QUE ACONTECIMENTO FOI ESSE…
É normal quando temos o Rock in Rio, tudo relacionado ao estilo em relação a interesse, procura etc… tudo aumente.., e depois que abriram esses slide showa, tudo ficou ainda maior, e a busca por música que seria algo em torno de dez dias, se transforma em quase um mês e isso é bom demais principalmente para nossa cultura musical.
Mas vamos tentar por em palavras o que aconteceu neste inesquecível domingo datado de 6 de outubro de 2019.
Iron Maiden é uma Religião
O ambiente a caminho do estádio já mostrava que tudo seria diferente, a estação mais próxima no transporte público para a grande maioria que foi de trem, a distancia até o local do show é mais ou menos 1 kilômetro e meio ( sim… gordo repara essas coisas…) e no caminho vários ambulantes vendendo todo o tipo de lembranças do show, claro, principalmente camisetas, copos e posters que mesmo falsos, a diferença de preços aos “produtos oficiais” é bem grande, sendo cem pila a oficial e 40 a camiseta bootleg…
As filas para entrada claro que estavam grandes, afinal tínhamos a lotação máxima prevista com 61.500 pessoas, entrando e chamando a banda ao já tradicional “olê, olê olê… maiden…maiden“ e tudo na mais perfeita harmonia.
A expectativa no show era gigantesca, e assim como foi no Rockfest a maioria do pessoal chegou bem cedo, e praticamente as seis horas da tarde uns 80% do estádio já estava ocupado, e venhamos e convenhamos… como é bom ver isso.
Outro ponto em comum com o Rockfest, afinal o Iron Maiden anda por nossas terras há 34 anos era que a idade média também era maior que nossos queridos shows de todo sábado e muitos pais levando os filhos, e alguns pela primeira vez em um show juntos, como pudemos perceber, o amor a música é uma das coisas que a grande maioria aprende com seus pais.
Essa é a segunda Tour de “Greatest Hits” do Maiden, digamos assim, e que dessa vez, voltaram com alguns lado B que há muito tempo não tocavam, e outras faixas que foram surpreendentes vê-las ao vivo e algumas sinceramente jamais pensei que seriam tocadas novamente.
Quando as luzes se apagaram e começou “Transylvania” com cenas do game e percebi os “ôooooô”, aqui uma confissão, eu tinha literalmente esquecido que os fãs do Iron Maiden são um show a parte…
Quando surpreendentemente a intro clássica dos shows do Maiden ” Doctor, Doctor” do UFO vem depois quando todo sentido de setlist correto seria ao contrário mas quer saber dane-se…
Qaundo começa o “Churchill Speech”, a maravilhosa intro do álbum Powerslave onde aquele discurso feito pelo então Primeiro-Ministro do Reino Unido, Winston Churchill para a Câmara dos Comuns do Parlamento do Reino Unido, ( O congresso deles..) em 4 de junho de 1940 e foi o segundo de três grandes discursos dados por volta do período da batalha de França isso na segunda guerra mundial ( até colocamos o link do youtube que um brasileiros teve as manha de colocar o trecho final do discurso com a parte conhecida por todos nós e assim todos conhecem a história por trás da intro).
E moço, com a a intro de “Aces High” e a banda entrando no palco um a um, todos nossos Deuses do Metal ,e ao ver Bruce entrando com sua roupa da Aeronáutica da segunda guerra e vendo aquele palco, a porra do avião Spitfire ( Tradução livre “Cuspidor de Fogo”) era como ver algo que jamais pensamos em ver e mesmo sabendo como seria, sim você fica surpreso com o efeito visual, sendo muito díficil descrever a emoção que todos nós sentimos..
Como deixar a Tour melhor? Oras enfia um monte de música do maravilhoso Piece of Mind que a banda sempre deixou ele de lado na Turnês anteriores, tudo ganha proporções mais épicas ainda, e a primeira surpresa “Where Eagles Dare ” com já uma troca de roupa de Bruce e ele cantando atrás do palco, e ver tudo, era sensacional, sem dúvida, uma das grandes surpresas do set e do show, lógico.
“Two Minutes to Midnight” foi algo sensacional e ali foi quando vimos a cena clássica de Steve Harris apontando seu baixo ao público onde mostra sua maior influência musical, Pete Way do UFO, pois foi esse que começou com a clássica cena do pé no retorno, e esse é o motivo de termos “Doctor, Doctor” nas intro, também para quem ainda não saiba, claro, e ver mais de 60 mil vozes cantando, garanto a vocês é “foda demais”.
