Premiata Forneria Marconi, um dos ícones do rock Progressivo mundial, acaba de lançar o CD “Emotional Tattoos”, e a caminho do Brasil, conseguimos em um day off do gênio e baixista Patrick Djivas conseguimos falar com o músico sobre a Tour no Brasil, a conexão Brasil-Itália, e outros detalhes de um músico que dificilmente fala em entrevista, nos concedeu essa que achamos ser um das melhores entrevistas que já fizemos.
Com vocês “Emotional Tattoos”, Premiata Forneria Marconi , o gênio Patrick Djivas
A Ilha do Metal – ) O que significa música para você Patrick?
Premiata Forneria Marconi – Patrick Djivas) Oh uau, Música para minha pessoa, da maneira que eu penso, é vida, e posso dizer que tem sido minha vida por quase 50 anos, e mais que tudo considerando até antes do PFM, e o mais incrível é que agora, e depois de tantos anos, continuamos tocando, continuamos compondo, e fazendo grandes shows, e a cada dia te falo tocamos melhor que nunca, então tudo parece ser tão fantástico, então me acho realmente um cara de sorte, e quando entrei no PFM em 1973, eu sabia que tinha encontrado minha sorte encontrado a banda que me faria ser músico por toda minha vida, e foi exatamente o que aconteceu, e sabe isso que considero um sucesso para a banda.
Premiata Forneria Marconi – Patrick Djivas) O que é um sucesso para uma banda? Eu acho que o sucesso de uma banda não é vender milhões de cópias de seus álbuns, e ficando rico e os etc.. da vida, eu acho que o real sucesso de uma banda é você tocar por toda sua vida, e se divertir em cada show que você faz, e tocar sua música , todo o tempo por toda sua vida, e isso é muito difícil de se conseguir. E sabe PFM tem mais de 5.000 shows em toda sua carreira, e para nós a cada dia que vamos subir no palco, nós consideramos como uma dádiva, algo mágico, então por tudo isso, o que posso dizer, música é vida!!!
A Ilha do Metal – ) Nossa!!! Esse é o motivo que gosto tanto de música…
A Ilha do Metal – ) Acredito que tenha entrado no PFM em 73 com o Ghost …
Premiata Forneria Marconi – Patrick Djivas) “Photos of Ghost”….
A Ilha do Metal – ) sim , e acabei de ouvir seu novo CD Emotional Tatoo, que recebi da Inside Out Records, e quando começou, o que é para você co A Ilha do Metal – )o um músico lançar um LP naquela época e agora com nodo disco lançar um CD? O que passa pela sua mente depois desses anos? É quase como a primeira , mas agora como sua profissão, o que mudou para você na primeira gravação e agora neste últimoclássico Emotional Tatoo, que gostei tanto…
Premiata Forneria Marconi – Patrick Djivas) Obrigado pelo elogio, mas sabe nós o PFM é uma banda louca sabe, pois nós não nos consideramos uma banda sabe, ou artistas, o que for, somos músicos antes de tudo, somos músicos que tocamos juntos e amamos tocar juntos, e amamos cada membro do PFM e isso nos deixa feliz, sabemos que cada membro do PFM são grandes músicos então é ótimo para cada um de nós tocar com os outros, e isso sempre foi assim desde o primeiro disco, até esse último Emotional Tatoo, e o que sempre fizemos, foi tocar a música que queríamos tocar, nunca nos preocupamos com vendas ou com a direção do mercado naquele momento, de deveríamos lançar um álbum naquele momento, por alguma razão, ou fazer música em uma determinada direção, para vender mais, nós nunca fomos assim, e toda nossa música era a que queríamos tocar, e como as tocaríamos nas passagens de som, e como iriamos improvisar na noite etc..,
Premiata Forneria Marconi – Patrick Djivas) Então cada disco que fizemos em toda nossa carreira, sempre tocamos o que queríamos em nossa carreira, e as vezes acontece sabe, como por exemplo, uma vez nos Estados Unidos, em 1978 ou coisa assim, estávamos indo muito bem sabe, digamos que explodindo por lá, que seríamos uma banda enorme em todo mundo, etc.., e neste momento, fizemos um álbum de Jazz, e como uma escolha de marketing, claro que foi um desastre, pois claro que nosso público não esperava um álbum soando daquela maneira. E fizemos exatamente aquilo, pois na época morávamos em Los Angeles, e éramos