A vocalista Dani Nolden, da banda santista SHADOWSIDE, conversou com A ILHA DO METAL sobre a gravação do próximo álbum, a entrada do baixista Magnus Rosén (ex-Hammerfall), entre outros assuntos. Confira abaixo a entrevista completa, realizada no início deste mês.
A Ilha do Metal: A SHADOWSIDE já tem bastante estrada fora do Brasil, tendo inclusive excursionado com o W.A.S.P.. Vocês acham que o fato de abrir o show de bandas bastante renomadas, como Nightwish e Helloween logo no início da carreira da SHADOWSIDE, ajudou a dar visibilidade para a banda lá fora? E aqui no Brasil?
Dani Nolden: Aqui no Brasil, sem dúvida! Ser a banda de abertura de um grande show sempre gera curiosidade, tanto dos fãs quanto da mídia. E no exterior, a visibilidade gerada por essas aberturas que fizemos no início da carreira não foi tão grande, mas com certeza nos deu credibilidade para iniciarmos o caminho lá fora. Acho que o que mais tiramos desses shows no início da carreira foi a experiência, aprendemos logo cedo como era a organização e a rotina de uma banda na estrada e como lidar com o público. É um conhecimento que usamos até hoje. A turnê com o Helloween no Brasil, por exemplo, foi o que nos deu a oportunidade de fazer toda a turnê europeia com eles e com o Gamma Ray em 2013, pois eles já nos conheciam, sabiam como era nossa performance no palco e que não seríamos problemáticos fora dele, e tanto esta turnê quanto aquela com o W.A.S.P. em 2010 nos trouxeram muita visibilidade no exterior. Então, de certa forma, tudo foi possível por termos tido a chance de participar de um grande evento quando estávamos começando. Eu acho importantíssimo que bandas novas recebam chances de abrir para bandas consagradas, mas elas sempre devem ter a consciência de que um grande show não torna ninguém um rockstar, que sempre há espaço para evoluir e que uma banda de abertura não deve achar que merece estar ali só porque é uma boa banda. Uma banda de abertura deve ajudar a divulgar o evento, levar seu público ainda que ele seja pequeno ou formado apenas de amigos e sempre ser grata pela oportunidade.
A Ilha do Metal: Recentemente, vocês anunciaram a entrada do baixista sueco Magnus Rosén, ex-Hammerfall. De onde surgiu a ideia de convidá-lo para se juntar a banda? Ele já tinha trabalhado com vocês antes?
Dani Nolden: Não, mas nosso produtor, Fredrik Nordström, o conhece bem e além de ele ser um músico talentosíssimo que nós admiramos já há muitos anos, todo mundo que conhecemos sempre fala muito bem dele como pessoa e como profissional, ele tem um projeto com o trabalho solo dele destinado a arrecadar alimentos para a população carente da América do Sul, então imediatamente pensamos nele. Nós entramos em contato inicialmente para que ele apenas gravasse o novo álbum, mas conversando um pouco sobre a banda, sobre os planos para as novas músicas, as ideias combinaram muito bem e percebemos que ele é extremamente tranquilo e fácil de lidar. Além disso, ele é um dos melhores baixistas do mundo, na minha opinião, na opinião dos rapazes da banda e na dos fãs que o acompanhavam no Hammerfall, tem uma presença de palco sensacional, então não pensamos duas vezes e decidimos convidá-lo para ser um membro oficial da banda. Ele aceitou, então mandamos algumas músicas novas, ele gostou e agora é parte da SHADOWSIDE! Já estamos trabalhando nas músicas novas com ele e fazendo planos para a gravação do álbum e videoclipe em Gotemburgo, na Suécia, em 2016.
A Ilha do Metal: Sobre a visibilidade da SHADOWSIDE dentro e fora do Brasil, que impacto vocês esperam com a entrada do Magnus?
Dani Nolden: O impacto já está sendo bem grande, primeiro porque isso era algo que ninguém esperava e fizemos suspense de propósito (risos). E segundo, porque o Magnus tem uma legião de fãs que o acompanham tanto no seu trabalho solo quanto da época do Hammerfall, e todo mundo queria ele de volta nos palcos de Heavy Metal. Os fãs dele que não nos conheciam estão aprovando a escolha dele, e os fãs que já gostavam da SHADOWSIDE têm dito que agora gostam ainda mais (risos). É claro que o respeito que ele tem tanto com os fãs quanto com a indústria musical vai nos ajudar muito, mas nada se compara ao que ele acrescenta como músico.
A Ilha do Metal: Bem, Brasil e Suécia não são exatamente países vizinhos. A entrada de Magnus motivou a banda a gravar o próximo álbum em Gotemburgo, ou este já era um plano de vocês?