Hora de uma homenagem a uma música que fala de paz, e não de ódio, e neste tempo de ” guerra” que é o que estamos vivendo com essa polarização no mundo todo, Bruce anuncia a próxima como música inspirada no filme Braveheart que no Brasil chamou Coração Valente do Mel Gibson, e claro que estamos falando da maravilhosa “The Classmann”.
E como dizemos, o Piece of Mind teve um papel de destaque nessa Tour e chegava a vez da música que a banda sempre tocou, “The Trooper” com direito a Eddie pela primeira vez no palco, e como sempre é mágico e acho essa uma das melhores músicas do Maiden de se ver ao vivo, nem pelo duelo, nem pelo palco, mas a força dela ao vivo.
Vamos dizer assim, o maior e melhor lado B do Iron Maiden, finalmente vi novamente ao vivo depois de 11 longos ano, s a maravilhosa “Revelations” , já que tocaram ela na Somewhere Back in Time no Palestra Itália em 2 de março de 2008 e que coisa insana,… maravilhosa…
A parte com ” For the Greater Good of God” e “The Wicker Man ” , se não me emocionou como outros clássicos, ainda assim estava ao ver aquele palco com perfeição e foi onde não cantei tanto, e por mais simples que fosse o palco naquele momento, era “foda pra caralho…”, eu pensava no poder e encanto que todos eles tem juntos em cima de um palco, que Magia é essa, que poder em forma de notas musicais, harmonia, e carisma eles tem?
E que postura de palco, Steve Harris, o maestro, “o camisa 10 clássico”, sabe se portar no palco, como poucos, e o amor que ele tem por estar tocando é algo que mesmo após quase 40 anos, muito moleque de nem 20 anos e se diz o músico tem …, Dave Murray e Adrian Smith, é a dupla mais perfeita para Riffs e solo, ora um ora outro, como se encaixam e como tocam, são sempre um destaque a parte, Bruce Dickinson, canta muito, e também sabe mudar sem forçar, conhece os atalhos do palco, sabe como enlouquecer uma platéia e se emocionar, vide no começo quando tinha a resposta do público que queria, ele vibrava como se o time do coração tivesse feito um gol, Nicko McBrain, aquele cara que toca sorrindo e parece que nem faz força e você não entende como aquilo é possível, Janick Gers, aquele maluco que faz estrepolias com a guitarra, e acompanha Bruce teve sua carreira solo e dá um tempero a mais na apresentação, ah e sim eu fiquei torcendo para a guitarra pular pra fora de novo, fiquei mesmo, vou admitir…
Tivemos mais uma da era Blaze, e uma das mais fodásticas do Iron Maiden, e como é bom eles não deixarem ela de lado, “Sign of the Cross ” e com o visual e cruzes no palco, como a que Bruce levanta é algo fenomenal, ganhou muito poder, embora ainda hoje quase, praticamente duas décadas e meia, alguns ainda torcem o nariz para Blaze, mas quem já foi em seus shows solos, o tão maravilhoso que são esses pequenos shows, perto do que víamos no Morumbi, e o tão simpático e atencioso que ele é, e aqui deixo o recado se você se diz fã de Maiden vá prestigiar Blaze solo também, e sim mude sua opinião pois ele cantando essa mesma música é algo que te faz lembrar quando a ouviu pela primeira vez, e tenho certeza que quando ouviu você gostou.
A hora que o Estádio quase foi destruído, “Flight of Icarus ” , e jamais pensei em ouvir a música ao vivo, e quando Bruce surge com o Lança-Chamas, não tem como não ficar hipnotizado e cantando junto..
” Fly, on your way, like an eagle,
Fly as high as the sun,
On your way, like an eagle,
Fly and touch the sun. “
“Fear of the Dark” é outra música que ao vivo ganha outra dimensão, alguns gostam, outros não, outros ironizam, fazendo o trocadilho do nome com “medinho do escuro” , mas tudo vale, mas uma coisa é fato, a maioria ligou a lanterna do celular no estádio e todos todos mesmo inclusive alguns seguranças que estavam próximos a nossa equipe cantaram aquele trecho…
” Fear of the dark
Fear of the dark
I have a constant fear that something’s always near
Fear of the dark
Fear of the dark
I have a phobia that someone’s always there “
Mais uma coisa tem que ser dita, quem acompanha bem o Heavy Metal conhece a banda portuguesa Moonspell e não teve como não lembrar dos patrícios quando vimos Bruce com a lamparinha e a máscara, assim como foi feito no Carioca Club na última passagem dos portugueses por aqui.. mas sim foi genial de qualquer jeito
E não tem quem não cantou… a seguinte….genial demais, a hora da clássica, “666” … “The Number of the Beast”, a música que praticamente levou a banda ao Mainstream e começando a devoção que temos hoje pela banda, e sempre é mágico ver aquele palco avermelhado e com a banda executando perfeitamente e mesmo que tudo seja mais que previsto, sim é maravilhoso de se ver.
