2013 foi um ano recheado de grandes shows nacionais e internacionais no Brasil, e para fechar com chave de ouro para os fãs do Thrash Metal, uma das clássicas bandas do estilo aterrissou em nosso país para uma apresentação avassaladora. Os alemães do Kreator trouxeram na bagagem novas músicas de seu mais recente álbum “Phantom Antichrist”, lançado em 2012 pela Nuclear Blast, e claro, os clássicos de sempre que não podem ficar de fora de nenhum setlist.
Texto: José Antonio Alves
Fotos: Bruno Bergamini – Página no Facebook
Foram quatro longos anos de espera desde a última vez que o grupo se apresentou por aqui, naquela ocasião em conjunto com o Exodus, em 2009. Desta vez, os alemães contaram com a participação de Tim Ripper Owens e sua banda de apoio formada por Henrique Baboom (Kashmir) no baixo, Leo Mancini (Tempestt, Shaman, Jeff Scott Soto, Noturnall) na guitarra, Bj (Tempestt), guitarra e Gabriel Triani (Tempestt) na bateria, que trataram de aquecer o público com os clássicos do Judas Priest.
Do lado de fora do Carioca Club, local da apresentação desta turnê, a fila crescia a cada minuto, e o mais interessante é que observávamos um misto de fãs “Old School” com muitos jovens que já usavam do melhor estilo Thrasher para marcar presença no evento, nada melhor do que presenciar que o “bastão” do Thrash Metal está sendo passado de geração para geração, não deixando que os fãs apaixonados sumam.
E foi com estes milhares de apaixonados que o Carioca Club ficou praticamente tomado para acompanhar a apresentação de Tim Ripper Owens. O músico dispensa apresentações, afinal, fazer parte de bandas como Iced Earth e principalmente a lenda Judas Priest já são fatos de respeito, somando-se ainda os excelentes trabalhos com o Beyond Fear e mais recentemente com o Charred Walls Of The Damned. Isto só para citar alguns, já que a extensa carreira do músico reúne muitos outros trabalhos/participações de qualidade.Desta vez, a idéia era celebrar canções do grande Judas Priest, e nada melhor do que começar com um hino absoluto da banda e da história do Heavy Metal. “Painkiller” abriu a apresentação pontualmente às 18h no melhor estilo que os fãs podem esperar, “chutando” portas e tudo o que estivesse pela frente. “What´s my name??”, “What´s my name?” repetia o carismático e performático Tim Ripper, e nem preciso comentar o quão positiva foi a resposta do público, que cantou junto “The Ripper”.Mesmo em uma apresentação predominantemente com sons do Judas, houve espaço também para algumas outras composições, tais como “Scream Machine” e “The Human Race”, do Beyond Fear, essas recebidas com um pouco mais de timidez pelo público. “Stand Up And Shout” e “Heaven And Hell” fizeram um tributo a um dos maiores vocalistas que este estilo tão adorado que é o Heavy Metal já viu, Ronnie James Dio, com o público cantando junto e vibrando com cada trecho das canções.
Claro que teve mais Judas, com “Victim Of Changes/Metal Gods”, “Electric Eye”, cantadas em uníssono pelo público que saudou com os gritos de “Ripper! Ripper! Ripper!” em inúmeros momentos, um grande e ótimo aperitivo para o prato principal da noite, que não deixaria pedra sobre pedra e transformaria o Carioca Club em um Thrash Metal Club.
