Depois de uma longa espera para ver as lendas do Djent e ícones da música sueca, a banda Meshuggah desembarcou no Brasil para sua primeira apresentação. A expectativa era grande, pois em 26 anos de banda, essa seria a primeira turnê que desembarcaria em terras tupiniquins.

Resenha e fotos: Vinícius Starteri
Agradecimentos: Marcos Paulo Rocha (Dark Dimensions) e Kris Porto.

A abertura da casa estava prevista para às 17 horas, porém devido a uma passagem de som extremamente técnica e detalhista houve um pequeno atraso, mas nada que desanimasse os fãs que ali aguardavam. Muito pelo contrário, ao escutar os primeiros riffs graves e som de bateria, os fãs que estavam ali desde às 8 horas da manhã já comemoravam que iriam ver algo lendário e único.

Como fora informado pela produção, haveria uma banda de abertura, e a mesma se comportou como profissionais sérios. A banda ThirdEar subiu ao palco exatamente no horário marcado (19h) e fizeram uma apresentação impecável e animadora, agitaram os fãs fanáticos de Meshuggah e fizeram pessoas críticas aplaudirem o seu som.

Apesar da ótima apresentação, o show foi curto por causa do horário que a banda sueca subiria ao palco (20h).

Logo após o termino do show da banda ThirdEar, muitos fãs gritavam como um coro por Meshuggah. E a cada minuto que se passava até o horário do show, a energia e empolgação da plateia só tinha a crescer.

Pontualmente às 20 horas, o palco se escureceu e muita fumaça subia ao palco. Foi quando a lenda da percussão Tomas Haake apareceu junto ao fundador e lendário guitarrista Fredrik Thordendal, que consequentemente levou a legião de headbangers ao delírio.

O que já era esperado devido a outros setlists que a banda executou, a música “Swarm” do seu mais recente álbum Koloss (2012) daria início ao espetáculo/massacre djent. De praxe a banda já emendou outro sucesso recente, a música “Combustion” do álbum ObZen (2008) que fez com que os fãs sentissem uma verdadeira porrada sonora dentro do corpo.

O que já estava bom, ficaria ainda melhor com quando Jens Kidman (vocal) realizou um pequeno discurso falando que estava muito feliz de estar aqui na América do Sul, todos os fãs os acolheram muito bem e querem voltar muitas vezes pra cá. Após isso, muitos fãs começaram a gritar como uma torcida de futebol por Meshuggah e Jens respondeu com um: Muito Obrigado!

Sem delongas após os 2 minutos de interação com o público, Tomas Haake agitou para iniciarem o seu grande e atual hino da banda, a famosa “Bleed” do álbum ObZen (2008). Quando começou aquele “Tsunami” de riffs e double bass, os fãs abriram uma roda que fez o Carioca Club se tornar um verdadeiro buraco negro. Após 7 minutos de porrada comendo solta, a banda sem pausas começou a música mais famosa e particularmente a melhor música do seu mais recente álbum Koloss (2012), a de monstruosidade denominada “Demiurge”.

Os fãs não se cansaram e no término de cada música gritavam pelo Meshuggah, foi quando após o término da execução de 12 músicas ininterruptas , a banda fez uma pequena pausa para voltar para o bis. Foi quando a banda inteira se surpreendeu, pois o público gritava o mais alto que pode pelo clássico “Future Breed Machine” do álbum Destroy Erase Improve (1995).

A banda se pronunciou e agradeceram por tudo e que aquilo seria um momento único pra eles, que estavam repletos de felicidade por verem que os fãs sul-americanos são insanos. Foi quando Jens resolveu animar o público e fazer muitos marmanjos chorarem, ao discursar que mesmo sem ensaio a banda iria atender o pedido do fãs e iria executar um dos maiores clássicos. Que por ventura, não foi executada nessa turnê e foi uma exclusividade para o show em São Paulo.

Foi quando iniciou a “Future Breed Machine” que o Carioca Club foi as ruínas, você podia ver a satisfação desde os fãs mais jovens até os mais antigos. Todos celebravam o show como se fosse o último show que São Paulo iria assistir e aquilo virou uma grande festa.

O Meshuggah mostrou o porque são os símbolos do metal sueco e porque são os pais do metal extremo, 1h30 de um espetáculo completo que fez com que este show se tornasse um dos mais fortes candidatos para ser um dos melhores shows que vimos no Brasil em 2013.

Setlist ThirdEar:

The Altruist
Off the grid
I´m Leaving Now
Bench Coin
Det är en egendomlig och fascinerande kraft

Setlist Meshuggah:

Swarm
Combustion
Rational Gaze
obZen
Lethargica
Do Not Look Down
The Hurt that Finds You First
I Am Colossus
Bleed
Demiurge
New Millennium Cyanide Christ
Dancers to a Discordant System

Bis:
Future Breed Machine