Presença carimbada em terras brasileiras, Peter Hook (baixista e fundador do Joy Division, New Order, Monaco e Revenge), mais uma vez retorna ao país, trazendo uma turnê um tanto quanto curiosa por assim dizer, o músico que se propõem a tocar na íntegra os álbuns de suas ex-bandas escolhe para esses shows os álbuns TECHNIQUE, que para muitos fãs e críticos é considerado o último grande álbum do New Order e REPUBLIC, que apesar de possuir o maior hit do grupo nos EUA, “Regret”, é tido como o pior álbum dos britânicos, fato reforçado inclusive pela própria banda.
Texto e fotos por: Gabriel Souza
As portas do AUDIO CLUB se abriram por volta das 20hrs, por volta das 21hrs os DJ’s da tradicional balada anos 80 de São Paulo, Projeto Autobahn, que acontece na Vila Madalena, vieram para aquecer o público antes do show, Echo & The Bunnymen, Iggy Pop, Soft Cell, Xmal Deutschland, The Sister Of Mercy e The Cure foram algumas das bandas que divertiram o pessoal.
As 22:50, Peter Hook, David Potts (guitarra, ex – Monaco), Paul Kehoe (bateria), Yves Altana (baixo) e Martin Rebelski (teclado) sobem ao palco muito ovacionados pelo público para executar o tradicional set de Joy Division, não existem ressalvas a serem feitas aqui. O show começou com 3 pedradas, “No Love Lost”, “Digital” (que contou com seu interminável refrão sendo cantado a plenos pulmões pelos presentes) e “Isolation”, a soturna “Days Of The Lords” e as clássicas “Disorder” e “She’s Lost Control” vem na sequencia, para finalizar temos “Shadowplay”.
A banda sai de cena e então retorna para começar a execução do primeiro álbum da noite, TECHNIQUE.
Como já mencionado, este é considerado por muitos como o último grande trabalho dos britânicos, isso talvez se deva ao fato do grupo ter trocado a nublada Manchester pela ensolarada Ibiza, segundo Morris isso ajudou muito a banda a aliviar as tensões, tanto Hooky como Sumner descrevem as gravações desse álbum como “as melhores férias pagas que tivemos”, isso toruxe um clima alegre as faixas do disco, além disso a cidade espanhola é tida como a capital da música eletrônica, fato que sem dúvida ajudou a inspirar as batidas do álbum.
“Fine Time” vem quase como um anticlímax após o espetacular set de abertura, porém a sequencia formada por, “All The Way”, “Love Less” e “Round & Round” afastou de vez esse sentimento, “Guity Partner” a única faixa do disco que possuí uma levada mais melancólica, bem marcada pelas linhas de baixo de Hooky.
“Run”, “Mr. Disco”, “Vanishing Point” e “Dream Attack” fazem uma excelente sequencia final, sendo que esta última é considerada por muitos (inclusive por Stephen Morris), como a melhor faixa deste álbum e uma das melhores do grupo, tanto é que na tour de 89 ela era a faixa de abertura dos shows.
A banda sai para mais uma pausa e retorna para executar o segundo álbum da noite, o contestado e multiplatinado, REPUBLIC.
Segundo os integrantes do New Order (inclusive Hook, claro), esse álbum nunca deveria ter sido feito, o clima entre os integrantes estava muito tenso, segundo o baixista, Bernard estava mais preocupado com o seu projeto com Johnny Marr, o Electronic, do que com o New Order.
Além disso havia uma pressão enorme da nova gravadora da banda (London) para que o álbum fosse feito no prazo (já que a Factory Records havia quebrado), exaltando ainda mais os ânimos dos integrantes, após o termino do álbum a banda não aguentou e entrou em um hiato que durou 7 anos, que culminou com Hooky fundando o Revenge e depois o Monaco, Bernard seguindo com o Electronic e Stephen e Gillian com o The Other Two.
O show começa com “Regret”, o maior hit dos ingleses em solo americano, Hooky fica encarregado de cantar os versos da música, enquanto Yves e David Potts ficam com o refrão, quase que desnecessário dizer que todos os presentes cantaram a letra da música a plenos pulmões junto com a banda, “World”, “Ruined In A Day” (que mesclou partes da versão original com o Mix de 93 feito pela dupla K-Klass) e “Spooky” mantiveram o alto nível de empolgação do público, porém as faixas que se sucederam não obtiveram o mesmo êxito.
O clima tenso que permeia o disco fica bem claro quando percebemos a apatia do público durante a execução de faixas como, “Everyone Everyone”, “Young Offender”, “Liar” (faixa escrita para Tony Wilson, dono da Factory Records), “Chemical” e “Times Change”, o único rap gravado pelo grupo (não é preciso dizer mais nada).
Curiosamente a execução do álbum se encerra com uma brilhante performance de “Special”, já que por alguma razão o tema instrumental “Avalanche” ficou de fora do set.
A banda deixa o palco e retorna para o BIS, “Blue Monday”, “Ceremony”, “Temptation”, “True Faith” e “Love Will Tear Us Apart”, vem para fazer o publíco esquecer de vez os tropeços de REPUBLIC, ao final Hooky joga sua camiseta para o público e agradece em bom português.
Para os fãs mais devotos das bandas pelas quais o baixista passou essa foi sem sombra de dúvidas a apresentação mais curiosa do The Light no país, era como se a história de suas ex-bandas estivesse sendo contada diante de nossos olhos e ouvidos, fomos levados do auge do Joy Division, a decadência do New Order nos anos 90, até o retorno do grupo nos anos 2000, com certeza uma apresentação que ficará na memória dos fãs mais fervorosos do grupo, já para os não tão obcecados ficam os hits somados a simpatia e o carisma inigualável de Peter Hook em suas apresentações ao vivo.
Setlist:
JOY DIVISION
1 – No Love Lost
2 – Digital
3 – Isolation
4 – Day of the Lords
5 – Disorder
6 – She’s Lost Control
7 – Shadowplay
TECHNIQUE
8 – Fine Time
9 – All the Way
10 – Love Less
11 – Round & Round
12 – Guilty Partner
13 – Run
14 – Mr. Disco
15 – Vanishing Point
16 – Dream Attack
REPUBLIC
17 – Regret
18 – World
19 – Ruined in a Day
20 – Spooky
21 – Everyone Everywhere
22 – Young Offender
23 – Liar
24 – Chemical
25 – Times Change
26 – Special
BIS
27 – Blue Monday
28 – Ceremony
29 – Temptation
30 – True Faith
31 – Love Will Tear Us Apart
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Tags: Joy Division • New Order • Peter Hook • Peter Hook & The Lights
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