Que Ano foi 2017 para a música e o Show Bussiness…. e 2018 parece que será bem mais agitado ainda..
Se na política e economia o ano foi pavoroso, e sim foi e muito, a música teve grandes atrações neste ano e só não foi melhor, pelos motivos do primeiro parágrafo, e o final espetacular desse ano não poderia ter outro nome Solid Rock.
Inicialmente programado com o Lynyrd Skynyrd que por motivos familiares a banda cancelou toda a Turnê que faria esse ano, a produtora T4F agiu rápido e trouxe um ícone do Hard Rock dos Anos 70, a banda Cheap Trick, e completavam o line up os americanos do Tesla e a lenda que não precisamos citar nenhum adjetivo apenas colocando o nome dos headliners Deep Purple.
Uma quarta feira marrenta com um transito que esquentou a cabeça de muita gente para chegar ao horário previsto e informado no dia da alteração do primeiro show, 18:30, e com uma banda que muitos queriam ver e tiveram literalmente que rebolar para chegar antes do horário e se posicionar em frente ao lindo palco instalado no Gol Norte do Allianz Park.
Chega de falar de como chegar no estádio e vamos ao que interessa….
Tesla
A banda de Sacramento, marcada na geração do glam metal dos anos 80 como sendo a mais técnica daquela geração, e vindos pela primeira vez ao Brasil e as 18:30 o logo da banda aparece no telão já com o baterista Troy Luccketta saudando a todos e na sequencia entram o baixista Brian Wheat, e os guitarristas Frank Hannon e Dave Rude cumprimentam a galera levantando seus instrumentos, e o vocalista Jeff Keith aparece do canto direito já cantando os primeiros versos de “Edison Medicine”, com destaque para o solo onde Frank Hannon usa uma espécie de antena para conseguir determinado efeito na guitarra
A recepção não poderia ter sido melhor, e mesmo com um público muito pequeno para um estádio, e a maioria que estava ali, literalmente estava ali pelo Tesla, matando a vontade de vê-los depois de 30 anos de carreira, era realmente surpreendente afinal era daquelas bandas que dificilmente pensávamos ver um dia tocando por aqui, e “The Way it is” vem na sequência, clássica, para claro aqueles amantes de hard rock e não daqueles que gostam das bandas que tocam apenas em rádio.
A primeira boa surpresa, a cadenciada “Hang Tough”, mostrava que o set seria diferente do de Curitiba, a dúvida pairava seria maior ou menor… essa era a grande questão, e um detalhe ficou claro assistindo a banda, a presença de palco, perfeita para um estádio, os guitarristas fixos , mas agitando muito cada um no seu lado , ou indo até o meio quando iam para algum solo em especial e o baixista Brian Wheat ora interagindo com um guitarrista ora com outro, , sensacional, rock’n’roll no melhor estilo de quando isso era o que mais tocava nas rádios.
Mais uma surpresa, cumprimentando a todos, disse que chegava a hora de chutar uns traseiros e agitar a galera, que claro era a deixa para uma das primeiras estrofes de “Heavens Trail”, os presentes se animaram, afinal era outro sucesso do clássico Five Man Accoustic Jam que em um set curtíssimo entrava outra desse álbum maravilhoso que devido a ele, só deu origem ao programa Acústico MTV .
Chegava a hora que qualquer fã do Tesla esperava, “Signs“, a música, o single, que talvez dê mais enfase a banda, imortalizada no CD acústicos deles, e sempre algo grandioso, de ouvi-la e aqui não foi diferente, e de repente, temos, ela executada perfeitamente.
Jeff apresenta que a próxima seria falando de amor, e um dos maiores hits, e uma das melhores baladas que eram tão clássicas nos anos 80 ecoava por todo Allianz Park em uma versão linda, que de tão extasiado que estávamos ouvindo ela, tendo mais a parte acústica com dedilhado perfeito de Frank Hannon e que performance de Jeff Keith, sendo extremamente bem interpretada, fazendo ali aquela clássica sessão de lenta em pleno tarde do verão Paulistano.
As duas últimas foram digamos boas surpresas esperadas, primeiro “Little Suzi“, do primeiro álbum, e a sensação era uma volta no tempo, de uns 30 anos, e a galera agitando fez Jeff Keith agradecer muito pela resposta do público, pedindo desculpas pelos 30 anos sem estar no Brasil, e finalizaram a apresentação perguntando quantos vaqueiros estavam na platéia (Vale destacar que nos Estados Unidos, shows e artista de Metal e Country dividem palcos em todos os Festivais) e finalizaram com “Modern Day Cowboy“.
Um Show que a principio seria nostálgico pela relevância da banda na fase de ouro do Hard Rock, não foi, foi sim um baita show de Rock que agitou muito que conhecia e surpreendeu quem não conhecia principalmente pela qualidade da banda, ah e se alguém do Tesla ler essas linhas, uma blasfêmia não abrirem/tocarem “Cumim atcha live“, pronto falamos.
