Texto: Lucas Amorim Passos ; Marcos “Bullino.Inc” Cesar
Fotos: Flavio Santiago
E finalmente, depois de vários contratempos, chegou a vez de São Paulo se despedir do Kiss, a veterana banda com mais de 50 anos de carreira, informou que dessa vez vai parar, e parece que agora é pra valer, e sim, esses últimos shows, serão a despedida dos caras do palco, e que depois não tem mais, só as lembranças e os registros que a banda fez ao longo da sua longa duração, e certamente lançará vários shows pós morten…
E os caras não decepcionaram mesmo, pois o show da noite do último dia 30 de abril, para mais de 45 mil pessoas, realizado no Allianz Park, Soldout Total,foi muito além de um espetáculo musical, a banda se superou também no visual grandioso, em um show bem planejado e com passagens perfeitas para cada músico ter o seu tempo com a plateia e ter o seu momento de dizer seu adeus.
O show teve início por volta das 21:00 com a já característica introdução do “vocês querem o melhor e terão o melhor”, e é impressionante como o público não enjoa, não liga ou simplesmente prefere que o show sempre comece assim, pois sabemos que essa é a marca registrado dá banda há tempos e não seria em sua despedida que os caras iriam mudar, e também nenhuma alma penada ali presente queria que fosse ao contrário…e claro quase que a maioria dos shows começa com “Detroit Rock City“….
De todo jeito, esse tom de adeus tornou o show ainda mais legal, pois quando imagens antigas da banda se misturam à filmagens do show em músicas como “Do you love me”, “Cold gin” e “Shout It out loud”, faz surgir um apelo tecnológico, misturado ao velho Kiss da maquiagem pesada de Gene, até as danças de Paul, que fazem um mix do que é um show do Kiss, o velho que se une ao novo e temos uma fórmula mágica, que impressiona o novo fã, e ao mesmo tempo agrada o antigo que vê tudo do passado misturado com muita tecnologia..
A nostalgia de muitos fãs ali presentes certamente foi com “I Love it Loud” que uma boa parte da plateia começou a ouvir a banda e porque não dizer Rock quando o vídeo da música passou no Fantástico meses antes da primeira vinda da banda ao Brasil na comemoração de 10 anos da banda há 39 anos atrás também conhecido como o ano de 1983.
O único milagre que a tecnologia infelizmente não pode fazer, é rejuvenescer a garganta de Paul Stanley, e também nem eu queria pois a presença do palco deste ja senhor que aos 70 anos tem que se sacrificar muito para cantar e a cada apresentação faz um esforço ainda maior, a voz infelizmente dá umas rateadas, mas não dá para culpar o cantor, e sim pelo contrário, tem que elogiar o cara, pois o mesmo tem energia de sobra pra dançar, cativar e arrancar sorrisos do público e fazer um verdadeiro show de Rock’n’Roll.
O setlist de diferente mesmo em relação a anos anteriores foi a inclusão de “Tears are Falling” do controverso Asylum, que uns amam outros odeiam mas a música realmente merecia estar no setlist da ultima Tour da banda
Inclusive, o ponto mais alto da apresentação na minha opinião, quando vi e percebi que a plateia gritou e interagiu mais, é quando Paul voa sobre o público preso a uma corda e vai para um segundo palco no meio da plateia, puxando antes de sair de lá o coro de “I was made for loving you”, magnífico ver os olhos das crianças impressionadas e também de adultos maravilhados, dando aquele clima mágico para apresentação.
Inclusive o show de São Paulo pode sim ser considerado fora do script, pois em um momento do show o vocalista e a banda ficaram intrigados observando um pequeno grilo que pousou e se acomodou em seu microfone, o vocalista maravilhado pediu para todo mundo olhar, e passou alguns segundos observando o inseto de perto, sorriu, acenou e até perguntou o nome do bicho, sem resposta obviamente.
Voltando para o espetáculo, como de costume, há os solos apoteóticos de Tommy Thayer (guitarra) e Eric Singer (bateria) esse último sempre afiado e com um carisma ímpar, sempre acenando, piscando, e pedindo auxílio do público, e é claro, que não podia deixar de falar também do baixo, e quando falo em baixo, falo da presença imponente de Gene Simmons, dos cuspes de fogo, do solo macabro com abundância de sangue e gritos da multidão, mas no fundo temos sim um simpático Gene Simmons sempre acenando e apontando para o público que o ovacionava lá embaixo.
Embora o clima de despedida estivesse marcando a última passagem dos caras pelo país, a descontração na maioria do tempo tomou conta do show, porém o sentimento dessa despedida, estava lá, sempre presente, e presenciei até alguns fãs emocionados ao cantar sucessos como “Lick It Up.” e “Beth”, pra e para fechar a noite com chave de ouro a mais que manjada”Rock and Roll All Nite” encerrou performance, mas uma última vez sempre pode né…rs
E infelizmente pra quem achou que teria mais, não teve, o show acabou por aí, a após banda agradecer e reverenciar público, Paul disse que aquela era a sétima vez que estavam no Brasil e que os brasileiros arrasam, e com esse clima de despedida, deixamos o Allianz, com um sentimento de que mais uma vez poderia ser mentira essa despedida, pois dar adeus para o Kiss não é fácil.
São meio século de Kiss, meus amigos, isso é muito tempo e rendeu muita música boa, mas infelizmente tudo chega ao fim, e dessa vez, chegou o fim dos gigantes americanos, mas o mundo é assim mesmo, a vida é assim, é um ciclo, e quem foi lá no Allianz Park, não tem que sair triste e sim feliz, pois viu uma banda que não fez feio e terminou com muita honra e com classe, e dando literalmente um show pra quem foi ver, valeu Kiss, e o que será real “God Gave Rock and Roll to You” or Satan doS Kids is Satan Service (K.I.S.S.)?
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