No dia 25 de maio, o Cine Joia, em São Paulo, recebe um show especial do Ritchie e banda para celebrar 40 anos de um dos discos mais importantes do pop brasileiro: “Voo de Coração”. A realização é da produtora Mar Festival, que no mês de abril estreou com a produção – sold out! – da influente banda norte-americana The Brian Jonestown Massacre em SP.
Lançado em junho de 1983, o disco trouxe pelo menos meia dúzia de hits de rádio, como o hit eterno, “Menina Veneno”, e outros sucessos como “Pelo interfone”, “A vida tem dessas coisas”, “Voo de Coração” e “Casanova”.
“Voo de Coração” foi o LP mais vendido do Brasil naquele ano e permaneceu nas paradas nacionais por tanto tempo que, no fim do ano seguinte, ainda disputava a liderança com Roberto Carlos e “Thriller”, de Michael Jackson.
No show, Ritchie, acompanhado de uma excelente banda, formada por músicos experientes como Hugo Hori (sax e flautas), Eron Guarnieri (teclados), Luis Capano (bateria), Renato Galozzi (guitarrista) e Igor Pimenta (contrabaixo), fará um apanhado de seus 40 anos de carreira e homenageará ídolos como Cat Stevens, Caetano Veloso, Peter Gabriel e Righteous Brothers.
SERVIÇO
Ritchie – 40 anos Do LP “Voo de Coração”
Data: 25 de maio de 2023 (quinta-feira)
Horário: 20h30 (portas)
Local: Cine Joia
Endereço: Praça Carlos Gomes, 82 – Liberdade – São Paulo/SP
Classificação etária: 18 anos
Venda on-line: https://pixelticket.com.br/eventos/13067/ritchie-em-sao-paulo
Ingressos:
R$ 130 (3º lote – meia entrada promocional, com doação de um quilo de alimento não perecível);
R$ 260 (3º lote – inteira)
R$ 440 (Camarote, 2º lote – inteira).
‘Voo do Coração’, um marco do pop brasileiro
Por André Barcinski
Em junho de 1983, um disco-voador pousou na música brasileira. Na época, ninguém entendeu direito o que era e nem de onde ele veio. Mas ele veio para ficar.
“Voo de Coração”, LP de estreia de Ritchie, era uma anomalia no pop brazuca: a música radiofônica brasileira do início dos anos 80 era orgânica, feito de guitarras, não de sintetizadores. Era uma música solar, praiana e alegre – Blitz, Lulu, Gang 90 –, ao passo que a música de Ritchie era gélida e contida, o que lhe conferia uma atmosfera mais europeia e cool.
Além disso, a figura de Ritchie contrastava com a de um popstar tropical: magérrimo, meio andrógino, com orelhas pontudas e dentes imperfeitos, usava um topete de gel, vestia jaquetas de couro e cantava com um forte sotaque estrangeiro.
A canção tinha uma letra sexy e misteriosa, com um refrão absolutamente inesquecível e solo de saxofone, um must do pop da década de 1980. Se fosse gravada em inglês pelo Duran Duran, “Menina Veneno” teria sido um sucesso mundial.
Ritchie não tinha na manga apenas essa música. O disco todo, “Voo de Coração”, era muito bom, com canções pegajosas, bem-produzidas e hits a granel, como “Pelo interfone”, “A vida tem dessas coisas”, “Voo de coração” e “Casanova”. Todos os sintetizadores foram gravados por Lauro Salazar, um brasileiro que morava em Munique e trabalhava com alguns dos músicos mais importantes da vanguarda alemã, como o baterista Curt Cress, conhecido por seu trabalho solo e por discos com Falco e Alphaville.
Salazar também fez os arranjos do LP de Ritchie e, mais tarde, tocaria teclados no sucesso “Cheia de Charme”, de Guilherme Arantes.
Desde “Secos & Molhados”, nenhum disco de estreia no Brasil fizera tanto sucesso quanto “Voo de Coração”. Ritchie saiu em uma turnê gigante – com 139 shows em sete meses – por Brasil, Paraguai e Peru, levando toda a aparelhagem de som e iluminação. A excursão passou por cidades que nunca tinham visto uma guitarra elétrica, quanto mais um sintetizador.
E o professor de inglês, que ganhava a vida dando aulas para Gal Costa e outros, virou o maior popstar do Brasil.
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