Vision Divine @ Manifesto Bar – São Paulo/SP (31/03/2013)
Postado em 04/04/2013


São Paulo recebeu no último dia 31 de março a única apresentação dos italianos do Vision Divine no Brasil em 2013. Promovendo seu mais recente álbum, “Destinations Set To Nowhere”, sétimo trabalho de estúdio do grupo, Fabio Lione (vocais), Olaf Thorsen (guitarra), Federico Puleri (guitarra), Andrea Torricini (baixo), Alessio Lucatti (teclados) e Alessandro Bissa (bateria) mostraram uma performance poderosa que enalteceu todo o trabalho que a banda criou até hoje, e que só reafirmou o talento de todos os músicos envolvidos na banda.

Texto: José Antonio Alves
Fotos: Ronaldo Chavenco (http://www.flickr.com/photos/77691622@N07/)

Mas antes do Vision Divine, o público se aqueceu ao som da banda brazuca Seventh Seal. Oriunda do ABC, e com um bom tempo de estrada mais dois álbuns lançados, o grupo faz um Heavy Metal que passa um pouco pelo campo do Prog Metal. Agora com Leandro Caçoilo (Soulspell, ex-Eterna) nos vocais, a banda pode não impressionar logo de cara pela proposta, mas conseguiu dar conta do recado e mesmo enfrentando algumas dificuldades técnicas demonstrou uma boa apresentação.

Destaques vão para “King Of Lies”, faixa presente no álbum “Days Of Insanity”, de 2007,  a homônima “Seventh Seal” e também para a novidade “Mechanical Soul”,  uma das melhores do concerto e que reúne uma boa melodia e refrão marcante. A banda se prepara para lançar em breve seu novo álbum, e se seguir a linha dessa música promete algo muito interessante.

Também houve espaço para dois covers, um da música “Neon Knights”, clássico eterno do Black Sabbath (e nessa o vocal de Caçoilo ficou muito bem encaixado) e para “Painkiller”, outro hino da história do Heavy Metal, original do Judas Priest. A banda precisou interromper a música na metade por problemas na bateria, mas mesmo assim depois voltou em uma das partes finais da canção para terminá-la. Uma apresentação mediana que mesmo com os problemas técnicos evidenciaram que a banda voltará bem no novo lançamento, afinal o último registro de estúdio do grupo é datado de 2007, o que nos deixa na expectativa para o que virá por aí.

E por volta das 21h30, Fabio Lione e Cia surgem no palco do Manifesto, em meio a introdução “S’io Fosse Foco”,  para alegria do bom público presente. Iniciando com “The Dream Maker” e “Beyond The Sun And Far Away”, duas presentes no mais recente trabalho da banda, Lione não deixou de agradecer aos presentes, declarando amor ao Brasil, e também comentando que a banda faria naquela noite um set especial com músicas de toda a carreira do grupo.

“The Streets Of Laudomia” foi muito bem recebida pelos presentes que cantaram junto, faixa esta presente no álbum “9 Degrees West of the Moon”, de 2009. O comunicativo Lione comentou que sempre é uma grande experiência tocar no Brasil, e parece que isso estava estampado no rosto de cada um dos membros da banda, que transpareciam simpatia e alegria no palco, além de muita presença aliada com técnica. Vale ressaltar toda habilidade do tecladista Alessio Lucatti e também o talento de Olaf Thorsen, guitarrista que transformou um projeto em uma das boas bandas italianas do Power/Progressive Metal.“Violet Loneliness” e “Colours Of My World” continuaram empolgando, e na primeira surpresa da noite, a banda mandou um cover de “Wasted Years”, do Iron Maiden, com muita competência. Elogiar o trabalho tanto vocal como de presença em palco de Lione é chover no molhado, vide toda sua obra com o Rhapsody Of Fire, Labyrinth e claro, com o próprio Vision Divine, além de performances ao vivo com o Kamelot e mais recentemente com o Angra.

Depois de executar “Mermaids From Their Moons”, mais uma surpresa. Um convidado especial se juntaria ao Vision Divine para uma música, e este era Ricardo Confessori, baterista do Angra. Executando o cover de “Highway Star”, super clássico do Deep Purple, todos apreciaram uma performance de qualidade que engrandeceu ainda mais a versatilidade vocal de Lione. Depois de “The House Of The Angels”, mais uma do mais recente trabalho dos italianos, era hora do famoso bis, que ocorreu mesmo com uma reação mais tímida do público nesse momento.

Retornando ao palco, a faixa título do último álbum, “Destinations Set To Nowhere”,  foi a última execução deste trabalho na noite, finalizando com a ótima e veloz “The Miracle”, que nos remete a um dos melhores álbuns da banda com Lione nos vocais, o debut “Vision Divine” de 1999 e “Send Me An Angel”, do álbum de mesmo nome  lançado em 2002 e que conta com o também ótimo vocalista Michele Luppi.

Com um som mais que nítido durante todo o concerto, o Vision Divine mostrou que sabe como fazer muito bem ao vivo o que está registrado em estúdio, e diria que a banda é um grupo de sorte, pois contou durante sua jornada com dois grandes vocalistas, Luppi e Lione, e com isso quem ganhou foram os fãs, que puderam conferir bons registros durante todos esses anos.

Apesar do set não ter sido tão curto, seria muito interessante ver a performance de faixas como “The Whisper”, “La Vita Fugge” (sim, seria legal ver Lione arriscar os mais de 15 segundos de agudo dessa música!), ”Forever Young” e “New Eden” ao vivo, mas essas ficarão para uma próxima oportunidade. Esperamos.

Setlist – Vision Divine

S’io Fosse Foco
The Dream Maker
Beyond The Sun And Far Away
The Streets Of Laudomia
Violet Loneliness
Colours Of My World
Of Light And Darkness
Message To Home
Taste Of A Goodbye
The Lighthouse
Wasted Years (Iron Maiden cover)
Mermaids From Their Moons
Highway Star (Deep Purple cover)
The House Of The Angels

Encore

Destinations Set To Nowhere
The Miracle
Send Me An Angel

 

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