Rival Sons: Entrevista exclusiva com Michael Miley explicando o que é abrir para o Black Sabbath!!!!
Postado em 03/12/2016


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Qual a emoção de abrir para o Black Sabbath na Turnê de despedida?

Uma das bandas mais promissoras do atual cenário Hard Rock mundial e uma das melhores surpresas da última edição do Monster of Rock aqui no Brasil tem a difícil missão de abrir para a maior lenda do estilo e acompanhá-los na Tour de despedida, quais as sensações de tudo isso? Essa mescla de sentimentos, o Rival Sons está passando e talvez não tenha como descrever em palavras mas mesmo assim, o baterista Michal Miley nos atendeu por telefone e uma entrevista que na verdade pareceu um longo papo com um amigo, conversando em um bar falamos sobre quase tudo. Acompanhem abaixo, com vocês Rival Sons.

A conversa foi poucas horas antes do Show de Córdoba na Argentina.

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Fotos: Facebook Michael Milley / Rival Sons – Marco Dezer/Rick Horn (Divulgação)

A Ilha do Meta l- )Seja bem vindo de volta ao Brasil A Ilha do Metal!!!

 Michal Miley -) Obrigado (em Português)…

A Ilha do Meta l- )Vamos conversar em português então!!!

 Michal Miley -) Eu gostaria mas não consiguirei (em Português)…hahahaha

A Ilha do Metal- )Começando, como você vê essa volta do Hard Rock, o que alguns chamam de Classic Rock, misturando blues com muito peso, e vocês fazem isso muito bem, como acha que isso voltou a cena desta maneira?

Michal Miley -) Eu acho que isto é um progresso natural na história do rock n’ roll. Temos os Beatles, Rolling Stones, Led Zeppelin, Jimmy Hendrix, Santana. No outro lado, temos o Black Sabbath (mas também temos o movimento disco nos anos 70 [risos]). O Black Sabbath é o responsável por um milhão de outras bandas. O Black Sabbath fez o Heavy Metal acontecer, a banda que tem o Ozzy e o Ronnie James Dio. E então você tem o Iron Maiden e o Mötley Crue. O rock criou muitos ramos! E em 90 nós temos o Nirvana, Soundgarden, o movimento grunge. E aí, na virada do século, Jack White trazendo o blues de volta. O blues, a música gospel, o antigo R&B, este é o rock n’ roll original. Então para mim, esta é uma progressão natural. Tudo no mundo anda em círculos. E aqui estamos, o Rival Sons liderando um movimento, onde há muitas bandas novas tentando tocar o velho rock n’ roll. E eu sugiro que estas bandas aprendam blues, escutem blues; ouçam Robert Johnson, Hallen Wolf, Skip James, Blind Molly Jossen, escutem todo o velho blues, …. , Ray Charles,…. . A Black music americana.

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A Ilha do Metal- ) Vocês estão abrindo a última Tour do Sabbath, o que é isso o que passa pela cabeça?

Michal Miley -) Te digo uma coisa, eu nunca me canso! Eles nunca se tornaram uma banda velha. Todas as noites eu assisto a pelo menos algumas músicas, ainda acho incrível o carisma do Ozzy com a plateia, quão bons são os riffs do Tony Iommi, e seus solos sempre tão épicos. E Geezer Butler arrasando no baixo, e Tommy Clufetos, um dos melhores bateristas que eu já vi! É um prazer e uma honra fazer parte desta turnê, é como ir pra escola toda noite, é como uma escola de música.

A Ilha do Metal- )Claro que você como baterista, assim como todos gostaria de ver Bill Ward na bateria, o que acha da técnica de Tommy Clufetos e dele tocando no sabbath?

