In Soulitary: Entrevista com a banda que vem sendo aclamada pela crítica
Postado em 22/05/2013


Devido ao grande sucesso pela crítica do EP de estreia He Who Walks conversamos com a banda In Soulitary para conhecer o trabalho deles, influências e o que podemos esperar da banda em relação ao primeiro CD

He_Who_Walks(EP)

A Ilha do Metal-) Como foi o começo da banda, apresente seus integrantes já que são uma banda nova, e quais as influências da banda? Além das influências pessoais de vocês.

In Soulitary-)O In Soulitary começou oficialmente em 2002, mas antes disso o Matt e o Thiago tocavam juntos em outra banda chamada Mistweaver, com o baixista Andras. Quanto o Mistweaver acabou, o Matt e o Andras formaram o Soulitary com outros músicos da cena, e com o vocalista Frank – que gravou a primeira demo da banda. No fim de 2003 mais ou menos o Andras deixou a banda, e o Elder entrou, fechando assim a dupla principal responsável pelo longo caminho da banda durante todos esses anos. A banda teve muitas formações, mas o Matt e o Elder sempre estiveram juntos, sempre foram os cabeças da banda, mantendo sempre íntegro o som e a proposta seguida. Porém, todo mundo sabe o quanto é complicado para uma banda de heavy metal conseguir gravar um CD com qualidade, e o quanto é difícil vencer nesse cenário, ainda mais há 10 anos atrás. Por isso, após algum tempo o Soulitary encerrou as atividades – mais ou menos quando o Matt e o Elder entraram no Tiger Cult, banda de renome nacional onde eu, Marcel, era vocalista. O Tiger Cult também encerrou suas atividades, e no final de 2011 o Matt e o Elder convidaram o guitarrista Danny Schneider para retomar o Soulitary logo em seguida. Danny chegou com uma energia absurda, e deu gás novo para a banda, levando a sonoridade do grupo para outro patamar. Logo em seguida, o Thiago, ex-Mistweaver assumiu as guitarras base e o seu amigo de longa data, André, entrou como tecladista. A formação se completou com a minha entrada na banda, vindo direto do Tiger Cult e de um Testament cover, para compor o time atual.

Em 2012, porém, o Matt descobriu uma outra banda chamada Soulitary – na Turquia – e que eles tinham registro oficial do nome antes de nós. Portanto resolvemos incorporar o IN no nome, tornando-nos definitivamente o In Soulitary.

Nossas influencias vao desde Hard Rock até Death Metal e procuramos colocar no nosso som um pouco da influencia de cada integrante. Isso nos levou a ter um som diversificado e ate mesmo inusitado. O que queremos passar com nosso som é que na primeira audiçao as pessoas entendam nosso proposito, que é de criar um som honesto!

A Ilha do Metal-) O que o produtor Denis Di Lallo influenciou no trabalho da banda?

In Soulitary-)Primeiro de tudo, o Di Lallo é um amigo da banda. Ele tornou tudo mais fácil e mais divertido pra nós, e isso dá pra ouvir em nossas músicas. Todos nós nos sentimos em casa com ele, e assim as musicas sairam com fluidez. O estilo de nossas músicas já tinha uma cara definida, chegamos no estúdio com tudo planejado, mas o Denis nos emprestou uma maturidade que nos faltava um pouco no âmbito musical, uma seriedade profissional e uma grande confiança – tanto nele, quanto em nós mesmos. A experiência do Di Lallo tanto enquanto músico quanto como produtor foi de fato um diferencial. Soamos muito mais como uma banda de nível internacional por causa dele. Ele sempre soube nos guiar pelo caminho mais correto, e nós sempre soubemos dar ouvidos ao talento dele. No fim, acho que pode-se dizer que ele tornou-se o sétimo membro da banda.

A Ilha do Metal-) O CD de vocês está em processo de finalização e cheio de participações especiais, poderia descreve-las e como foi o convite a cada uma deles?

In Soulitary-)Foi uma coisa muito natural. O In Soulitary é uma banda de amigos, antes de mais nada. Somos todos muito brothers mesmo, e tratamos assim as pessoas que nos cercam também. Temos amizade inclusive com os ex-membros da banda, não houve nenhuma briga feia ou algo parecido. Não existe disputa nem rivalidade, somos a favor da música e lutamos em favor dela. Por isso, chamar nossos amigos para participar desse sonho realizado, que é lançar o In Soulitary após mais de 10 anos de banda, foi uma honra pra nós. É como dar uma festa e chamar os mais chegados. E todos aceitaram tranquilamente também. Temos grandes nomes como Mario Pastore e Dimitri Brandi, além de grandes músicos que ainda não se tornaram famosos, mas que com certeza um dia chegarão lá, porque são excelentes. No fim, o álbum “Confinement” é isso, uma celebração de nossa amizade de longa data.

insoulitary

A Ilha do Metal-)-) A temática do trabalho de vocês sempre é voltada a obras literárias, qual a motivo da inspiração na composição sempre estar voltada a esse lado?

