Um calor absurdo no feriadão recebeu o público de São Paulo e outros estados (RJ, MG, e PR) ao Setembro Negro, evento anual que, neste ano, trouxe nomes de peso como CAUTERIZATION, KEEP OF KALESSIN, GORGOROTH e AUTOPSY.
Texto: Marcos Garcia
Fotos: Bruno Bergamini
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Abrindo o evento, veio o CAUTERIZATION, trio de Blackened Death Metal de Presidente Prudente, que fez um set competente, usando de um repertório pesado e surpreendentemente agressivo e ríspido, mas sem perder a noção de técnica, embora o som estivesse um pouco abafado. Lançando mão de composições próprias vindas de seu Demo CD ‘Males Infestus’, bem como da versão muito bem adaptada de ‘Night’s Blood’, do DISSECTION, a banda recebeu palmas dos presentes, que nem eram tantos (e algum dia, um sábio irá desvendar o segredo-mor referente a shows: o sujeito paga para ver quatro bandas, mas quer ver só uma ou duas. Vai entender…). Fecharam o show com a arrasadora ‘Infernal Battlefield’, que está rendendo bons frutos ao trio.
A segunda banda da noite foi o quarteto norueguês KEEP OF KALESSIN, que está excursionando pela primeira vez por nossas terras.
Falar que a banda é perfeita ao vivo como o é em estúdio, esbanja uma postura de palco ótima, tem músicas ótimas (uma mistura de Black com uma técnica surpreendente, sem deixar de ser pesado e agressivo), com boa comunicação, vendo-se no semblante de cada um deles a satisfação de estarem no palco, é chover no molhado, pois quem tem a oportunidade de ver uma apresentação deles sabe o quanto a banda é ótima.
Destaques óbvios para a postura do guitarrista Obsidian e do baixista Wizziac, bem como o carisma do vocalista Thebon, que sabia contagiar o público. Músicas como ‘Dragon Iconography’, ‘Ascendant’ e outras fizeram a alegria de muitos presentes.
Um rápido intervalo, e foi a vez do quinteto norueguês GORGOROTH subir ao palco, e deixar todos de boca aberta.
Tendo Hoest (vocal, TAAKE) e Fabio Zperandio (guitarra, ex-OPHIOLATRY), a banda despejou um set cheio de energia e peso, com seu Black Metal na linha das primeiras bandas do estilo norueguês, e apesar de quase nenhuma palavra trocada com o público, Hoest não só cantou bem velhos clássicos como ‘Reveletion of Doom’ ou ‘Destroyer’ (que levou o público ao delírio), mas sua movimentação e postura geravam reações da plateia que muito vocalista não consegue com mil palavras. Infernus, do seu lado do palco, se mantinha alheio a tudo, mas ao mesmo tempo, despejava riffs e mais riffs crus. Uma pena a banda não ter voltado para uma encore, porque o público não se satisfez apenas com o que lhe foi dado.
Fechando a noite, veio o lendário quarteto norte-americano AUTOPSY, que apesar das enormes barrigas e cabelos brancos, sentaram o braço em um set não só brutal, mas intenso.
Capitaneados pelo baterista/vocalista Chris Reifert (que tocou no ‘Scream Bloody Gore’, lendário primeiro play do DEATH), tendo à frente os guitarristas Eric Cutler e Danny Corales (sendo este trio o núcleo da banda), mais o novato Joe Allen no baixo. Os caras transformaram o Carioca Club em um autêntico inferno de mosh e stage dives (estes contidos pelos seguranças), especialmente quando tocaram clássicos como ‘Charred Remains’, ‘Gasping for Air’, ‘Dead’ e outros clássicos da banda, que manteve não só uma boa comunicação com o público, mas boa postura, onde transpareceu que esses caras estavam não só se sentindo bem no palco, mas que ainda possuem muita lenha para queimar.
Depois da encore, o pessoal do KEEP OF KALESSIN subiu ao palco, abraçou o pessoal do AUTOPSY, bem como comandou a reverência do público ao quarteto.
Um ótimo evento, horário seguido à risca, local muito bom, e estaremos lá na versão 2013.
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