Após 23 anos de espera, a banda canadense de death metal, Kataklysm, deu as caras pela América do Sul com uma turnê espetacular para divulgação de seu último e bem aclamado álbum “Waiting for the End to Come” (2013).

Resenha: Vinícius Starteri
Fotos: Marcos Cesar (Bullino.Inc)

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Em um dia atípico para São Paulo, com grande trânsito pela cidade por ser uma sexta-feira, estava marcado o show de um dos grandes ícones do metal canadense. Mesmo com essas adversidades, a espera era bem grande para ver o Kataklysm.

A abertura da casa ocorreu conforme o programado e apesar das poucas pessoas que compareceram, foi o público fiel de qualquer show extremo.

Às 21 horas em ponto, a banda gaúcha IN TORMENT subia ao palco, e apesar da pouquíssima quantidade de pessoas na casa, a banda se impôs e mostrou um som de extrema qualidade.

Com um apresentação de cerca de 1h, os gaúchos mostraram um som bem forte e definidas linhas de uma escola de death metal americano. Foram nove músicas que já deixaram muitos headbangers ansiosos pro grande espetáculo da noite.

A ansiedade era grande por parte de todos que ali estavam, pois foi muito tempo de espera para ver esse grande ícone do metal extremo mundial. Foi quando todas as luzes se apagaram e as cortinas do Hangar 110 se abriram.

A casa que possuía cerca de 120 pessoas cresceu, porém pelo devido motivo de diversos shows extremos na mesma semana, o show não teve um grande público a nível da banda, com cerca de 230 pessoas pela casa.

Eram 22 horas em ponto quando o Oliver Beaudoin subia ao palco para vibração do público brasileiro, em seguida surgia os outros membros anunciando a destruição que começaria. E foi com nada menos que a entrada do espetáculo iniciou-se com “Prevail” do álbum homônimo Prevail (2008). Particularmente essa é uma das músicas mais insanas do álbum e inclusive do setlist.

Sem exitar a banda fez aquele pequeno público de um pouco mais de 200 pessoas virar a voz de 1000 pessoas, e logo emendaram duas porradas que não deixaram nenhum headbanger sem bangear com as músicas “Push The Venom” do álbum Heaven’s Venom (2010) e a saudosa “Like Angels Weeping (The Dark)” do álbum In The Arms Of Devastation (2005).

Após esse começo estarrecedor, Maurizio Iacono (vocalista) agradeceu a todos os fãs por comparecerem ao show e disse que sentia por nunca ter pisado na América do Sul em 23 anos de banda.

Foi então que Maurizio falou que agora teríamos algo do mais recente álbum, e anunciou a música “Like Animals”. Essa música foi um dos registros do novo baterista Oliver que entrou em 2013 na banda.

Com o melhor trio de músicas do setlist a banda embalou com três excelentes músicas que fez o público se amontoar em frente ao pequeno palco do Hangar 110, as músicas “As I Slither” do álbum Serenity In Fire (2004), “At The Edge Of The World” do álbum Heaven’s Venom (2010) e o hino “Taking The World By Storm” do álbum Prevail (2008).

Logo em seguida, a banda apresentou mais uma sequência de músicas na qual duas fazem parte do mais recente álbum Waiting for the End to Come (2013), as músicas “Fire” e “Kill The Elite” que foram intercaladas por outro grande sucesso “Blood In The Swans” do álbum Serenity In Fire (2004) que foi absurdamente executada pelo novo baterista, esbanjando rapidez nos blast beats.

Após mais uma música, Maurizio voltou a se pronunciar agradecendo a todos e subsequentemente o carismático baixista Stephane Barbe cumprimentou todos os fãs colados ao palco.

Maurizio então fez um pequeno discurso onde disse a todos nunca desistirem de seus sonhos que se tiver uma grande força de vontade, tudo pode ser resolvido e alcançado, então pra isso devemos apenas ser duros e sempre acreditar que tudo se tornará possível. Esse foi o anúncio pra aclamada música de comemoração aos 20 anos de banda, e que sua tradução significa nada menos que “Vontade de Ferro”. A música “Iron Will” (single da banda em 2012) foi praticamente a sinfonia para destruição, onde os ecos do gutural de Maurizio e os graves da guitarra de Jean-Francois se misturavam e vibravam nos peitos de cada pessoa dentro da casa.

Sem pausas, a banda já emendou com duas grandes músicas “Elevate” do seu recente álbum, e o seu maior clássico que também podemos considerar como o maior hino da banda, a música “In Shadows and Dust” do álbum Shadows & Dust (2002) foi a “chama do estopim” para aquela noite fabulosa, onde a casa inteira interagiu com a banda. Foi algo intenso, para nenhum fã colocar qualquer tipo de defeito.

Como parte final do espetáculo, a banda executou “Crippled and Broken” do álbum In The Arms Of Devastation (2006), e após isso, houve outro e o último discurso de Maurizio Iacono. O mesmo pediu desculpa a todos pela ausência a América do Sul em duas décadas e que prometiam que não iriam demorar mais 20 anos para voltar, mas sim no ano seguinte. E que todos podiam se contentar que eles fariam o possível para retornar em 2015 ao Brasil.

Foi o momento que praticamente todos da casa agradeceram com uma calorosa salma de palmas e aclamavam incessantemente por Kataklysm.

Para fechar a noite mais do que espetacular, a banda executou uma das suas grandes músicas que estava de fora dos setlists recentes, a excelente “The Road To Devastation”.

Este foi um dos grandes shows para o ano de 2014, porém infelizmente como declarado anteriormente, não houve maior público pela grande massa de shows extremos na mesma semana (Hypocrisy e Obituary). Assim creio que o próximo show em São Paulo irá ter um público maior do que nesta apresentação pra lá de espetacular.

SETLIST IN TORMENT:
– Intro
– The Flesch
– Into Abyssal
– Divine
– Unnatural
– Paradoxical
– Labyrinth
– Grosteque
– Far Beyond

SETLIST KATAKLYSM:
– Prevail
– Push The Venom
– Like Angels Weeping (The Dark)
– Like Animals
– As I Slither
– At The Edge Of The World
– Taking The World By Storm
– Fire
– Blood On the Swans
– Kill The Elite
– Blood In Heaven
– Iron Will
– Elevate
– In Shadows and Dust
– Crippled and Broken
BIS
– The Road to Devastation