Korpiklaani: Entrevista para a The Ultimate Music
Postado em 07/06/2012


Korpiklaani é, sem sombra de dúvidas, um dos principais nomes do folk metal mundial e a cada disco lançado vem mantendo-se como referência deste gênero musical. O grupo desembarca esta semana no Brasil para quatro apresentações: Belo Horizonte (08/06 – Music Hall), São Paulo (09/06 – Clash Club), Curitiba (10/06 – Music Hall) e Porto Alegre (12.06 – O Beco).

Jonne (vocal/guitarra), Cane (guitarra), Jarkko (baixo), Matson (bateria), Juho (acordeom) e Tuomas Rounakari (violino) estão prestes a lançar “Manala”, oitavo álbum de estúdio da banda. Uma prévia desse novo trabalho já está disponível em “Metsälle”, música lançada em dezembro de 2011 justamente para acalmar o ansiedade dos fãs por este registro fonográfico.

Em uma longa entrevista exclusivamente concedida à The Ultimate Music, o acordeonista Juho Kauppinen comenta sobre “Manala“, a nova formação da banda, quais as expectativas dos finlandeses em retornar ao Brasil e muito mais.

Korpiklaani. Imagem: Harri Hinkka

The Ultimate Music: O próximo álbum do Korpiklaani se chama “Manala” e será lançado no mês de agosto deste ano. Manala significa o reino dos mortos, que faz parte da história de Kalevala, no hino nacional da Finlândia escrito por Elias Lönrot. Por que vocês decidiram abordar esse tema?

Juho Kauppinen: Kalevala não é uma nova inspiração para o Korplikaani, temos canções baseadas nisso há muito tempo ou com alguma notável semelhança ao estilo de Kalevala. Esse é um tema que sempre pode ser levado e expressado de um modo mais avançado. O novo álbum lida com temas que não necessariamente foram utilizados da mesma forma anteriormente. Não queremos nos acomodar, mas sempre tentamos oferecer algo novo, embora o som e os temas do Korpiklaani sempre farão a banda ser reconhecida como Korpiklaani. Nós nunca cantaremos sobre motociclismo ou coisas do tipo, não porque não seria divertido, mas porque seria fora do nosso estilo. Somos os principais representantes da mitologia finlandesa e dos antigos hábitos e crenças folk. Algumas músicas covers são exceção à regra, tocamos covers para sermos capazes de sair do nosso conceito Korpiklaani.

TUM: O novo álbum vem em duas versões: inglês e finlandês. Como surgiu a ideia de lançar um CD bônus em inglês?

JK: Nosso manager sugeriu esta ideia e pensamos como seria extraordinário. Conseguiríamos abranger mais pessoas cantando as músicas em ambas as línguas e colocar o álbum para ser vendido como um CD duplo. Cada um de nossos álbuns, de longe exceto ”Ukon Wacka”, tem figurado músicas cantadas em inglês e finlandês. Agora a única diferença é que todas as canções tem sido cantadas em ambas as línguas, exceto a faixa bônus. Nesse ponto é muito difícil dizer como a ideia será recebida por todos que ouvirão o álbum. Pelo menos a ideia parece fazer sentido, como os ouvintes fora da Finlândia estarão prontos para entender o significado das nossas letras.

TUM: Em dezembro do ano passado, vocês lançaram o single “Metsälle”, que é uma das faixas que compõe o novo CD “Manala”. Como tem sido a resposta dos fãs e da mídia a essa música?

JK: “Metsälle” é de alguma forma uma música tão típica do Korpiklaani, tendo partes lentas e rápidas, que se alternam a todo momento. Tocamos ela ao vivo desde o ano passado, quando as primeiras notas dessa música eram tocadas, o público parecia entrar em um humor um pouco sereno. A melodia inicial é muito envolvente e mesmo que a música tenha muitas partes, todas essas melodias são simples para cantar junto. Então eu diria que “Metsälle” tem sido muito bem recebida.

TUM: Recentemente houve uma alteração no line-up da banda, e Tuomas Rounakari passou a ser o novo violinista da banda. Como se deu a escolha de Tuomas e como tem sido sua adaptação?

JK: Conhecemos Tuomas muito antes dele se juntar a banda. Ele tinha se oferecido para ser nosso violinista há uns dois anos atrás. Então, quando surgiu a necessidade o chamamos e fizemos uma escolha óbvia. Conhecemos o projeto solo de Tuomas o que foi muito convincente e que não só provou que ele é um músico esplendido, mas um competente showman, com seu costume único e sinos fixados em sua bota. Desde que se juntou a banda, Tuomas tem seu próprio número nos nossos shows. Ele é deixado sozinho no palco e encanta o público com seu violino shamanico e yoik durante a música ”Langetus”, a primeira faixa de seu álbum solo. Tuomas tem sido extremamente cooperativo e trabalhando com ele no estúdio foi muito prazeroso. Ele não só tem levado mais como um maestro de violino, mas também tido uma notável responsabilidade para as entrevistas da banda e ocasiões importantes.