Quando “Mars Mantra”, abertura do último disco do Kreator começou a entoar, o público já sabia que em segundos Mille Petrozza (vocais/guitarra), Sami Yli-Sirniö (guitarra), Christian “Speesy” Giesler (baixo) e Jürgen “Ventor” Reil (bateria) adentrariam o palco para começar uma verdadeira aula de Thrash Metal. “Phantom Antichrist” e “From Flood Into Fire” abriram os trabalhos, esta última com refrão maravilhosamente entoado pelos presentes, o que impressionou e mostrou a boa aceitação do último trabalho dos alemães, já que estas duas fazem parte dele.Antes de “Warcurse”, o público já estava ganho, e bradava intensamente o nome da banda. Mille comentou que já fazia um bom tempo que a banda havia tocado por aqui e que era muito bom estar de volta. Sorte dos fãs que lotaram a casa em um show sold out que valeu cada centavo. E que tal ganhar mais alguns pontos com o professor Mille e fazer a lição de casa em um Wall Of Death em “Coma Of Souls/Endless Pain”? Parece que os aprendizes seguiram os conselhos do mestre e transformaram o local em um grande moshpit pandemoniado digno de um show do Kreator!Se já estava bom, imaginem o que um clássico do naipe de “Pleasure To Kill” é capaz de fazer com os presentes. Mosh!! E nem preciso comentar que os guerreiros do moshpit estavam com tudo, agitando a cada verso, a cada palhetada, a cada passagem de bateria. “Death To The World” é uma das ótimas faixas de “Phantom Antichrist”, e ao vivo sua roupagem ficou excelente, talvez essa só perdeu para a mais brutal e intensa “Civilization Colapse”, e seus riffs rápidos que ilustram seu real propósito: não te deixar parar de banguear. Em “Riot Of Violence”, Jürgen “Ventor” mostrou sua versatilidade, além de ser um exímio baterista, comandou os vocais nesta faixa, um dos pontos altos da noite. Antes de “Enemy Of God”, mais gritos do publico bradando o nome da banda e um muito obrigado de Mille que pergunta como o publico está se sentindo. Com uma resposta mais que positiva, já se poderia seguir para a última do primeiro “ato” do show, “Phobia”, outra excelente execução da noite. Voltando com “Violent Revolution” do álbum de mesmo nome de 2001, não havia o que reclamar no que se refere à performance de palco e qualidade de som. Todos os membros da banda agitaram como nunca, e Mille é um Sr. frontman que não desaponta nunca, sabe como conduzir o público em uma apresentação. “People Of The Lie” do clássico “Coma Of Souls” de 1990 já dava tons finais para a apresentação, e pouco antes de “Betrayer”, Mr. Petrozza comenta que vê caras novas e também o público “Old School” nos shows desde que a banda vem ao Brasil.Para fechar a exibição deste tsunami alemão, era hora de erguer a bandeira do ódio (e de fato Mille o fez) em São Paulo, entre uma frase outra, Ventor puxou “Billie Jean”, de Michael Jackson, e depois “Painkiller” do Judas, enquanto Mille agradecia o público guerreiro do moshpit. Foi assim que “Flag Of Hate” seguida de “Tormentor” colocaram um final digno em uma das melhores performances do ano em solo paulistano.Mesmo com essa apresentação bombástica e matadora, fã que é fã nunca se dará por satisfeito, e claro, sempre haverão algumas músicas que poderíam ser incluídas. Sim, “Under The Guillotine” e “Extreme Aggression” são só dois exemplos de canções da vasta e diversa discografia do Kreator que poderíam compor este já maravilhoso setlist. Um dos ícones do Thrash Metal alemão fez seu papel, uma aula de técnica, velocidade e agressividade que já nos faz aguardar por mais shows por aqui no futuro…e que não demorem mais uma copa do mundo para tal.
Setlist – Tim Ripper Owens
Painkiller
The Ripper
Burn in Hell
Scream Machine
The Green Manalishi (With the Two Pronged Crown)
Victim Of Changes/Metal Gods
Stand Up And Shout
The Human Race
Electric Eye
One On One
Heaven And Hell
Setlist – Kreator
Mars Mantra
Phantom Antichrist
From Flood Into Fire
Warcurse
Coma Of Souls/Endless Pain
Pleasure To Kill
Hordes Of Chaos (A Necrologue For The Elite)
Death To The World
Riot Of Violence
Enemy Of God
Phobia
Encore
(The Patriarch)
Violent Revolution
United In Hate
People Of The Lie
Civilization Colapse
Betrayer
Flag Of Hate/Tormentor
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Tags: alemanha • judas priest • Kreator • Thrash Metal • tim "ripper" owens
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