Algumas pessoas passam … esperando o The Sisters Of Mercy por dois anos. Já outras pessoas, que perderam essa passagem… irão esperar um pouco mais.
Dois anos após sua última passagem pelo país, Andrew Eldritch e seus comandados, retornam a capital paulista para mais um show, a abertura ficou por conta da banda de Curitiba, The Secret Society que acompanhou ‘As Irmãs’ durante toda a turnê Sul-Americana.
Por volta das 20:50, Guto Diaz (baixo e voz), Fabiano Cavassin (guitarra) e Orlando Custódio (bateria) sobem ao palco do Tom Brasil para apresentar faixas de seu álbum de estréia ‘Rites of Fire‘, a banda tem influências claras de grupos como ‘The Cult’, ‘The Gun Club’(que em determinado momento contou com Patricia Morrisson em sua formação) e até mesmo ‘Alice In Chains’, por conta disso muitos do presentes se mostraram curiosos e empolgados com a apresentação dos Curitibanos, destaque para a belissíma letra da faixa ‘The Final Cut’.
A banda encerra seu set com uma versão mais pesada da faixa ‘Cry For Love’ de Iggy Pop, na versão original o Iguana canta em um tom mais grave que o de costume e nos anos 80 (o álbum ‘Blah, Blah, Blah‘ foi lançado em 86) muita gente acreditava que a faixa pertencia ao ‘The Sisters Of Mercy’, levando a maioria dos presentes a cantar a música a plenos pulmões causando assim uma boa impressão e deixando o palco em alta após 40 minutos de show.
Pontualmente as 22:00, Ravey Davey (o DJ e operador de Doktor Avalanche) solta a introdução de ‘More’, Ben Christo (Guitarra Solo) e Dylan Smith (Guitarra Base) tomam suas posições a frente do palco.
Um clima de tensão é criado, quando de repente em meio a fumaça e feixes de luz surge a figura vampiresca de Andrew Eldritch, com seu vocal o barítono forte e profundo, ele leva todos os presentes ao êxtase logo de cara, abandonando de vez a tensão e a substituindo por empolgação.
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Como um fantasma Eldritch se movimenta em meio as sombras de repente sua cabeça surge nos raios de luz como uma gárgula demente ele faz caretas ao cantar, e então se perde mais uma vez em meio a escuridão. Do nada ele aparece no meio do palco como um Nosferatu em meio da neblina, banhado pelo canhão de luz vermelha.
A banda britânica não lança um material novo há décadas, mas isso não significa que não haja músicas novas a serem apresentadas; intercaladas com as favoritas ‘Show Me On the Doll’ (destaque para os Backing Vocals de Dylan) – é discretamente colocada entre ‘‘Alice’ e ‘Dominion / Mother Russia’. Já ‘Better Reptile’ é colocada entre ‘Marian’ e ‘First and Last and Always’.
Apesar dos dois grandes guitarristas em alguns momentos aderirem uma postura sisuda, parte da teatralidade do grupo, em muitos momentos ela é abandonada deixando bem claro para a platéia o quanto eles se divertem tocando, o novo guitarrista australiano Dylan Smith, que assumiu o lugar de Chris Catalyst (que agora figura na nova formação do Ghost ou Ghost B.C, como cada um preferir), interage muito mais com o público do que o ex-membro.
O bis vem como um rolo compressor ‘Lucretia My Reflection’ começa, ‘Vision Thing’ e ‘Temple Of Love’ mantem o público dançando.
Diz a lenda que quando um gótico morre ele se torna mais uma voz no coral da introdução de ‘This Corrosion’, porém foi o coral dos vivos, cantado a plenos pulmões pelos presentes que puxou o último hit da noite.
Banhada pela luz azul, cantando “Hey now, hey now now,” a multidão estende as mãos para o palco. agradecidas pelo reconhecimento, ‘As Irmãs da Misericórdia’ se curvam diante do público paulista para então sumir em meio a fumaça e a escuridão, encerrando assim mais uma passagem do grupo pela cidade.
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