L7, Indiscipline e Lammia @ Circo Voador – Rio de Janeiro/RJ (01/12/2018)
Postado em 02/12/2018


“As mulheres no poder em noite carioca de Rock pesado”
.Circo Voador – Lapa/RJ

Resenha e fotos por Luis “carlinhos” Carlos

Quando anunciaram que o L7 tocaria no Brasil, veio um misto de felicidade e saudosismo, já que para que eu que vivi intensamente a década de 90 ouvindo a banda e muitos dos grupos similares naquele boom do chamado Rock alternativo, ou grunge, termo que eu confesso que não possuo nenhuma admiração.


Bandas como L7 tomaram a mídia de assalto através da imensa exposição na MTV. Isso quando ela era uma emissora de música, não de Entretenimentos bobos. Naquela ocasião, tocaram no evento HollyWood Rock, festival que acontecia em SP e no RJ, e que trouxe diversas bandas para cá. Bons tempos aqueles. Inclusive dessa geração, veio para cá como Nirvana e o próprio L7. Quem não lembra da famosa foto com uma das integrantes colocando a bunda para fora?

Dessa vez a banda americana veio para o Rio para tocar no lendário Circo Voador, em um evento que a predominância era de bandas de mulheres. Creio que a intenção das produtoras era realmente essa, ainda mais em tempos onde as mulheres têm reclamado e conquistado seu espaço. Justo, diga-se de passagem, ainda que eu ache que quando determinados extras musicais ganhem mais força do que a música, perde-se muito o verdadeiro foco e razão de uma banda: A MÚSICA. De qualquer forma o L7, avessas a qualquer modismo, as hoje “senhoras” começaram em 1985 e decolaram de vez no Brasil com o lançamento do terceiro disco “Bricks are Heavy”, lançado em 1992 e onde no ano seguinte tocaram em nosso país, puxado pelo sucesso da música “Pretend we`re Dead”. Mais do que o fato de ser formado por mulheres, a banda chamava atenção por um Punk bem estilo garage, com melodias simples e sujas. A banda está com sua formação mais clássica e subiu no palco do Circo Voador para encerrar um evento que já tinha contado com as excelentes aberturas das bandas Lammia e Indiscipline, ambas com uma apresentação curta em razão do tempo da banda principal, porém, com apresentações corretíssimas e que agradou o público presente pela qualidade de suas músicas, e também pelo carisma e jogo de cintura de quem sabia que estava tocando para um público novo e que queria ver o L7.


O Lammia me surpreendeu, e como não tinha ouvido antes e estava conhecendo ali, em vez de um som mais leve, eu ouvi uma banda pesada e até com fortes influências do Black Sabbath. Dentro de todo esse peso, a voz poderosa de Carmem Lucia, e em sua formação a presença de dois integrantes do Matanza, banda carioca que recentemente anunciou o seu fim. Que me perdoem os fãs, mas todos integrantes fizeram bandas melhores, ainda que eu ache que isso não seja muito difícil de fazer. O Indiscipline eu já tive o prazer de produzir em um evento e já sabia que o power trio é muito bom. Fazem um tipo de som mais próximo do que a banda faz, porém, com identidade e a impressão de quem gosta do que faz, e essa energia era passada em cima do palco. Sabe aquela coisa do “sangue nos olhos”? Foi assim quem a Indiscipline fez sua apresentação comandada pela vocalista e baixista Alice. Como canta! Que voz linda!


Quanto ao show do L7? Bem, veio aquilo que eu realmente esperava. Um Punk Rock simples e de muita energia onde 25 anos atrás não fizeram diferença para esse quarteto Americano,e assim, estava formado em um Circo Voador cheio, um pequeno “Hollywood Rock” (Festival que acontecia no Brasil e onde o L7 tocou em 1993). Interessante que o público era formado por boa parte de mulheres, certamente reforçado pelo fato do grupo ser formado só por mulheres, e claro, fãs que se aproximavam mais daquela vibe Indie e fã de Punk Rock. Tinha também aqueles que já conheciam a banda desde aquela época. No final, era todos em um só contemplamento por aquela apresentação divertida de uma hora e meia de uma banda que ainda se diverte e muito em cima do palco, inclusive fazendo piadas entre os fãs e entre elas mesmas.

Não faltaram os velhos hits como “Pretend we`re Dead”, “Monster”, “Everglade”, “I Came Back to Bitch”. Isso tudo, acrescentando ainda as excelentes execuções de “Fast and Frightening”, “Shove” e “Freak Magnet”. Foram no total vinte e duas canções e um show histórico e somado a isso, creio que até para a própria banda.
Sem esquecer da grande e responsável participação das produtoras, que certamente fizeram um show histórico no Rio de Janeiro, mostrando mais uma vez que é possível ser profissional e tratar bem o seu público.


Parabéns ! O evento foi sensacional !

 

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