Toyshop: Entrevista exclusiva com Guilherme Martin
Postado em 28/09/2016


montagem_toyshop-ok

Toyshop é uma banda paulistana de rock , que canta suas musicas em inglês.
Formada por Valder Santos (Guitarra), Gabriel Weinberg (Guitarra), Guilherme Martin (Bateria), Nando Machado (Baixo) e Natacha Cersosimo(Vocal).

Depois de um hiato, a banda voltou com tudo e  no dia 10 de junho lançou seu novo álbum, Candy. Produzido por Maurício Cersosimo, o álbum traz nove canções inéditas e uma versão piano e voz do hit Daydream.

Conseguimos uma entrevista exclusiva com o baterista Guilherme Martins, onde ele conta sobre a volta da banda, o trabalho com o Igor Cavalera , Viper,o que acha do novo cenário musical, etc.

Confira abaixo a entrevista na integra.

 

Sejam bem vindos ao Site A Ilha do Metal!

  1. Embora vocês já tenham voltado há algum tempo, penso que a pergunta ainda vale, a banda ficou um bom tempo sem atividades, como foi o retorno de vocês e praticamente com a mesma formação, como foi esse processo?

Guilherme: Costumo dizer sempre que o TOYSHOP nunca acabou. Tivemos sim uma pausa nas atividades da banda, para que todos os integrantes pudessem cuidar um pouco da vida pessoal, projetos, trabalho,  filhos e etc. O TOYSHOP teve uma carreira muito intensa no início, isto em 1993, até o anos de 2001, tínhamos nos dedicado intensamente e diretamente ao TOYSHOP, com viagens para gravar os álbuns.  A Natacha teve até de ser emancipada – ela tinha apenas 15 anos – na época para podermos viajar para gravar.

O projeto de fazer um álbum novo era meio natural. O Val Santos sempre estava compondo músicas novas para o TOYSHOP. Ele é um grande compositor, eu sempre ia ao estúdio com ele e acabávamos registrando as ideias.

Em 2012 resolvemos que seria a hora de voltarmos aos palcos, fizemos alguns festivais, inclusive abrindo alguns shows de Marky Ramone.

A ideia e atitude de gravar as músicas novas  partiu realmente da Natacha, que ligou pro Val e pôs voz em algumas das músicas que vieram a fazer parte do álbum Candy. A partir deste momento estava feita a fórmula, entramos em estúdio no ano seguinte, desta vez com a produção de Maurício Cersosimo, que foi responsável pela direção musical do álbum. Como estávamos fazendo tudo independente, desta vez sem suporte de gravadora ou budget, como fizemos nos trabalhos anteriores, tudo foi um pouco demorado. Queríamos seguir a mesma sonoridade e energia de produção que havíamos imprimido no primeiro álbum Party UP, na época trabalhávamos com a Roadrunner Records Internacional.

A mesma formação contribui também para a banda ter conseguido  manter a mesma energia e sonoridade que criamos no início da banda , apesar de hoje todos terem projetos e profissões paralelas a banda. Quando entramos no estúdio ou nos palcos a química é a mesma e faço sempre questão de termos esta unidade de banda.

 

  1. O que viram de mudança nesses anos no meio musical, já que o primeiro CD foi gravado no exterior, (Se não tiver enganado!!) com suporte de grandes gravadoras e agora com a Wikimetal, o que sentiram de diferença? E o que acharam desse novo cenário musical?

Guilherme: Realmente muita coisa ficou diferente. Sempre procurei acompanhar tudo o que estava acontecendo, paralelamente aos meus outros trabalhos. Um fator que mudou muito foi a forma das bandas divulgarem seus trabalhos e, principalmente, espalhar a música.

Viemos de uma época onde as demo-tapes, gravadas em cassete e enviadas via correio, eram as grandes vias de divulgação, assim como os fanzines e a mídia escrita. A MTV era forte e aberta para as bandas que estavam chegando .

