Texto feito pelo nosso colaborador: Thiago Matos e Bruna Feltrin
Summer Breeze é um festival do verão alemão que tem tomado seu espaço e vem agradando um grande publico com atrações para todos os gostos dos amantes do rock. Localizado numa pequena cidade chamada Dinkensbuhl, esse ano, o festival estava em clima de comemoração da sua 20 edição.
O primeiro dia foi repleto de surpresas com bandas sendo reveladas minutos antes de subir ao palco, tais banda como: Powerwolf, Amon Amarth e Destruction foram algumas dessas surpresas levando grande parte do publico ao delírio.
Os fãs da banda Amon Amarth não poderiam reclamar, os suecos se apresentaram duas vezes no festival com setlist diferenciados e muita produção no palco principal com a participação ilustre da cantora Doro Pesch e ainda havia uma área reservada no evento com estatuas dos membros feita de madeira próximo a um navio viking!
O festival em si teve uma organização impecável , eram 3 palcos, um pequeno (Camel stage), médio (T stage) e claro, o principal (Breeze Stage/Summer Stage) que era enorme e possuía um um belo design. O publico em geral sempre muito animado entrando no clima de cada banda que subia ao palco e sempre com aquele famoso trabalho em equipe dos “metalheads” chamado crowdsurfing e claro, moshpits sempre presentes também!
Dia 16 de agosto:
Eu e alguns amigos pegamos o metal bus em Nuremberg e após aproximadamente 2hs de viagem chegamos a Dinkelsbühl, o ônibus nos deixou na porta do festival, no entanto a área de credenciamento ficava bem afastada da entrada principal.
Após uma longa fila, eis que conseguimos o credenciamento, ao entrar no local do evento, já podíamos ouvir a banda alemã Powerwolf fazendo a sua apresentação surpresa.
Infelizmente não foi possível desfrutar do concerto, uma vez que ainda tínhamos que encontrar um local de camping e montar a barraca.
Apos andar bastante e encontrarmos o local correto do camping, eis que armamos a barraca (Sem contexto sexual! hahaha) e organizamos as coisas.
Depois fomos ao local do festival onde se encontra as barracas de comida, merchan, palcos, etc… dar uma volta, e escutamos os primeiros acordes de “Twilight of the Thunder God” do Amon Amarth, para nossa surpresa! Corremos para o local do show, mas nao conseguimos ficar muito na frente, pois estava cheio.
Tocaram um set list bastante diferenciado mas com maior foco no álbum With Oden on Our Side, sem nenhuma musica do ultimo trabalho, mostrando que foi um show especial em celebração aos 20 anos do festival.
Depois fomos comer alguma coisa, e nos surpreendemos com os altos preços, tudo muito caro, tanto comida quanto bebida. Desistimos de pegar qualquer item do merchan oficial, pois a fila estava enorme, e geralmente os melhores itens esgotam rapidamente.
Em seguida fomos surpreendidos por uma mensagem no telão de que a banda alemã de thrash metal Destruction , seria a próxima banda surpresa a se apresentar. Fizeram uma ótima apresentação com um set list bastante diversificado, tocando musicas de varias fases da banda, finalizando com a clássica “Bestial Invasion”.
Após o show fui dormir, para recarregar as baterias para os próximos dia, pois o dia começou muito cedo para mim e foram muitas horas de viagem de Praga para Nuremberg, e de Nuremberg até Dinkensbuhl.
Dia 17 de agosto:
Primeira coisa que fiz após acordar e tomar café, foi ir para a fila do Mercha, para tentar garantir algo, depois de muitas horas esperando, e os preços não tão bons e muita gente que furou fila (Sim essas coisas também, acontecem aqui na Europa e inclusive europeus também fazem isso) enfim, finalmente consegui adquirir os itens que me interessavam.
Depois eu e meus amigos pegamos o ônibus circular oferecido gratuitamente pela organização do festival ao publico do evento, e fomos conhecer a cidade de Dinkensbuhl, e fomos em busca de alimentação com preço mais acessível e de fato encontramos, uma boa alimentação com preços e qualidades muito mais justos.
Fomos aguardar o onibus para voltar para o festival, que passa a aproximadamente 20 minutos.
Quando chegamos no fest estava rolando o show do Obituary, foi uma apresentação brutal, bastante variada, com musicas de quase todos os álbuns, mas com enfase no álbum Cause of Death.
A próxima banda foi uma banda que eu não conhecia, August Burns Red, a apresentação faz um metalcore bastante agressivo, e embora eu não conhecesse a banda havia um publico consideravel esperando para ve-los e a apresentação foi bastante satisfatória, ao final do show o vocalista Jake Luhrs desceu e interagiu e tirou fotos com o publico que estava na grade.