Edison medicine
The way it is
Hang Tough
Heavens Trail
Signs
Love song
Little Suzi
Modern Day cowboy
Cheap Trick
Os rabugentos da internet, ” aqueles mal comidos du car…io” que não respeitaram e acharam um absurdo o Lynyrd Skynyrd não estarem nesta Turnê, a banda foi substituída a altura, por uma banda gigante nos Estados Unidos, porém muito pouco conhecida no Brasil, salvo alguns mais antenados, seja na música ou em várias séries ou filmes que usualmente usam músicas desta banda na trilha sonora.
Alguns poucos fãs repararam o guitarrista Rick Nielsen no final da apresentação do Tesla no pit de segurança assistindo o final da apresentação, e quando apaga a luz e nos P.A. avisam que entrava no Palco ” Cheap Trick a banda mais foda que vocês conhecerão.”..ali literalmente começava uma festa ou um arregaço.
Detalhes da banda que talvez você não saiba, Graças ao Disco Cheap Trick at Budokan de 1978, a casa de Shows japonesa ficou caracterizada para o segmento Rock e também são influências de bandas como Pearl Jam, Enuff Z’nuff, Extreme, Mötley Crüe, Nirvana, Stone Temple Pilots, Green Day, Smashing Pumpkins, Weezer, e o famoso etc..
Cheap Trick é Robin Zander (vocal e guitarra), Rick Nielsen (guitarra), Tom Petersson (baixo ), e Bun E. Carlos (bateria), entram no palco e com seu som crú, rasgado, já agitam a galera com as músicas “Come On, Come On” e “Lookout” e claro que 90% nem fazia ideia das músicas, e Zander com uma camisa escrita “Música tem valor” nem parecia que a banda no palco é daquelas bem bonachonas de brincar com tudo, já que são conhecidos pelas brincadeiras ou enorme quantidade de instrumentos que cada um coleciona.
O primeiro hit deles, o cover para Fats Domino “Ain’t that a Shame“, já começávamos a ouvir “Ah essa eu conheço, são deles”, e o grande destaque óbvio é o Rick Nielsen, uma Angus Young, sem técnica e sem grife, mas com carisma similar ao Deus Australiano.
Rick Nielsen comanda a bagaça e pergunta , “..vocês querem cantar?……” e o primeiro grande sucesso da banda ” If you want my love” faz com que o estádio finalmente conheça alguma música da banda em um show que aquele ponto estava espetacular, a banda rasgando em atitude e simpatia, e o destaque era mesmo Rick Nielsen que a cada Riff tocado, ele jogava uma palheta para a galera, e a cada música usava uma guitarra.
Robin Zander é mais discreto e isso me surpreendeu, e como a roupa branca dele chamava parecia que tinha luz própria o baguio que vestia, e a banda vinha brincando/tocando seu hard rock com muita maestria, apresentando suas músicas e certamente ganhando vários fãs nessa apresentação.
Verdade seja dita, a banda ganhou mesmo a platéia a partir do solo de Tom Peterson, que com luzes bem focadas no músico fez um solo bem harmônico e não aquela punhetação de don, don don don, que costumamos ver em todo solo de qualquer instrumento, dessa vez era criativo, quase uma faixa instrumental, e já emendaram com um cover do Velvet Underground com o próprio baixista cantando “I’m Waiting for the man“.
A seguinte , outra belíssima balada, “The Flame“, que foi bem tocada no Brasil, na época de seu lançamento (1988, do Cd Lap of Luxury), e ali alguns casais se abraçaram , se beijaram e se não me engano esse foi o último sucesso da banda a ser tocado pelas rádios do Brasil.
junto com a conhecida balada, chegou a hora dos grandes hits da banda e vieram na sequencia, “I Want You To Want Me“, onde Zander tentou fazer todos cantarem o refrão, mas não teve o menor exito, “Dream Police“, outro sucesso, com a capa do single no telão, ai a inteligência da banda “Run Rudolph Run” do novo álbum a ser lançado em dezembro, que Rick brincou que ninguém presente no estádio, conheceria, e ai sim o grande hit “Surrender“, onde finalmente muitos cantaram, por ser bem conhecida do público brasileiro.
Para finalizar “Goodnight now” , e que música para acabar um show, um verdadeiro adeus, e um grande show, que surpreender muita gente, pois a banda é banda de estádio e soube muito bem como cativar todos, sem contar que Rick Nielsen não trouxe sua guitarra de 7 braços mas a clássica que o corpo é uma caricatura dele, e os braços da guitarra eram as pernas do boneco, simplesmente sensacional, mas o fundamental, eles conseguiram e e entreteram todo o estádio .
Hello There
Come On, Come On
Lookout
Big Eyes
She’s Tight
Ain’t That a Shame (Fats Domino cover)
If You Want My Love
Clock Strikes Ten
When I Wake Up Tomorrow
Long Time Coming
Baby Loves to Rock
In the Street (Big Star cover)
Stop This Game
I’m Waiting for the Man (The Velvet Underground cover) (Tom Petersson on lead vocals)
The Flame
I Want You To Want Me
Dream Police
Run Rudolph Run
Surrender
Goodnight Now
Deep Purple
Como fazer a resenha de uma banda clássica, se falamos que o show foi uma bosta, os puristas e mimizentos irão ficar com a cueca bem apertada, e o show foi longe de ser ruim, seria uma blasfêmia dizer isso, foi tecnicamente até muito melhor que a última passagem no Brasil quando tocaram no Espaço das Américas, mas dessa vez por ser teoricamente, e esperamos que não, a última passagem da banda pelo Brasil, já que não pretendem mais fazer longas turnês ao redor do mundo.
