Texto – Lucas Amorim Passos

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O show do Marduk, realizado em 29 de outubro, foi o evento de destaque de uma noite que celebrou o black metal de forma intensa. A banda sueca, conhecida por sua abordagem implacável do gênero, retornou ao Brasil após vários anos de espera, e essa espera valeu a pena. Além do Marduk, o evento também contou com uma seleção de bandas de abertura que contribuíram para uma noite de música extrema.

As bandas de abertura foram cuidadosamente selecionadas e trouxeram uma variedade de estilos dentro do metal extremo. Cada uma delas adicionou uma dimensão única ao evento, tornando a noite ainda mais memorável.

Formada em 2007, Mortuorial Eclipse é uma banda argentina de black metal sinfônico que aborda temáticas que contempla sabedorias e culturas antigas com atmosfera de convenções e percepções do Oculto, culminando no lançamento do excelentes discos “The Aethyr’s Call” e “Urushdaur”. Sua sonoridade pesada e letras bem elaboradas fazem de Mortuorial Eclipse um dos protagonistas do metal extremo da América do Sul.

O Funeral Putrid, uma banda paulista que pratica um death/black metal com passagens de doom metal, trouxe sua atmosfera sombria para o palco. Com uma história que remonta à década de 90, eles entregaram um desempenho intenso e cativante que preparou o terreno para a brutalidade que se seguiria.

 

A banda carioca Grave Desecrator, conhecida por seu black/death metal cru e agressivo, também se juntou à festa. Com uma discografia que inclui diversos álbuns e uma extensa experiência em turnês, eles trouxeram sua entrega intensa ao vivo para o público, adicionando uma camada de brutalidade à noite.

Luxúria de Lilith, um power trio goiano de black metal, trouxe um som sombrio e profundo, com uma discografia respeitável que inclui álbuns e EPs. A banda, liderada por Alysson Drakkar, é uma figura influente na cena do black metal e sua horda tem uma presença imponente nos palcos.

A tradicional banda mineira Impurity, criada no final da década de 80, trouxe o puro e genuíno black metal ‘old school’ da velha escola brasileira. Com oito álbuns de estúdio em sua discografia, eles representam a essência do black metal brasileiro.

No entanto, o ponto alto da noite foi, sem dúvida, a performance do Marduk. Com sua intensidade implacável e sua entrega absurda de peso e velocidade, a banda sueca fechou o evento de forma avassaladora. Seus clássicos e novas faixas foram executados com maestria, criando uma atmosfera de obscuridade e agressão que é típica do black metal.

A banda subiu ao palco liderada por Morgan “Evil” Steinmeyer Håkansson, o único membro remanescente da formação original, e a plateia foi imediatamente envolvida pela ferocidade da música. A voz profunda e sombria de Mortuus nos vocais ressoou pela sala, enquanto a bateria implacável de Bloodhammer ditava o ritmo. O baixo pulsante acrescentou uma dimensão extra à parede sônica de som que envolvia a plateia.

O setlist abrangeu a carreira da banda, apresentando músicas de seus álbuns clássicos até faixas do novo lançamento, “Memento Mori”. Os fãs do Marduk foram levados a uma jornada sinistra e intensa, com riffs de guitarra cortantes e vocais angustiantes que são marcas registradas da banda.

 

A produção visual, incluindo a iluminação dramática e os efeitos visuais, complementou perfeitamente a música do Marduk, criando um ambiente sombrio e opressivo. A plateia respondeu com entusiasmo, formando até algumas rodas de mosh pit e cantando junto com cada música. A devoção dos fãs do Marduk foi evidente e contribuiu para a atmosfera intensa da noite.

Em resumo, o show do Marduk e de todas as bandas de abertura criaram uma noite de música extrema que foi uma celebração do black metal em suas várias formas. Cada banda trouxe sua própria interpretação do gênero, enriquecendo o evento e proporcionando uma experiência única para os fãs.

Foi uma noite que solidificou o Marduk como uma lenda do black metal e reafirmou a paixão e a devoção dos amantes do metal extremo. Foi uma celebração intensa e apaixonada da música sombria e uma noite que ficará na memória de todos os presentes.