Rotting Christ @ Hangar 110 – São Paulo/SP (10/03/2013)
Postado em 15/03/2013


Depois de cancelar em 2010 seu retorno ao território brasileiro, os gregos do Rotting Christ finalmente voltaram para uma turnê abrangendo várias cidades. São Paulo foi contemplada no último dia 10 de março, no Hangar 110, com a apresentação da banda que divulga seu mais recente trabalho, “Kata Ton Daimona Eaytoy”, lançado este ano pela Season Of Mist. O concerto em São Paulo contou ainda com a presença das bandas Mallediction  e Vulcano, que aqueceram o bom público presente nas dependências do local.

Texto: José Antonio Alves
Fotos: Geovani Vieira

Com muita pontualidade, a primeira banda que começou a aquecer os presentes foi o Mallediction. Oriunda de Suzano-SP, a banda faz um Black Metal super calcado no Death Metal, que por mais que apresente apenas um trio,  conseguiu mostrar bem a que veio, deixando uma boa impressão para o público.

A banda acaba por não se prender somente ao Black Metal, apresentando passagens mais cadenciadas, e sendo agressiva quando necessário, vale destacar faixas como “Opposite”, que é parte do álbum “Innoculation”, de 2011. “Virgin Forest”, “Blackened Hordes Victory” e “When Planets Collide”, que encerrou a apresentação, merecem menção honrosa no repertório do grupo que desempenhou uma apresentação bem técnica e que agradou os presentes.

Sem muita espera, era a hora de um dos grandes nomes do Metal deste país, a banda santista Vulcano, mostrar toda sua energia de mais de 25 anos de carreira. Uma performance mais que matadora que abrangeu o que a banda possui de melhor, impossível não banguear e não querer adentrar um moshpit ao som de faixas como  “Witches Sabbath”, que abriu os portais do inferno e transformou o local em um total caos.

Vale ressaltar a qualidade e boa presença de palco de todos os músicos, que empolgaram e mostraram que possuem muita lenha para queimar! A melhor sequencia do show sem dúvidas ocorreu no final dele, com a dobradinha  “Guerreiros de Satã” e “Legiões Satânicas” que encerrou em alto estilo e provocou um moshpit bem caloroso.

Sem delongas, o Rotting Christ logo sobe ao palco possuindo como fundo musical uma introdução de clima extremamente sombrio que logo foi substituída pelas primeiras notas de “The Forest Of N´Gai”, faixa do clássico “Passage To Arcturo”, de 1991. Soltando um “Como vocês estão São Paulo”, em ótimo e claro português, Sakis anuncia “Athanati Este”, ovacionada pelo público que logo já pôde provar um pouco do atual Rotting Christ, com a faixa título do novo álbum, “Kata Ton Daimona Eaytoy”.

Mesmo o som estando bom, em alguns momentos surgiu um desconforto com o baterista da banda, Themis Tolis e seu equipamento, o que provocou algumas pausas maiores entre algumas músicas, mas que se resolveu da metade do show para frente. “Nemecic” mostrava uma banda que agitava a cada instante e que saudava os irmãos e irmãs presentes com agradecimentos em português, novamente.

Já em “King Of a Stellar War”, chegávamos a um dos pontos épicos da apresentação, com o público cantando junto a faixa presente em “Triarchy Of The Lost Lovers”, de 1996. Outro clássico viria logo na sequencia, e este com uma surpresa. “The Sign Of Evil Existence” contou com a participação de Marly Cardoso, vocalista da banda de grindcore No Sense, e o que se observava é que muitos ficaram se perguntando quem era a vocalista; o fato é que ela mandou muito bem e adicionou mais uma dose de brutalidade na música.

A rápida e ótima “Societas Satanas” antecedeu “In Yumen-Xibalba”, faixa do mais recente trabalho dos gregos, que por sinal mostra aos fãs uma banda que trabalha muito com as melodias mais sombrias, sem abdicar do peso habitual. Era hora de “Non Serviam”, segundo palavras do próprio Sakis, emendando “Chaos Geneto( The Sign Of Prime Creation)”, cantada com fervor por muitos dos presentes.

Depois do fim do set regular com “Noctis Era”, Sakis retorna para o bis perguntando se São Paulo quer mais uma, e na verdade surgem mais duas, “Archon” e “Fgmenth, Thy Gift”, que encerrou a apresentação que sim, poderia ganhar mais algumas canções (inclusão de algo do “Sleep Of The Angels”!).

Um evento que merece os parabéns pela pontualidade e boa qualidade proporcionada às bandas. Há apenas que se ressaltar as constantes invasões de fãs mais “alterados” no palco, na tentativa de fazer um “crowd-surfing”, que quase prejudicou a apresentação da banda, obrigando que pessoas da produção intervissem para que o show tivesse seu andamento normal. Em certo momento até o próprio Sakis quase perde o equilíbrio no palco, vale salientar que é com situações como essas que fatos desagradáveis para as bandas e também para o público são gerados, o que quando acontece sempre deixa uma má impressão do público brasileiro. Inclusive no meio do público houveram alguns desentendimentos por pessoas mais desleais nos moshpits, exigindo até a presença da segurança do local.

Por fim, Sakis Tolis canta muito, conseguiu se aperfeiçoar bastante no decorrer de todos estes anos, com certeza é um nome dos mais importantes na história da cena extrema. Resta aguardarmos mais uma visita dos gregos por terras tupiniquins para mais um ótimo show no futuro!

Setlist:

The Forest Of N’Gai
Athanati Este
Kata ton Demona Eautou
Nemecic
King Of A Stellar War
The Sign Of Evil Existence
Transform All Suffering Into Plagues
Societas Satanas (Thou Art Lord Cover)
In Yumen-Xibalba
Non Serviam
Chaos Geneto (The Sign Of Prime Creation)
Phobos’ Synagogue
Noctis Era

Encore

Archon
Fgmenth, Thy Gift

 

 

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