muitos amigos de músicos de jazz, como Jack Pastore que víamos e o acompanhava tocando nos bares de hotel daquela época, fora as outras amizades, como Frank Zappa, entre outros e amávamos esse povo, então eram nossas influências e claro fizemos um disco de Jazz, porque era exatamente o que queríamos fazer, mas do mesmo jeito sabemos que foi um grande erro para nós, visto por um ponto de vista, foi bom fazer aquilo, e se estamos aqui até agora foi porque sempre fizemos o que gostaríamos de fazer, e nunca aceitamos pressão vinda de qualquer lugar e sempre fizemos coisas deste tipo, por isso não usamos computadores ou gravações ou qualquer coisa, porque no palco queremos ser livres, para que cada show seja completamente diferente de qualquer outro show nosso, porque nada pior que fazer um monte de shows sempre do mesmo jeito sabe…e poder improvisar da maneira que vem a cabeça na hora sabe, é muito gratificante, e sabe pensando agora, quando penso em toda nossa carreira, o que aconteceu em certos tempos particulares, eu me sinto bem de poder tocar hoje a noite, isso o menor no PFM. Nós nunca pensamos no que já fizemos ou conseguimos, olhamos para o futuro, e pensamos em como vamos estar no Brasil, e estamos muito afinados e animados para irem ao Brasil com o PFM com novos músicos e com um excelente guitarrista e todos grandes músicos e todos ansiosos por estarem ai, e como exemplo, hoje é um Day Off na nossa tour, estamos no Hotel agora, Ontem tocamos em Nápoles e amanhã em Roma, porém hoje não tocaremos então nos sentimos horríveis.. (risos)…então o que faremos hoje, aj ficar no quarto, oh não..não quero ficar vendo Tv, esta é nossa vida no palco, o que amamos de tocar música ao vivo.
Premiata Forneria Marconi – Patrick Djivas) Sabe eu preciso te falar eu estou muito feliz de voltar ao Brasil, mas as vezes já ouviram, mas para nós músicos tocar no Brasil é demais, vocês são um país muito musical, eu não sei se vocês tem dimensão disso, pois saiba que para o resto do mundo não é assim…Vocês são cheio de musicalidade, as plateias ai são cheias de musicalidade, vocês entendem de música, não sei como te explicar isso, e isso é muito forte, toda vez que tocamos no Brasil sentimos isso, não estou falando de aplausos ou coisas assim, vocês sentem e entendem o que está acontecendo no palco, e aqueles coros de “Premiata, Premiata…” mas do jeito brasileiro com um maravilhoso swing, groove, você me entende..e por isso é muito bonito para nós músicos de fora..realmente é muito bom tocar no seu país.
A Ilha do Metal – ) Nossa, Muito obrigado, agora depois disso tudo vou mudar um pouco a próxima pergunta, Falando agora sobre Brasil e Italia, e o Brasil ama a Itália, e sei que vocês abem disso, acho nossos países conectados, seja pela comida, ou pela paixão pelo futebol, todos aqui gostamos de pizza, macarrão , lazanha, e amamos várias bandas italianas, e no caso vou citar mais bandas de Heavy Metal como o Cadaveria, ou o Rhapsody, e para você como é essa conexão, você já mencionou sobre como vê nosso país, O que te inspira, aqui do Brasil, não diria influências mas, mas se escuta música brasileira etc.. o que essa conexão para você?
Premiata Forneria Marconi – Patrick Djivas) Claro, que concordo, a música brasileira é outra coisa, a música brasileira é extremamente importante para todos os músicos do mundo, porque sua música vista de fora, de um músico estrangeiro, e sem entender a fundo, vejos dois extremos, vejo o samba com toda sua grandiosa energia, sentimento, e felicidade incluída na música, e do outro lado a Bossa Nova, quase que o oposto, uma música sofisticada, jazzy, interessante em todos os pontos, e isto é grandioso…sendo excelentes formatos de música, e especialmente a bossa nova, para músicos da minha geração, e da que veio depois da minha geração, talvez hoje em dia seja diferente que os músicos estão indo em outras direções mas, a bossa nova é muito importante para a música pelas harmonias, melodias, e se você toca a música brasileira é sinal que você é um bom músico, como um parâmetro.