O que impressiona hoje para que tem uma banda, são as mídias sociais, as plataformas streaming , YouTube, e fazem com que tudo seja mais imediato. O som e a imagem trabalham com a mesma importância , mas por este motivo o sucesso é mais efêmero e de menor duração. O single voltou a ter força na divulgação  que há anos estava em desuso, a mídia física (CD) virou apenas o cartão de visita da banda. Mas ainda acredito que a boa música e bem produzida ainda seja um grande diferencial que não consegue sofrer com todas as mudanças.

O TOYSHOP sempre se dirigiu para fazer uma carreira internacional, o que conseguimos até mais que até no Brasil. Cantar em Inglês foi o diferencial para conseguirmos tudo o que traçamos overseas, tínhamos suporte de gravadora o que facilitava na parte financeira da realização dos projetos. Por outro lado as decisões finais sempre eram divididas entre banda e selo mas, felizmente, na gravação do primeiro álbum  tivemos a produção de Sylvia Massy, que já havia produzido desde Prince a Red Hot Chilli Peppers e na parte musical ela soube manter o som do TOYSHOP, assim como Maurício dirigir a produção do álbum. Vale citar que nosso primeiro disco foi gravado no lendário estúdio Sound City em Los Angeles.

 

  1. Guilherme você é um grande músico, e você trabalhou muito tempo com o Igor Cavalera, te pergunto o que esse trabalho junto ao Igor acrescentou a sua técnica de bateria?

Guilherme: Obrigado pelo elogio, esta é uma pergunta que sempre gosto de responder.

Nunca, desde adolescente, fui um grande fã de músicos individualmente. Apesar de reconhecer técnica e execução, nunca admirei um músico por este lado.

Sempre gostei da forma como o baterista fazia a banda soar, gostava da banda por si só, nunca achei que é uma regra o músico ter de ser virtuoso para ter uma banda boa. Geralmente,quando todos os músicos estão na mesma página é quando a banda está madura e destruindo tocando junto.

Meu primeiro contato com o Igor foi nos anos 80, eu tocava em bandas de Heavy Metal contemporâneas ao SEPULTURA, como o VIPER e todos estávamos começando. O Igor já era um baterista que tinha muita raça e estavam fazendo um som muito mais uptodate do que todas as bandas do Brasil estavam fazendo e, com certeza, estavam conseguindo mudar tudo.

Mas foi em 1996, quando fomos fazer o primeiro álbum do TOYSHOP, que na época se chamava PARTY UP, nossa gravadora era a Banguela Records e decidimos que nosso produtor seria o Igor Cavalera, que estava em Phoenix escrevendo junto com o SEPULTURA, nada mais, nada menos que o álbum Roots.

A primeira vez que fui ao estúdio ver o ensaio do Sepultura minha cabeça deu um nó. Ver o Igor tocando com toda energia e técnica que ele tinha inventado, mudou tudo, eu pensei na hora: se dá pra tocar assim, por que eu toco do meu jeito?

Mudou tudo, o Igor é e sempre será um professor, indiretamente.

Depois que o TOYSHOP voltou ao Brasil, eu entrei no crew do Sepultura, viajei anos com a banda, aprendi muita coisa como músico e como técnico  o que também contribuiu muito para minha bagagem em todos os meus futuros projetos, assim como Candy.

Ainda trabalho com o Igor, que é um grande amigo pessoal, quando faz os trabalhos com o Cavalera Conspiracy, mas faço questão de quando entro em um trabalho que não seja diretamente meu  que seja de alguém que aprecio, assim como fiquei anos com o Sepultura, com ou sem Igor, Marky Ramone, dentre outros.

 

  1. Algumas bandas tem o vocal marcante, e essa é uma característica de vocês devido ao vocal da Natascha, e penso que essa característica nas bandas está voltando de um vocal que quando se ouve, se reconheça o músico, você concordam com esse meu pensamento?

Guilherme: Concordo plenamente, aliás bem colocado na pergunta, por isso sempre faço questão de que o TOYSHOP se mantenha com a formação original. A voz da Natacha é um dos grandes diferenciais da banda desde o começo, cantando em inglês, sem sotaque. O Val passou a compor para a voz da Natacha, o que determina a sonoridade da banda toda. Procuramos sempre buscar inspiração em bandas que somo fãs claro, mas o TOYSHOP tem um som único e que nunca soou datado mesmo tendo uma diferença de tempo grande de um álbum para o outro.

