem um grande apreço por essa faixa, e faz o possível para acompanhá-la nos shows (lembro-me até hoje que eles não tocaram essa faixa no show de 2010, frustrando muita gente). Só que ao término da música, a platéia decidiu que o refrão deveria ser cantado mais algumas vezes, em uníssono, e foi o que aconteceu! Por pura insistência, Schaffer acabou puxando o refrão e a banda voltou a tocar mais algumas vezes essa parte, dando ao público exatamente o que era pedido. Um momento no mínimo, épico!

Por fim, quando a empolgação com o show ainda era crescente, Stu anunciou que a faixa “Iced Earth” seria a última da noite, sendo prontamente interrompido pelo público ao som de “Olê, olê olê olê… Iced, Iced” repetidas vezes. A banda deixou-se curtir um pouco esse forte momento de agradecimento pelo grandioso show que ali acontecera. Passado esse momento, foi hora de finalmente executar a última música da noite, “Iced Earth”, que deixou muita gente com vontade de perpetuar o show.

De arrepiar os pelos do braço (pra quem tem)! Se a banda por algumas vezes não pareceu tão empolgada, a platéia tratou de mudar essa atitude ao longo do show, mostrando quão energizante o público brasileiro pode ser!

Set-List:
Plagues of Babylon
Democide
V
If I Could See You
The Hunter
Burning Times
Red Baron/Blue Max
Blessed Are You
Vegeance Is Mine
Cthulhu
My Own Savior
A Question of Heaven

Bis:
Dystopia
Watching Over Me
Iced Earth