Lembram daquela imagem do CD Deep Purple in Rock com a imagem da Formação clássica chamada MKII, então no telão uma clara referência a capa daquele disco porém com essa atual formação, e todos no palco após um trechinho instrumental, onde todos conferem como estão seus instrumentos, já temos “Highway Star“, e Puta que o Pariu, era Purple no palco e detonando, Morse claro, nessa faixa é o grande destaque, pois desde que entrou na banda em 1994, ele se consolidou e nunca foi questionado devido a sua total habilidade com o instrumento de seis cordas.
“Pictures of Home“, faixa até considerada lado B do Machine Head, para alguns, sejamos claro nisso, já que tudo do Purple beira a perfeição, depois “Bloodsucker” que mesmo sendo festajada e tal, cantada por muita gente, não teve o impacto da quarta faixa ” Strange Kind of woman“, que por ser uma das grandes faixas da carreira de mais de 50 anos da banda, o estádio vibrou logo nos primeiros acordes.
O que me fez gostar mais deste show do que o primeiro que vi deles, que foi no Espaço das Américas, não foi a performance ou o setlist, que por sinal achei bem homogênea ambas, mas sim a desenvoltura de Ian Gillan que esta mais falante digamos assim, e agradeceu a vibe que vinha da platéia que elogiou e disse poucas vezes ser vista.
Hora de dedicar a faixa ao amigo Jon Lord, que claro foi exaltado, já que o músico tem uma história legal em São Paulo de ter tocado aqui na Virada Cultural, e olhando Roger Glover, como o cara consegue ser super discreto e tocar e agitar muito, e claro estamos falando da faxia “Uncommon Man”.
Outro que merece muito destaque é o substituto de Jon Lord, Don Airey que já esta na banda há quase 15 anos, e sempre vale citar que aquela introdução no teclado de “Mr Crowley” foi gravado/eternizado por esse senhor com hoje, 69 anos, quando foi o tecladista do álbum Bizzard of Ozz.
Uma intro de teclado introduziu a viajante “Lazy” e que banda para se ver ao vivo, todos perfeitos, faixas como “Birds of Prey” quando ouvimos ao vivo, parece que ganha força, sei lá… difícil escrever, parece que ficam melhores, acredito que muitos estão entendendo o que estamos tentando escrever.
“Knocking at your back Door“, perfeita, sendo uma das preferidas , me ensandeci um pouco, e logo em seguida o solo de Dan Airey, com suas citações mais explícitas para algumas músicas, foi bem interessante e claro seria um pouco óbvio que teríamos na sequencia ” Perfect Strangers” com aquela paulada de Ian Paice, e como soa ao vivo, é algo que mesmo quanto mais você assista no you tube veja ao vivo, é sempre impressionante, e que final apoteótico com dois hinos do Rock que sempre serão referência com “Space Trucking” e “Smoke on the water“, com seu riff icônico, que literalmente fez o Allianz Park parecer estar lotado e terminando assim a primeira parte do show.
O bis não mesmo matador e realmente a banda deixou o melhor para o final da primeira parte e essa segunda conhecida também como Encore e assim vieram “Hush“, clássico imortalizado de Billy Joel, e finalizaram com “Black Night“, deixando todos inclusive nós, sem palavras.
O que dizer do Festival, perfeito, e esperamos que se consolide como a despedida do ano, pois ter um Fest em Maio (Maximus ou Monster), um em setembro( Sp Trip) outro em dezembro, soaria perfeito para a agenda musical da cidade, e sendo franco problemas teve claro, que sim devem ser contornados nas próximas edições, porém diversão também teve, e muita, e aqueles que não foram certamente perderam um excelente festival e a chance de aplaudir e tomara que não de se despedir de uma banda que solidificou o Metal com seu poderio técnico.
Obrigado Tesla e Cheap Trick pelos excelente shows…
E obrigado Deep Purple por ter feito História no Heavy Metal
Highway Star
Pictures of Home
Bloodsucker
Strange Kind of Woman
Uncommon Man
Lazy (with extended keyboard solo intro)
Birds of Prey
Knocking at Your Back Door
Keyboard Solo
Perfect Strangers
Space Truckin’
Smoke on the Water
Encore:
Hush
Black Night
N da R: Esbarrar com Troy Lucketta (Baterista do Tesla ) após o Show do Cheap Trick, no meio da galera, foi algo bem interessante e pude agradecer pela boa música e bom show do Tesla, e ele agradeceu o público e disse 30 anos foi muito tempo, deveriamos ter vindo antes.
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Tags: Cheap Trick • Deep Purple • Solid Rock • TESLA
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