 

  1. Pedir para vocês citarem dois momentos na carreira um inesquecível e outro que gostariam de esquecer, quais seriam esses momentos?

Gilherme: Tivemos vários momentos inesquecíveis durante a carreira, muitas vezes por estarmos sempre fora do Brasil as notícias nem chegavam por aqui na época.

Mas foi incrível ver nosso primeiro single, Daydream, em primeiro lugar nas paradas da Europa. Era possível ouvir a música nas rádios e assistir o clipe na televisão em toda a Europa. Fomos tema de uma campanha publicitária na Itália, tema de trilha de um filme das irmãs Olsen. Enfim, voltamos ao Brasil, tocamos em todas as grandes rádios, fizemos turnês pelos Estados Unidos, ou seja tivemos uma história e trajetória interessante e bem agitada.

O ponto negativo foi que quando voltamos ao Brasil:  para continuar no nosso país não tivemos o mesmo suporte da gravadora, apesar de estar com a música tocando em todas ás rádios mainstream e participando de todos os programas de televisão .

Dai tivemos de partir para nos divulgar por nós mesmos e tivemos de dar este tempo.

Mas com certeza ter voltado com tudo com o álbum Candy está sendo um dos grandes momentos da banda novamente.

 

  1. Sobre Tour fora do país, alguma chance de um dia nós divulgarmos que vocês irão para a Europa/EUA?

Guilherme: Claro que o TOYSHOP tem vontade de reiniciar a carreira internacional e, com certeza, é uma das metas da banda. Mas, por enquanto, estamos focando no Brasil, em divulgar bastante o álbum, tocar bastante por aqui, pois não tivemos a mesma oportunidade com o outro álbum. Mas com certeza o fato de cantarmos em Inglês é um diferencial para sempre termos as portas abertas para trabalhos fora do país.

 

  1. Qual o próximo sonho do Toyshop como banda, ou de vocês como músicos que pretendem realizar?

Guilherme: O sonho do TOYSHOP hoje é basicamente levar nossa música para o mundo todo, reconquistar os fãs antigos e agregar novos fãs. Consegui depois de anos retomar com o VIPER, que é uma banda que foi um grande marco na minha carreira, isso rendeu um CD e um DVD Live. Esse trabalho também foi uma realização profissional para mim. Mas tocar muito, manter a energia da banda sempre, e que o TOYSHOP deixe sua marca como uma das grandes banda do Brasil e do mundo.

 

  1. Mensagem a todos que estão lendo …

Guilherme: Agradeço muito A Ilha do Metal pela entrevista perfeita. Para quem estiver querendo montar alguma banda o único segredo é nunca desistir e acreditar no seu som, uma hora acontece……

Acompanhem a banda nas redes sociais e vejo vocês nos Shows!!

Valeu!!!

 

contato@toyshop.com.br

Instagram: @toyshopband

Facebook:  /bandatoyshop

Youtube: toyshop

www.toyshop.com.br

OUÇAM TOYSHOP NAS PLATAFORMAS DIGITAIS:

You may listen TOYSHOP Candy at:

Deezer: http://www.deezer.com/album/13292731

Spotify: https://play.spotify.com/album/1muQawOzhiqrkO4tLsDOTZ

iTunes BR: https://itunes.apple.com/br/album/candy/id1121672732

iTunes US: https://itunes.apple.com/us/album/candy/id1121672732

Qobuzz: http://www.qobuz.com/fr-fr/album/candy-toyshop/3614599306190

Amazon: https://www.amazon.com/s/ref=nb_sb_noss?url=search-alias%3Daps&field-keywords=Toyshop+Candy

Google Play: https://play.google.com/store/search?q=Toyshop%20candy&c=music&sp=CAIIBGIPCg1Ub3lzaG9wIGNhbmR5egUYAMABAooBAggB%3AS%3AANO1ljIEmw8&hl=pt_BR

MusicMe: http://www.musicme.com/#/Toyshop/?cdfocus=3614599306190&q=toyshop%20Candy

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Categoria/Category: Entrevistas
Tags:


TOP