Premiata Forneria Marconi – Patrick Djivas) Eu tenho um grande amigo brasileiro, que por sinal não o vejo há anos, (Ele falou o nome do músico, mas ficou incompreensível para nós) excelente música que falava que a música brasileira era muito chata de se tocar, eu gosto de tocar jazz essas coisas não música brasileira, e nós reclamávamos com ele, o que ele estava falando, que estava no meio da música, no Brasil é a vida musical, falávamos pense em cada acorde, em cada harmonia, você tem com isso habilidade para tocar qualquer coisa..” e depois, ele concordou conosco, a bossa nova é puro jazz, e necessita de um músico de extrema qualidade, Jobim é fora do comum, é divino,
A Ilha do Metal – ) Que louco, estou quase paralisado sabendo disso agora, estamos quase no final, e sobre o novo CD, gostei muito, e fiquei vários dias no repeat, escutando tudo direto, e vendo um Cd em Italiano, Outro em Inglês, e sendo as mesmas músicas com letras em idiomas diferentes, e nãos ei qual CD é melhor, e como foi a escolha e razões desses CD’s?
Premiata Forneria Marconi – Patrick Djivas) Tudo veio quando negociamos com nossa gravadora Inside Out, que quando venho a nós já sabiam que estávamos trabalhando em um novo material, e nos ligaram e perguntaram se podiam ir a Itália para saber o que estávamos gravando, e ouviram e adoraram e decidimos fazer esse duo, e claro ficamos felizes, e sabemos que eles tem distribuição em muitos países, e quando fazemos um CD com distribuição internacional é normal fazermos em inglês, e pensamos se ele vai ser distribuídos em 35 países ou coisa assim, vamos fazer em inglês, mas pensamos ok, mas queríamos fazer um CD em italiano também, nosso país e tal, e eles sabiam disso, e outros países, talvez o Brasil ou o Japão, gostam de ouvir e cantar em italiano, então, então decidimos fazer os Cds, ficando eu com as letras em inglês e nosso baterista com as letras em Italiano, no mesmo tempo e não falamos um com outro, escrevemos separados, e não fizemos versões, então quando terminamos as letras e vimos que as letras eram muito compatíveis, e sem problema algum entre elas, se tivessem essa conexão, já que o ritmo e o coração vem da mesma banda sabe, e isso é muito importante, e vou te falar uma coisa que ninguém acreditou, mas é verdade, um dia estávamos gravando em italiano e eu como produtor da banda, e nunca tinha lido as músicas porque não tínhamos tempo e estávamos trabalhando muito para o Cd acontecer, enquanto cuidava do arranjo das letras, e a outra parte da letra sendo composta, e confiamos tanto um no outro que não olhamos a atividade do outro, e no estúdio quando começou a cantar, e comecei a ouvir a letra pela primeira vez, e assim foi com as letras em inglês e italiano e isso só aconteceu porque trabalhamos juntos e nos confiamos nesses 45 anos juntos, tocando por quase todo mundo, e nossas sensações e sentimentos são muito parecidas, e isso ficou claro nas letras, e escrevemos para a mesma banda, então isso é normal acontecer.
A Ilha do Metal – ) Que história louca, e saiba que não tenho palavras para descrever o tão estou feliz ouvindo isso, muito obrigado Patric, sei que meu tempo acabou, gostaria que se apresentasse e convidasse todos os fãs do PFM , que como eu estarão na plateia gritando “ Premiata, Premiata, Premiata” ..
Premiata Forneria Marconi – Patrick Djivas) Você vai no nosso show?
A Ilha do Metal – ) Sim irei sim
Premiata Forneria Marconi – Patrick Djivas) Quando chegar lá, por favor faça chegar até a minha pessoa que quero encontrar contigo.
A Ilha do Metal – ) Oh claro, vou falar com a assessoria do show, muito obrigado,
Premiata Forneria Marconi – Patrick Djivas) Olá pessoal, Franz Di Cioccio está aqui perto de mim, mandando um grande abraço e nos vemos nos shows no Brasil
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Tags: Patrick Djivas) • PFM • Premiata Forneria Marconi
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