Em uma quarta-feira de muito calor, o New Order, uma das bandas mais importantes e influentes da música se apresentou com casa cheia (Ingressos Esgotados) na capital paulista.
Com um setlist cheio de clássicos o show prometia ser um dos melhores, se não o melhor do grupo no país, porém, não foi bem assim.

Texto por: Gabriel Souza

Por volta das 20:30 os DJ’s Fractall, Rocksted e Barja começaram a aquecer o público com seus respectivos sets.

Precisamente as 22hrs, “Das Rheingold Vorspiel” de Richard Wagner começou a soar nos PA’s enquanto isso, no telão, eram exibidas imagens de ginastas praticando o esporte, ao mesmo tempo que Phil Cunningham, Tom Chapmen, Stephen Morris, Gillian Gilbert e Bernard Sumner assumiam suas posições ao final da música de Wagner, Tom dá a deixa para “Singularity” dando início assim ao primeiro show da turnê brasileira.

A capa de POWER, CORRUPTION & LIES (o mais importante disco do grupo) aparece no telão e mais uma vez Tom é quem dita o caminho para “Age Of Consent”, seguida de “Ultraviolence”, ambas do clássico álbum de 83.

“Academic”, sem dúvida a melhor faixa de MUSIC COMPLETE, vem na sequencia, dona de um riff de guitarra marcante e de uma letra belíssima escrita por Sumner.

Sem descanso temos “Your Silent Face” (mais uma do POWER, CORRUPTION & LIES) que é figura carimbada no setlist da banda.

Stephen Morris com seu som de bateria inigualável, da inicio a “Decades”, faixa que encerra o último e póstumo disco do Joy Division, CLOSER.

“Superheated” e “Tutti-Fruiti”, ambas do último álbum da banda, MUSIC COMPLETE, vem para tentar animar o público mais jovem da banda.

“Vanishing Point”, inicia uma sequencia destruidora que vem com “Subculture” e “Bizarre Love Triangle”, clássicas faixas do grupo que chegaram a posição de número 1 no Reino Unido, para a execução dessas Bernard bota sua guitarra de lado e fica só no microfone, dançando e chamando o público para cantar junto.

WAITING FOR THE SIREN’S CALL, faixa-título do álbum de 2006 (o último a contar com a formação clássica da banda, que incluía Peter Hook), que para muitos possuí a letra mais bonita do grupo, a única ressalva a ser feita é que desde 2013 a banda executa essa música ao vivo na versão remix feita pelo DJ Planet Funk, e não que a versão do DJ não seja boa, mas a melodia criada pela guitarra e pelo baixo na versão original são algo fora do comum, muitos fãs do New Order ainda sonham em ver essa música sendo executada na versão original.

https://www.youtube.com/watch?v=LrKljLJgBkc

“Plastic”, faixa que retrata bem o momento que vive a banda sem seu baixista original, já que a faixa não possuí linha de baixo.

Temos então 3 pedradas,“True Faith”, “Blue Monday” (talvez o maior sucesso do grupo) e “Temptation”, que desde a volta de Gillian é tocada com a intro de “Street Hassle” do Lou Reed, não existem ressalvas a serem feitas aqui, foram 3 dos maiores clássicos da banda tocados em sequencia!

Ao final o grupo se retira do palco e retorna para sua tradicional homenagem so Joy Division, “Disorder”, faixa que abre o primeiro álbum do grupo, UNKNOW PLEASURES que não era tocada desde os tempos de Joy Division passou a fazer parte do set do New Order nessa tour de 2018, “Atmosphere” veio em seguida enquanto seu icônico videoclip era exibido no telão, “Love Will Tear Us Apart” veio para encerrar de vez a noite. Agradecendo em bom português, Bernard e sua trupe saem de cena.

se você caro leitor se lembrar do inicio deste texto, esse que vos escreve disse que esse show tinha tudo para ser “o melhor show dos ingleses na capital paulista, porém não foi bem assim” provavelmente agora você deve estar um pouco confuso com tantas críticas positivas feitas por mim a banda, pois então, quem foi o grande culpado por não fazer desse show o melhor de todos, já que claramente não foi o New Order?

O público, o que se viu no Espaço Das Américas foi uma falta de respeito impressionante, muita gente de costas para o palco e conversando durante o show, sem falar daqueles mexendo nos celulares, eu sei que cada um curte da forma que quiser mas ao final de cada música não se ouvia nada, isso mesmo, pouquíssimos aplausos e muitos sussurros, com exceção das 3 primeiras fileiras, a interação do público com os artistas foi zero, (Bernard largou sua guitarra mais de uma vez para ir a frente do público para cantar e dançar e mesmo assim nada), chegando a lembrar aqueles cantores de churrascaria que ninguém presta atenção pois as pessoas estão mais preocupadas em comer e conversar.

Uma pena pois para os verdadeiros fãs, essa foi sem dúvida uma noite memorável.

https://www.instagram.com/p/BqxpPMqAYwo/

foto do setlist: www.neworderbrfac553.net