In Soulitary-)Não 100%, mas boa parte sim. Temos músicas como Hollow, que fala sobre relacionamentos, por exemplo. E Deep Fear, que eu escrevi para falar sobre meus sentimentos diante do falecimento de meu pai. Mas essa nossa ligação com a literatura tem menos a ver com a vontade de se tornar um novo Blind Guardian e muito mais com nosso dia a dia mesmo. Nós lemos muito, é uma coincidência positiva. O Matt já leu mais de 400 livros, e todos na banda lêem bastante também, e nossas composições migram nesta direção. Acaba que sentimos essa necessidade de passar adiante nossas experiências, e quem sabe até influenciar uma galera aí a começar a ler mais, expandir suas mentes. Queremos que alguém em algum lugar leia uma de nossas letras, tipo “…Territory lillies unvails the sound of the deafning bells…” e fique curioso pra saber que porra é essa. haha. O que são “os lírios dos territórios”? O que são os “sinos ensurdecedores”? Vai lá, procura, e quando descobrir de onde isso vem, leiam a obra original. Entendam o que quisemos dizer.

A Ilha do Metal-) O que representa a capa do EP He Who Walks?

In Soulitary-)Representa a nossa música “Behind the Rows”, que é baseada no conto “Children of the Corn” – A Colheita Maldita – do Stephen King. A nomenclatura completa seria “He who walks behind the rows”, ou “aquele que anda atrás das fileiras”. As “fileiras” são as fileiras da plantação de milho, e “aquele que anda” por ali é o grande vilão das sagas do King, conhecido também como Randall Flagg, Crimson King, entre outros. Daí a Torre Negra ao fundo, e o símbolo do Rei Carmim fazendo parte de nosso logo. Mas pra saber mais, tem que ler o conto! haha

A Ilha do Metal-) O que mudariam no Heavy Metal hoje? Se você pudesse escolher os 5 melhores álbuns de todos os tempos quais seriam e por quê?

In Soulitary-)Eu não diria “mudar”. Nós somos filhos da história do metal, adaptamos para nosso estilo tudo o que já foi feito pelos grandes mestres de antes, e inovamos de certa forma. Temos muitas influências, de death metal até hard rock. O metal cresceu muito, e se dividiu muito em estilos diferentes. Tem coisa boa, tem coisa ruim, mas em todos os caminhos tem muita gente que curte e é fã. O que nós gostaríamos é que, aqui no Brasil pelo menos, dessem mais valor para o que temos. Algumas das melhores bandas do mundo estão aqui, e posso citar tranquilamente o Psychotic Eyes, o Shadowside, o Voodoopriest, Krisium, Sepultura, Pastore, Hibria, Ratos de Porão, entre tantas outras. Temos o André Matos, que é um dos maiores vocalistas de todos os tempos. O brasileiro tem esse perfil de achar que o que vem de fora é sempre melhor, mas isso está errado. Se possível, eu gostaria que isso mudasse. Que passassemos a dar mais valor para o que é nosso, e aprender que vale muito mais a pena pagar 20, 30 reais pra ver o Korzus, por exemplo, do que pagar 300 ou 400 pra ver uma banda que as pessoas já cansaram de ver, só porque ela é gringa.

É dificil pra nós citarmos os 5 melhores álbuns de todos os tempos. Somos muito ecléticos, cada qual com seu gosto particular. Acho que se todos nós da banda fizessemos uma lista dos nossos 5 álbuns preferidos, nenhum título ia bater. E é justamente daí que vem a diversidade do nosso som.

A Ilha do Metal-) Como são os membros do In Soulitary fora da cena Heavy Metal, quais seus passatempos? Que tipo de som ouve em casa, o que assiste na TV, se gostam de literatura, esportes, essas banalidades toda. etc..

In Soulitary-)Nós somos caras comuns, que levam vidas de boa, tranquilamente. O Matt é professor de inglês e o leitor mais assíduo de todos. O André é professor de teclado e tem como paixão reformar carros antigos com o seu pai. O Thiago está prestando exame da OAB, ele trabalha na área jurídica, além de curtir skate e surf. O Elder está atualmente numa vivência na Itália, aprendendo italiano e aperfeiçoando seu lado profissional. Danny está curtindo sua filhinha além de ser um viciado em música, e treinar que nem um maluco todos os dias. Eu sou designer, trabalho com marketing desde sempre, e tenho meus hobbies caros, como colecionar itens relacionados ao Batman, por exemplo. Mas, em essência, como o próprio Matt disse uma vez, somos “Geek Metal”. Um bando de nerds viciados em cinema, livros, video game e quadrinhos. Mas acho que, traçando uma média geral, todos ouvimos heavy metal, rock e música clássica, alguns gostam de algumas coisas nacionais, outros ouvem um pouco de pop. Em televisão, a maioria dos caras da banda é viciado em Chaves e Chapolin, mas assistimos muitos filmes de terror e scifi, principalmente os clássicos, e também séries do estilo. Como dito, o Thiago curte esportes radicais, o Danny é viciado em academia, e os demais são ótimos em levantamento de garfo. haha

Foto Divulgação

A Ilha do Metal-)Sinta-se livre para enviar uma mensagem a seus fãs.

In Soulitary-)Temos os fãs antigos, e esses são nossos irmãos de coração. Não há nem como agradecê-los por todo o apoio durante nossa jornada – mesmo assim, obrigado! Aos fãs novos, valeu pelo apoio, estamos muito felizes com toda a recepção positiva do nosso EP, e esperamos que vocês curtam o álbum “Confinement”. Há uma passagem em nossa música Hollow que diz “Spread the word!” Significa “Espalhe a palavra”. E isso tornou-se nossa assinatura. SPREAD THE WORD, amigos. Curtam e compartilhem nossa página no face, no myspace, reverbnation e mostrem-nos para o mundo. Vocês, fãs, são o que fazem ser possível uma banda existir e resistir. O nosso “muito obrigado!”

 

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