O final da primeira parte é apoteótico e claro termina com a música da banda “Iron Maiden”, sendo essa a única da fase Paul Di’Anno no set e com todo seu peso e beirando o metal mais extremo a genialidade desde grupo está presente em toda sua discografia.
Uns minutos de folga e ansiedade e já voltam para o bis, e de cara com a mágica do mais que perfeito CD “Seventh Son” com “The Evil That Men Do”, sendo inesquecível vê-los, e depois o hino que sem dúvida é uma das músicas mais perfeitas desta banda devido a complexidade de sons e quebras, “Hallowed Be Thy Name” e aquele pá de cal em mais de sessenta mil pessoas com “Run to the Hills ” que em quase duas horas ainda todo muno cantava em pleno pulmões daquele jeito mas cantava e só pensava que melhor definição de um domingo feliz poderia ser do que não for “um domingo com show do iron maiden e uma bimbadinha pós show..”
Foi perfeito!!!
Transylvania
Doctor Doctor
Churchill’s Speech
Aces High
Where Eagles Dare
2 Minutes to Midnight
The Clansman
The Trooper
Revelations
For the Greater Good of God
The Wicker Man
Sign of the Cross
Flight of Icarus
Fear of the Dark
The Number of the Beast
Iron Maiden
Encore:
The Evil That Men Do
Hallowed Be Thy Name
Run to the Hills
Ah vamos falar da abertura que claro também acompanhamos atentamente, e assim como no show do disco The Book of Souls a banda The Raven Age, abriu o show, e venhamos e convenhamos, Steve Harris além de ser um excelente músico e compositor também é um bom pai, pois faz seus fãs conhecerem a banda de seus filhos, assim como tivemos em 2008 sua filha Lauren Harris abrindo o show e nessas duas últimas Turnês pelo Brasil o The Raven Age do seu filho George Harris.
Esse show foi bem superior a última passagem quando até achei bem fria, e não pelo estilo que é bem diferente do estilo do pai, bem mais voltado ao Metalcore do que o NWOBHM que a banda do pai mortalizou e devido a garoa que estava nesse momento onde o baterista Jai Patel quase tomou um capote quando subiu em um ponto mais alto para saudar a platéia com a bandeira do Brasil.
Uma coisa que achei e depois percebi a mudança no line up é que a banda veio dessa vez ao Brasil com um novo vocalista, Matt James, muito superior ao antecessor, que deixou a banda em 2018, muito mais carismático e com uma melhor presença de palco.
O guitarrista George Harris, tem talento sim, e mandou bem nos solos, principalmente na abertura, com a faixa, “Betrayl of the Mind”, e também foi legal ver os backdrops cairem durante “Surrogate”, quando um roadie esbarrou e deu um tom engraçado ao show.
“Grave of the Firefflies” sim, tem uma intro que lembra ” Fear of the Dark”, mas também é uma das melhores faixas da banda, que embora técnicamente a banda seja muito boa, essa bagagem de excursionar com o Iron e tocar separado em outro palco no Rock in Rio (Tocaram no Rock District) vai fazer a banda crescer muito.
Quem busca sons novos, fica a dica, e mostra um pouco para qual direcionamento o Heavy Metal foi já que o estilo do The Raven Age é o estilo com mais bandas atuantes no momento.
Foi um bom aquecimento para a maior banda das Galaxias…
Betrayal of the Mind
Promised Land
Surrogate
The Day the World Stood Still
The Face That Launched a Thousand Ships
Fleur de Lis
Grave of the Fireflies
Seventh Heaven
Angel in Disgrace
Um dia magistral, algo de quem não foi sim…. perdeu, pois a banda voltará mas esse momento ficou apenas na cabeça dos mais de 60.000 pessoas presente no momento.
UP THE IRONS
Agora uma verdade…
O Show mostra a força do Heavy Metal, infelizmente não… apenas mostra a força de uma divindade chamada Iron Maiden, já que hoje em dia poucas bandas se sustentam e lotando estádios, e sim como gostaria que pelo menos 10% do público do Morumbi, ou nem isso, rodasse em todos eventos ligado ao rock na cidade nos fins de semana, pois ali tinhamos sessenta mil, e em outros shows gira em torno de mil pessoas e sim eu sei que não estamos falando do Iron Maiden mas sim de outras bandas de Metal, se tívessemos isso o Rock ainda seria o principal estilo no Brasil.
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