Dani Nolden: Já era um plano, nós já gravamos o ‘Inner Monster Out’ na Suécia. Já estava decidido que trabalharíamos novamente com o Fredrik Nordström em Gotemburgo desde 2013, ele foi ao nosso show quando tocamos lá com o Helloween, inclusive após o show ele nos fez tirar queda de braço com uma fã que foi falar conosco, porque ela aparentava ser bem mais forte que os rapazes da banda… eu perdi feio (risos). Enfim, o fato do Magnus ser de Gotemburgo foi apenas um detalhe que deixou as coisas ainda melhores. Já havíamos decidido que gravaríamos lá antes até de imaginar que teríamos que mudar a formação da banda.
A Ilha do Metal: Falando em próximo álbum, vocês já começaram o processo de composição, certo? Como está a participação de Magnus até então? E o que os fãs podem esperar deste próximo trabalho da SHADOWSIDE? Já tem previsão de lançamento?
Dani Nolden: Nós vamos começar a gravação em junho de 2016 e posso adiantar que será pesado… é claro (risos). Pesado, com uma temática bastante intensa, mas com melodias e riffs bem bonitos, está um contraste bem interessante. Estamos seguindo o caminho do ‘Inner Monster Out’, porém buscando a evolução dele, levando-o ainda mais longe, melhorando as melodias e buscando ainda mais o equilíbrio entre a agressividade e a musicalidade. Continuaremos fazendo um som direto, sempre será heavy metal com muita energia e não vamos fugir disso, mas acredito que o resultado final mais uma vez vai surpreender os fãs, e provavelmente a nós mesmos. O Magnus está participando da composição conosco, nós fazemos essa troca de ideias por Skype e por email, enviando músicas uns para os outros e está fluindo muito bem até agora!
A Ilha do Metal: Sobre uma próxima turnê, o que os fãs podem esperar?
Dani Nolden: A turnê começará após o lançamento do álbum, mas é possível que a gente faça alguns shows de aquecimento antes disso, talvez tocando algumas músicas que estarão no álbum novo. Ainda são apenas planos, mas é algo que gostaríamos de fazer. Estamos bem mais concentrados no álbum agora do que em shows.
A Ilha do Metal: Ainda sobre turnês. O Magnus deve tocar durante os shows da SHADOWSIDE no Brasil? Considerando todos os custos envolvidos de trazê-lo do exterior, como vocês pretendem viabilizar isso?
Dani Nolden: O Magnus é o baixista da banda, então ele tocará todos os shows a menos que aconteça algum problema que não possa ser solucionado, como já aconteceu antes com o nosso baterista, o Fabio Buitvidas. Fizemos alguns shows sem ele, como em Manaus, porque ele teve uma situação emergencial e não poderíamos cancelar o show, mas não é algo normal. Trazer o Magnus pra cá vai ser algo tão complicado quanto levar quatro membros da banda para uma turnê europeia… então acho que as coisas acabam ficando equivalentes, pois agora quando tivermos turnês ou shows na Europa, ele já estará lá.
Há alguns anos atrás, isso não teria sido possível, e inclusive tivemos que nos separar do baixista que gravou o ‘Inner Monster Out’ pois ele se mudou para a Itália e, na época, não tínhamos a estrutura para organizar algo desse tamanho, além do fato de que a logística só seria dificultada, pois ele teria que se deslocar de um país para o outro tanto para os shows no Brasil quanto para as gravações na Suécia, enquanto o Magnus já está lá. Além disso, hoje temos a possibilidade de agendar vários shows em uma sequência para que o custo de trazer o Magnus para o Brasil não seja tão alto para o organizador do show. Isso significa apenas mais shows em sequência, em formato de turnê, e menos shows isolados, mas isso também já era algo que tínhamos pensado de qualquer forma, pois fica mais barato para um organizador de eventos levar a SHADOWSIDE para a cidade dele se o custo das viagens for dividido entre várias cidades. Foi o que possibilitou nossa turnê no Nordeste, por exemplo. Então ele foi escolhido com cuidado, com base em tudo que já estávamos planejando desde o final da turnê do ‘Inner Monster Out’. Além de tudo isso, hoje existe a opção de crowdfunding, que está cada vez mais popular, algumas passagens aéreas da Suécia para o Brasil estão mais baratas do que passagens aéreas dentro do nosso próprio país, então tudo isso facilita as coisas. Há dois anos atrás, nós nem teríamos tido a possibilidade de considerar tudo isso.
A Ilha do Metal: Para finalizar, deixe uma mensagem para os fãs sobre o presente e o futuro da SHADOWSIDE.
Dani Nolden: Muito obrigada pelo espaço aqui no site A Ilha do Metal, antes de qualquer coisa… e obrigada pelo apoio, pelas mensagens que todos têm nos enviado, nós escolhemos o Magnus porque sabemos que ele vai subir no palco conosco com a mesma garra que nós! Ele adora o nosso país, então a banda está firme, ansiosa para gravar e levar para os palcos o que estamos preparando para vocês!
A Ilha do Metal: A Ilha do Metal agradece, e deseja muito sucesso para a banda!
Dani Nolden: Muito obrigada!
Agradecimentos: Furia Music Produções – Assessoria de Imprensa, pelas fotos e pela entrevista.
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Tags: dani nolden • Shadowside
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