A próxima apresentação ficou por conta da banda Life of Agony, ja tive a oportunidade de ver a banda algumas vezes e pra ser sincero essa não foi uma das melhores apresentações, a banda focou mais nas musicas do primeiro trabalho oficial, River Runs Red, a banda parecia estar pouco empolgada, deixando um pouco a apresentação a desejar, houve pouca interação entre a banda com o publico, e a apresentação acabou de forma abrupta, a vocalista Mina Caputo deixou o palco sem dizer absolutamente nada e assim terminou a apresentação.
Na sequencia tivemos o metal progressivo do Devin Townsend Project, vale a pena ressaltar o grande contraste no que se refere a interação com o publico, com a banda anterior. Uma vez que o Devin Townsend faz uma apresentação que beira o jocoso, fazendo piada a todo momento, e focando a apresentação no ultimo álbum Transcendence e com a participação mais que especial com a vocalista Anneke van Giersbergen que transborda simpatia e sorri durante toda a apresentação.
Chegava a hora de uma das bandas mais esperadas do festival o Megadeth. Após uma breve introdução banda começou com a clássica “Hangar 18”. Foi uma apresentação bastante diversificada, com foco no mais recente trabalho Dystopia. Deu gosto ver como o Kiko Loureiro está entrosado com a banda. Chamava também a atenção, um grande telão de fundo no palco, que mostrava imagens psicodélicas e algumas imagens dos videos clipes da banda.
A banda fecha a apresentação com chave de ouro com a classica “Holy Wars… The Punishment Due”, deixando o publico muito eufórico e ansioso para a próxima apresentação umas das mais aguardadas também!
Os Suecos do Amon Amarth fizeram uma apresentação bem diferente do dia anterior, tanto no que se refere ao setlist, quanto ao cenário, que por sinal estava incrível, com muita pirotecnia, encenação de lutas, um barco no palco, a banda deu mais enfase dessa vez em musicas do mais recente trabalho “Jomsviking”.
A satisfação era mutua, tanto do publico quanto da banda, uma das apresentações mais incríveis do festival, eu diria que uma das mais memoráveis que eu já vi na vida, fechando com um dos classicos “Twilight of the Thunder God”, levando o publico ao delírio e com quase ininterrupto crowd surf.
Depois de quase 8 horas no mesmo local, vendo todas apresentações seguidas, era hora de comer alguma coisa e ir descansar!
Dia 18 de agosto:
Acordei, fiz o mesmo ritual de sempre, acordei fui até Dinkelsbühl tomar aquele café com reforçado e barato, uma vez que os dias são longos e bastante desgastantes.
Voltei para o local dos shows, fiquei dando umas voltas olhando as barracas de merchan não oficiais, como um metal market, com grande variedade de camisetas, cds, LPs, e ate uma barraca geek que vendia itens relacionados a cultura pop.
O show da vez foi da banda Infected Rain diretamente do cenário underground, vale a pena ser citada pela energia e sua performance no palco de forma única conquistando o publico com o peso de seu som.
Uma banda da Moldávia, que estava divulgando o seu ultimo trabalho 86, a vocalista Lena e a banda no geral muito carismática interagindo muito com o publico, que por sinal estava muito empolgado com a apresentação, a banda é pequena mas tem um grande potencial. Vale a pena conferir.
Na sequencia fui ver a apresentação dos holandeses do Epica, estava tudo pronto quando subitamente começamos a ouvir a introdução de “Eidola” do seu ultimo trabalho The Holographic Principle.
A apresentação foi com musicas mistas de diferentes fases da carreira, mas com enfase ao ultimo trabalho.
Vale ressaltar a interação do tecladista Coen Janssen com o publico, que se movimentava o tempo inteiro no palco de um lado para o outro com uma especie de um suporte móvel, e também foi ate o publico e fez um crowdsurfing junto de seu teclado.
A apresentação no geral foi muito boa, apenas com um aspecto negativo, que o microfone do Mark não funcionou perfeitamente durante toda a apresentação. Finalizando com a ótima “Consign to Oblivion”.
Após alguns minutos de descanso eis que era a vez da banda de folk metal Eluveitie, que começaram com a introdução “Origins” e na sequencia, “Your Gaulish War”. Apesar da nova formação a banda se mostrava bastante entrosada, e o publico bem empolgado. As musicas apresentaram de forma abrangente a carreira, e fecharam com “Eternity”.