Michal Miley -) Pelo que eu sei, Bill Ward não está fisicamente preparado para tocar um show de duas horas com tanta intensidade. No nível em que a banda está, tocando para 60.000 fãs num estádio de futebol, o baterista tem que ter um preparo muito bom, e Tommy Clutefos é um atleta. Eu me preparo, eu corro de 40 a 60 km toda semana, e vou pra academia, tudo isso só para tocar bateria numa banda de rock. É como um esporte. Com todo meu respeito por Bill Ward, ele tem uma serie de problemas respiratórios, então as pessoas querendo ou não, eu não acho que fisicamente ele seria capaz no momento. E eu acho que Tommy está fazendo o mesmo trabalho, ele tem a mesma batida. Não acho que ele está tocando de maneira “moderna”, não está fazendo rock progressivo, ele está tocando como o Bill Ward tocaria. Eu o vejo tocar todas as noites, e como músico e baterista, acho que ele está fazendo um ótimo tributo ao velho rock n’ roll.

A Ilha do Metal- ) Muitas lendas do Rock estão se aposentando e vocês bandas que estão surgindo e fazendo sucesso serão as lendas num futuro, qual a responsabilidade disso, já parou para pensar nisso?

Michal Miley -) Bem, eu prefiro deixar a história fazer o seu trabalho. Vou continuar tocando bateria e tentando fazer boa música. Tenho muita sorte de tocar com ótimos músicos e pessoas. Espero que Deus nos permita continuar tocando pelos próximos 10 ou 20 anos. O que eu faço é tentar tocar boa música e dar suporte ao Jay, que pra mim é um dos melhores vocalistas atuais do planeta Terra! É uma tarefa difícil dar suporte a um dos melhores vocalistas do mundo, eu levo meu trabalho muito sério, e tenho sido abençoado até agora. Sou muito grato.

A Ilha do Metal- ) Como se sente antes de subir ao palco, ainda dá aquele frio das suas primeiras apresentações?

Michal Miley -) Sim, toda noite é um novo desafio, especialmente nesta turnê com o Black Sabbath. Mas a beleza do Rival Sons, é que estamos sempre tentando ser mais dinâmicos, o que torna cada show diferente. Minha raíz está no jazz, sou um baterista de jazz, estudei quando era mais novo e continuo estudando, aprendendo a tocar, “swing” e “B-bop”, coisas mais progressivas. Eu vejo isso como uma nova experiência a cada noite. Já toquei em bandas onde você toca exatamente a mesma coisa todas as noites, o mesmo “tum-pá-tum-pá-tum-pá” e acabou. Então temos muita sorte em ter esta experiência orgânica todas as noites, nos torna mais perigosos. Também faz com que alguns shows sejam melhores que outros, então de vez em quando fazemos um show ruim também [risos]. É como seu time de futebol, às vezes eles perdem. E é raro o seu time ficar invicto. Na verdade, a bola não entra no gol na maioria das vezes que é chutada [risos]. Bem, eu sempre comparo a música com esportes, então…

A Ilha do Metal- )Qual um show excelente e um ruim que você assistiu?

Michal Miley -) Uma vez eu vi o Mötley Crue na “Long Beach Arena“. Eu tinha uns 16 anos, estava começando a tocar bateria em minha primeira banda, e ver o Tommy Lee em pessoa, eu amava o cara, eu ainda amo o cara! Então, aquele tendo sido um dos primeiros shows de rock, meu pai era guitarrista de jazz e blues, eu ia a muitos shows do gênero com ele, mas Mötley Crue foi o primeiro show que eu fui sozinho, eu escolho este.
Show ruim eu não sei, geralmente não vou a shows ruins, claro que já vi muitas bandas que não gostei, mas porque aquele não era o meu tipo de música. Às vezes alguém fala super bem de um show, aí você vai e vê que não era tudo aquilo, mas agora não consigo me lembrar de nenhum [risos].

A Ilha do Metal- ) Muito obrigado, que papo gostoso, pena que o tempo tá se esgotando queria falar mais, mas daqui a pouco vocês tem passagem de som, manda uma mensagem aos brasileiros, 

Michal Miley -) VerdadeMuito obrigado [em português]. Mal posso esperar pra voltar pro Brasil, é como minha segunda casa, eu estudei samba, samba-reggae, batucada, baião, frevo, eu adoro o ritmo e a música brasileira, e adoro o povo brasileiro. Como um baterista, me sinto em casa. Tô ansioso para sentir o ritmo de vocês, e vocês o meu.

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Categoria/Category: Entrevistas
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