TUM: Ele participou do processo de composição novo álbum? E de alguma forma vocês acreditam que ele possa influenciar na sonoridade da banda?

JK: Tuomas fez parte dos arranjos com violinos em muitas músicas e também escreveu uma canção chamada “Husky Sledge”. Acredito que ele terá mais influencia nos nossos próximos álbuns. Ele é muito criativo e tem muita lenha para queimar. Estou certo que ele terá muitas ideias novas para nossos futuros álbum.

TUM: Vocês acreditam que cantar em finlandês seja importante para manter a essência das músicas, uma vez que os temas dos álbuns falam sobre a mitologia finlandesa?

JK: A língua finlandesa é sem dúvida a mais adequada para as músicas, mas esse é um ponto de vista finlandês. Não existem muitas pessoas fora disso que entendam finlandês, o que se torna uma dificuldade para os estrangeiros. Eles podem apenas dizem como a linguagem soa, mas não necessariamente a sentem e suas características, e como o verso de “Kalevala” tomou forma ao longo dos séculos. O verso de “Kalevale” é impossível de ser cantado em outra língua a não ser em finlandês.

TUM: O folk metal tem ganhado grande destaque na mídia internacional nos últimos anos, mais bandas do estilo tem surgido e vem ganhando cada vez mais espaço na cena internacional. Como vocês vêm o folk metal atualmente?

JK: Parece que a cena por si mesma cresceu bastante, com muitas ações dentro do underground e bandas mais conhecidas aderindo a este estilo. O Folk Metal está se tornando um estilo musical considerável com uma base sólida de fãs, que prestigia festivais como Paganfest, que certamente faz a cena se destacar num meio muito produtivo do metal.

TUM: Vocês estão prestes a lançar o quarto CD vindo de uma parceria bem-sucedida com a Nuclear Blast. Existem planos ou a intenção de vocês de lançar um CD ao vivo?

JK: Temos muitos planos, inclusive lançar um CD ao vivo, mas infelizmente os planos nunca dão certo. Já perdi as contas de quantas vezes tentamos gravar nossos shows, mas ou problemas técnicos ou algum outro problema nos forçaram a abandonar o plano. Então, neste momento, não temos planos de gravar um CD ao vivo, mas certamente espero que isso aconteça no futuro.

TUM: O Korpiklaani é considerada maior e melhor banda de folk metal do mundo. O que você pensa sobre disso?

JK: Não há como desmentir isso! Você pode digitar folk metal no Google, Youtube ou em qualquer outro lugar na internet e o Korpiklaani não vai passar desapercebido.

TUM: Vocês participaram do “Eluveitie & Friends”, festival organizado pelo Eluveitie que contava somente com bandas de folk metal. Como é tocar entre amigos?

JK: É sempre uma boa experiência tocar com o Eluveitie. Tocar com eles é sempre proveitoso. Somos musicalmente um pouco diferente deles e eles de nós, no entanto, podemos agregar público e fazer com que ambos os fãs apreciem o nosso trabalho.

TUM: E quanto ao Brasil? Qual a expectativa de vocês para retornar ao país?

JK: Será mais uma alucinante experiência. Esta certamente é uma razão para voltarmos à América do Sul. Do outro lado do mundo está um público muito intenso e devoto como no Brasil, Chile, Argentina e Colômbia. Os fãs da América do Sul são únicos. Eles vão se entregam de corpo e alma, gritam como se não existisse amanhã, sabem como festejar e realmente sabem tirar o máximo proveito de suas vidas.

TUM: Quais as lembranças que vocês têm da última vez em que estiveram aqui?

JK: Eu apenas tenho dois tipos de memórias do Brasil: inesquecível e intenso! O Brasil foi muito divertido e com certeza será de novo.

TUM: Podemos esperar por alguma surpresa no set list, como por exemplo, mais alguma música de “Manala”?

JK: Não há muito o que eu possa lhe contar, porque isso permanece até ser visto. Nós mesmos não sabemos exatamente o que tocaremos até 15 minutos antes do show… mas podem ter certeza que faremos algo em especial.

TUM: Quais são os planos de vocês para 2012?

JK: Show e mais shows, nada mais que isso.

TUM: Muito obrigada pela entrevista e eu gostaria que vocês deixassem um recado para os fãs brasileiros, contando a eles um pouco do que eles podem esperar para o próximo show do Korpiklaani no Brasil.

JK: Muito obrigado a você pela atenção e por esta entrevista. Estamos muito ansiosos para reencontrar os nossos fãs brasileiros e é um extremo prazer volta ao seu país. Vejo vocês em breve!

Veja o recado do para os fãs da América do Sul

http://www.youtube.com/watch?v=xLq8R_1Hsdo

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FONTE: The Ultimate Music – PR, Management & Consultancy

 

 

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