A Próxima apresentação ficou por conta do Hatebreed, que como em todos os shows, o publico nao para um minuto, com muito crowd surf, moshpit, a galera insana, no geral foi uma ótima apresentação porem como sempre, fica cansativo para quem está na frente na grade e quem apenas está esperando para ver a próxima banda, e o crowd surf comendo solto!
Após a apresentação do Hatebreed começou uma forte chuva, e os organizadores estavam apreensivos por uma possível forte tempestade que se aproximava, e preocupados com a segurança do publico presente, então o festival começou anunciar mensagens de aviso em inglês e alemão, avisando para todos se retirar da área dos palcos, eu já estava muito cansado após muitas horas no mesmo local e sem comer, decidi sair e ir comer algo e então mais tarde quando tudo estava normalizado e não aconteceu a tempestade eu voltei e fui ver a apresentação do Kreator.
Começa a introdução de “Choir of the Damned”, seguida da “Hordes of Chaos”, de baixo de uma forte chuva, o que nao desmotivou o publico de aproveitar aquele momento, e não impediu o publico de fazer crowdsurfing e um grande moshpit, vocês podem imaginar a cena, a galera com os pés cheios de lama e fazendo crowdsurfing. Vale ressaltar o cenário, muito bem elaborado, cheio de detalhes, telões temáticos de acordo com cada musica, muita pirotecnia, chamas a todo momento, dando a real sensação de estar no inferno!
Seguiram com as pauladas “Phobia”, “Satan Is Real”, “Gods of Violence”, “People of the Lie”, o publico nao deixava de agitar por nenhum segundo, mesmo com a chuva continua, a galera realmente agitava sem parar, e o Kreator mostrava o porque é a maior banda de thrash metal alemã!
E pra fechar a apresentação com “Violent Revolution” e “Pleasure to Kill”.
Grande parte do publico presente se retirou do local, talvez pelo cansaço e o tempo que continuava fechado, mas ainda tinha bandas para se apresentar e ficou um publico considerável, a banda da vez foi os finlandeses do Wintersun, que realizaram uma boa apresentação concentrando no seu ultimo trabalho The Forest Seasons. Vale ressaltar o virtuosismo dos músicos, eles são bastante técnicos e estavam muito entrosados.
Com um pouco de atraso a ultima apresentação da noite (para mim) foi o Amorphis, a banda iniciou a apresentação com a musica “Under the Red Cloud”, a apresentação estava boa, no entanto os músicos pareciam um pouco desmotivados, talvez pelo atraso, talvez pelo horário, por ja ser tarde (Já era em torno das 01:15), o setlist foi curto incluindo alguns clássicos como “Silver Bride” e “The Smoke” e algumas musicas dos seus últimos trabalhos. A apresentação foi bastante curta tendo pouco mais de 40 minutos.
19 de Agosto:
Ultimo dia de fest, eu levantei um pouco mais tarde, era o terceiro festival seguido que eu estava indo, então o corpo ja estava bastante cansado.
O ritual não poderia ser diferente, fui para o centro da cidade tomar café e voltei, me dirigi para a área dos shows para ver os shows de algumas bandas que eu não conhecia e estava curioso para ver.
A primeira banda foi a banda holandesa Delain, notava-se no geral a sua base de fãs é fortemente formada por mulheres, a maior concentração do publico ali presente era formada por jovens e mulheres. A apresentação foi mais focada em musicas do ultimo disco Moonbathers.
Um fato engraçado que ocorreu foi um sujeito que fez crowdsurfing vestido de pênis, e ficou acenando para a banda na frente do palco, e a banda ficou se segurando para não rir e não perder a concentração.
A segunda apresentação que vi, foi da banda alemã Mono Inc. pessoalmente eu não os conhecia, aparentemente eles tinham uma base de fas consolidada, a galera agitava, cantava as musicas, porem a banda era um pouco tranquila, e havia pouca movimentação no palco, mas no geral foi uma boa apresentação.
Antes de começar a apresentação da banda Emil Bulls, alguém da produção distribuiu bolas infláveis e preservativos para galera que estava na grade, que foram jogadas durante a apresentação. Foi uma surpresa para mim, pois não conhecia a banda, uma mistura de Nu metal com metal core, foi uma otima apresentação.
A próxima banda foi os alemães Knorkator, eu não conhecia a banda, mas vale ressaltar o aspecto cômico da banda, o vocalista estava com uma vestimenta atípica, parecendo uma planta e jogando pedaços da roupa para o publico. A apresentação foi boa, com o publico participando intensamente, pois a maioria eram alemães e entendiam as piadas, porem esse que vos fala ficou boiando, sem entender, pois não falo alemão, e tudo era falado em alemão, tirando isso a apresentação foi boa.
