Max & Iggor @ Circo Voador – Rio de Janeiro/RJ (01/11/2018)
Postado em 02/11/2018


IRMÃOS CAVALERA EM UMA NOITE METÁLICA E HISTÓRICA

Max e Iggor surpreendem com boa forma  e apresentação no Rio de Janeiro

Depois que eu assisti aquela apresentação dos irmãos Cavalera, a impressão que eu tinha para esse show era de desconfiança. Naquela ocasião, eu não tinha curtido o show que rolou deles tocando o disco “Roots” na íntegra, e sendo agora dois discos que eu considero melhores que esse e que tecnicamente exigiria bem mais, fui com um pé atrás, apesar de estar motivado para tal apresentação.

Os caras simplesmente fizeram uma apresentação histórica tocando com “sangue nos olhos” e apagando toda impressão que eu tive do show anterior, inclusive, essa história de que Max e Igor estão velhos e cansados. Foi feeling demais, um público ensandecido que reunia jovens que jamais viram o Sepultura com a formação clássica como aqueles velhos fãs como eu que já presenciaram apresentações deles antes. Tocaram Beneath the Remains e Arise na íntegra, dois trabalhos marcantes na discografia do Sepultura, principalmente o último por ter sido o disco que revelou de vez a banda para o mundo. Como esquecer daquela apresentação histórica de 1991 no Rock in Rio 2?

A medida que cada música era executada, a energia ia subindo e a impressão que me dava era de que o Circo tinha se tornado um caldeirão, porque ele estava abarrotado e o “moshpit” era insano. Assim quem entraram no palco a festa começou, porque além de show era esse o clima da parada também, onde Max interagia demais com o público. Aliás, a presença de palco que esse cara tem é única e mostra por que o Sepultura chegou onde chegou inclusive, e Igor não deixou por menos. Caladão e cara fechada como sempre, mostrou que ainda toca muito bem e porque suas batidas se tornaram tão marcantes para o Metal mundial. A formação está ótima, Mark Rizzo, o guitarrista, toca muito e sua presença de palco é incrível. O baixista também toca muito bem, inclusive, com os dedos, e não é lá muito comum em um estilo mais rápido como o Thrash. Além dos clássicos, foi gratificante ouvir músicas que geralmente nem eles tocavam na época da banda, mas tem um sabor especial pois são discos excelentes de “cabo a rabo” e não tem o que reclamar. Ouvir “Slaves of Pain” e “Stronger than Hate”, “Primitive Future” e “Infected Voice”. Além desses discos, os caras se animaram tanto que tocaram também “Troops of Doom”, “Refuse / Resist” e “Roots”, agradando em cheio o público presente que já se dava como satisfeito. Além disso rolou um cover para “Ace of Spades” do Motorhead. Beneath the Remains e Arise, músicas que abrem os discos homenageados, acabaram ganhando um medley no final do show, o  que eu achei um tanto estranho, e confesso que preferia que rolasse mais uma música de qualquer outro disco.

Será que vai rolar uma futura turnê tocando outros discos como “Morbid Vision”, “Schizophrenia” e “Chaos AD”?

A abertura ficou por conta das excelentes Bandas Endrah, que fizeram uma apresentação impecável. Destaque para o baterista Henrique Pucci. Como o cara toca! Tocaram em clima de festa, afinal, era aniversário do carismático guitarrista Covero. O som dos caras é bem técnico, ora extremo ora mais moderno, com uma pegada as vezes bem Pantera. Se o público ainda não era grande, por outro lado estavam lá prestando atenção e curtindo o som deles. Eu curti e goste do que vi. Quanto ao Enterro, a banda acabou estranhamente encerrando o evento. Pelo que eu soube foi a questão do horário, porque teve um atraso e o Cavalera tinha que tocar. O que seria ruim acabou sendo positivo demais para eles já que além da excelente apresentação e de terem tocando para um bom público, e isso, ainda com o problema de terem que tocar somente com uma guitarra porque o outro guitarrista teve que ir embora por assuntos pessoais. Encerram o evento com chave de ouro e com excelente impressão do público presente. Donida, que também tocava guitarra no Matanza, segurou bem a onda, e Kaffer, baixista e agora vocalista, se mostrou um bom frontman e elevou o vocal da banda a outro patamar.

Sem polêmicas, a minha impressão é que se o Sepultura hoje tem o nome e anda fazendo um bom trabalho, o Cavalera tem a essência da banda e discussões à parte, é inegável renegar os que os irmãos fizeram e representam para o Metal Brasileiro e mundial.

  1. Beneath the Remains
  2. Inner Self
  3. Stronger Than Hate
  4. Mass Hypnosis
  5. Slaves of Pain
  6. Primitive Future
  7. Arise
  8. Dead Embryonic Cells
  9. Desperate Cry
  10. Altered State
  11. Orgasmatron
  12. Ace of Spades
  13. Troops of Doom
  14. Refuse/Resist
  15. Roots Bloody Roots
  16. Beneath the Remains / Arise
 

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