Texto: Lucas Amorim Passos
Fotos: MRossi (Divulgação Live Nation)
Poderia começar essa resenha falando da grandiosidade do Metallica, ou dissertando sobre os feitos recordes dos
americanos, porém começo com uma questão, pois, depois de ingressar no Morumbi e olhar o rosto animado das pessoas, e o clima de alegria no ar, me perguntei, quantos fãs esperavam ansiosos por esse dia?…pois é meus amigos, após muitas especulações, remarcações, dúvidas, finalmente chegou o dia do Metallica, fazer seu show em SP, e a Capital do entretenimento Nacional não ia deixar esse dia passar em branco após tantos empecilhos, e não deixou mesmo, transformando o evento em algo ainda maior, pois, podemos dizer que tivemos um show do Metallica e outro da galera que foi curtir o evento, em resumo afirmo que tivemos um show dentro de outro show esse pode ser o resumo do que aconteceu naquela noite no Morumbi.
Por ser em uma terça feira, e em um local pouco privilegiado geograficamente falando, o público ainda entrava no Morumbi quando o Eggo Kill Talent subiu ao palco, a banda nacional Formada por alguns veteranos da cena musical, como o ex-baterista do Sepultura,” Jean Dolabella, teve a missão de abrir os trabalhos da noite e fez um set curto, porém poderoso, no repertório músicas como “Now”, “The Call” e “Last Ride”, já aqueceram os motores dos presentes, e deixou boas impressões, um ótimo show de abertura que agradou todos aqueles que chegaram cedo.
Na sequência, a banda de rock vencedora do Grammy, Greta Van Fleet, fez uma apresentação grandiosa no Morumbi, o show fez parte da atual turnê da banda “Dreams in Gold Tour 2022”, e apesar de jovens, os músicos são muito competentes no palco, e tem uma energia incrível que cativa a plateia, o ritmo suingado da banda com passagens contagiantes faz as dúvidas sumirem do porque o Greta é hoje a banda querida do momento, para muitos entusiastas e amantes do Rock and Roll, sendo inclusive apontados por alguns como a salvação do gênero atualmente.
Exageros a parte, não tem como negar o talento dos quatro jovens e com certeza ao vivo, a banda está acima da média comparadas com muitas por aí, e a apresentação que presenciei, reforçou isso inclusive para afastá-los um pouco do estigma de “cópia do Led Zeppelin”, que aliás ainda são fortes ao vivo, é verdade (como em “Built My Nations”, por exemplo), mas o movimento deles em direção à “emancipação sonora” é claro e ficou muito mais nítido nessa apresentação que arrancou aplausos de todos os lados no Morumbi.
Por volta das 21:15, as luzes são apagadas ao som de “It’s a Long Way to the Top” (If You Wanna Rock ‘n’ Roll) com um telão de altíssima resolução e um palco muito bem montado com uma cenografia que só uma banda igual ao Metallica pode proporcionar, alem é claro daquela atmosfera de arrepiar, James, Kirk, Lars e Robert se posicionam no palco aos gritos ensurdecedores e sem delongas já começam a apresentação com Whiplash, mostrando que a noite prometia.
Se é que ainda restava algum fã impassível diante do retorno do Metallica ao solo paulistano, toda e qualquer resistência cedeu com a dobradinha clássica, pois na sequência os caras já mandam “Ride the Lightning”. Falante e bem-humorado, James Hetfield interagiu bastante com a platéia, sempre querendo saber se o público estava animado e perguntado se todos ali estavam prontos para mais petardos, e é claro que sim, todos estavam, o cara até mesmo fez uma brincadeira que era proibido dar a luz no show, se referindo ao episódio em Curitiba.
O interessante dos shows do Metallica, é o mistério do setlist, que paira sempre no ar, com aquela dúvida do que eu vou ouvir agora, e no set de São Paulo a mudança começou já em sua terceira música “Fuel” com todo aquele fogo pairando no Estádio do Morumbi, já se mostrava diferente de alguns outros realizados aqui América Latina recentemente, pois em Curitiba tivemos um, em Porto Alegre outro, o que a banda preparou para o Paulistas ?…
Isso dá um suspense bom na apresentação, pois deixa a plateia estimulada para saber o que vai vir dessa vez para animar o publico, porém, apesar algumas surpresas no set como “Hollier Than Thou”, James já tratou de colocar a plateia no plumo novamente, quando manda uma dobradinha sensacional com “one” ao som de helicópteros e disparos de metralhadoras, sendo simplesmente arrebatador e “Sad But True” recolocando o Morumbi em estado de agitação total, pois não tem como não agitar esse Riff não é ?
O espetáculo entrou em sua parte derradeira com uma grata surpresa no set list a ótima “No Leaf Clover” música que particularmente curto muito e não esperava ver naquela noite, uma pena essa música não fazer mais sucesso, por aqui, pois merecia mesmo… E no trio final pra acabar a primeira parte do show uma pegadinha da banda aos fãs mais desapercebidos, pois ao tocar a introdução de “Welcome Home (Sanitarium)” muitos rapidamente ligaram suas câmeras pensando se tratar de “Fade Tô Black”, mas logo desistiram quando perceberam que não se tratava do clássico que não entrou no set de São Paulo, faz parte né….rs, porém quando se iniciaram os primeiros acordes de “Master of Puppets”, rapidamente a galera se acerta novamente, essa não tem erro né?
Pra fechar como a galera gosta dois mega sucesso daquele disquinho preto que quase ninguém ama né ?…rs (o popular “Black Album”) se encarregou de deixar o Morumbi em ponto de bala: “Nothing Else Matters” (cantada em uníssono) e “Enter Sandman”, que não deixou até o mais sonolento fã parado ali no Morumbi, porque o povo quer clássico, quer pular e essas músicas são perfeitas para isso,e terminar com essa energia e bom demais.
Do set list cheio de surpresas ao entrosamento visível da banda, o primeiro show do METALLICA aqui em São Paulo, após essa reviravolta de remarcações, foi um grande presente aos fãs. Como é legal poder testemunhar a banda novamente em grande fase, tocando muito bem, feliz e com vitalidade, conforme já era possível perceber nos Shows mais recentes, com toda certeza o Metallica não perdeu o jeito e mostrou porque é uma das maiores banda de rock de todos os tempos, longa vida a James, Lars, Kirk e Robert, porque eles ainda têm muita coisa boa para mostrar, e o Brasil estará sempre de braços abertos pra assistir.
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