Na sequencia era a vez do Overkill, com seu conhecido thrash metal, tiveram uma grande participação do publico cantando boa parte das musicas, e o vocalista “Bobby “Blitz” Ellsworth” que mais parecia o seu Madruga de cabelos compridos, interagia bastante com o publico de forma carismática. A banda se mostrou muito entrosada o que é obviamento um reflexo das quase quatro décadas de dedicação ao metal.
Chamava a atenção o plano de fundo que era a capa do seu ultimo disco “The Grinding Wheel”, apresentaram um setlist bastante variado.
A próxima banda era a banda mais esperada do dia para mim, os suecos do Dark Tranquillity, eu estava bastante ansioso para a apresentação deles, o cenário foi bastante simples com basicamente o telão do próprio Summer Breeze.
A banda já iniciou a apresentação tocando, não teve conversa, iniciaram a apresentação com “Force of Hand”, na sequencia “The Lesser Faith”, após esta musica Mikael Stanne interagiu bastante com o publico, ele de certa forma compensou, a simplicidade do palco ele compensou com o grande carisma, interagindo a todo instante, indo até a grade e tocando nas mãos do publico nas primeiras fileiras, conversou bastante, disse que amava todos os fãs e na sequencia a faixa título do mais novo trabalho “Atoma”, interagindo fortemente com o publico.
A apresentação teve uma hora de duração, e no final o Stanne disse que estava feliz por fazer parte da comemoração dos 20 anos do festival e ele gostaria de desejar feliz aniversário a um membro da equipe técnica da banda que estava na mesa de som bem distante do palco ao fundo, e para chegar até o local ele fez um crowd surf e depois voltou para o palco fazendo crowd surf novamente, finalizaram a apresentação com “Misery’s Crown” e Stanne fazendo novamente crowd surf.
Uma apresentação sensacional, mas deixaram um gostinho de quero mais, pois faltou muitos clássicos.
A essa altura já estava começando a escurecer e a próxima banda a se apresentar eram os alemães do Haven Shall Burn. Começaram o show com a musica ” The Loss of Fury” do ultimo trabalho Wanderer de 2016. Disco no qual a banda concentrou o setlist para a divulgação do mesmo.
Vale ressaltar a decoração do palco, que era bem chamativa e dava a impressão de ser um laboratório com várias “indicações” de perigo. Algo a comentar é que o publico alemão é bem fiel as bandas do seu país, eles apoiam fortemente as bandas alemãs.
Na minha percepção foi a apresentação mais insana do festival com a maior frequência de crowd surf e mosh pits, foi bem incomodo ficar na grande, uma vez que o publico empurrava e pressionava todos contra a grade.
O vocalista Marcus Bischoff, interagia bastante com o publico e agradecia sempre (Era a única coisa que eu entendia) afinal ele falava apenas em alemão com o publico.
Não houve balada, nem romantismo foi paulada atras de paulada, um show que deve ter deixado muita gente com pescoço dolorido. Finalizando a apresentação com o cover do Edge of Sanity ” Black Tears” e a participação especial do musico sueco “Dan Swanö “.
A próxima atração ficou por conta dos americanos do Korn, banda que eu tinha bastante curiosidade de ve-los, uma vez que eu ouvia na minha adolescência e a apresentação prometia ser nostálgica, uma vez que eu estava a muitos anos sem ouvir nada da banda.
Começaram a apresentação com ” Rotting in Vain”, levando o publico que realmente era fã a loucura, pois muitos ficaram apenas por curiosidade e se retiraram pouco depois do inicio da apresentação.
Seguiram com três musicas da época de maior sucesso da banda, “Falling Away From Me”, “Here to Stay” e “Y’All Want a Single”.
O vocalista Jonathan Davis interagia bastante com o publico e falando muitos palavrões sempre. Alternavam musicas mais recentes com algumas de trabalhos mais antigos.
Em determinado momento Davis entra no palco tocando gaita de folie como introdução da musica “Shoots and Ladders”.
A apresentação segue enérgica, o publico estava bastante satisfeito e a banda finaliza com seu maior sucesso “Freak on a Leash”. Ao final do ultimo headliner do dia teve uma grande queima de fogos e para mim era a ultima apresentação da noite.
Considerações finais: Foi uma grande celebração, apesar dos altos preços e do tempo não ter contribuído tanto, a vigésima edição do festival foi memorável e que venham mais vinte anos de festival!
That’s all folks! \m/
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